Durante um encontro na ONU, em 1987, Gro Harlem Brundtland, diplomata norueguesa e líder internacional em desenvolvimento sustentável, citou um conceito muito difundido, mas nem sempre entendido em sua essência: “precisa-se ter um modelo de desenvolvimento que responda às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade de respostas das gerações futuras às suas próprias necessidades”.
Para assegurarmos este “futuro” no “presente”, precisamos começar a fortalecer a nossa consciência, empatia, respeito e amor pelas pessoas, e devemos procurar incansavelmente agir com “alto desempenho” (fazermos muito com pouco), ou seja, com “excelência”, “eficiência” e “ética”, pois fazer o “certo” hoje, sempre resultará “certo” no futuro.
Defendo essa definição pragmática da sustentabilidade (ESG): fazer Certo na primeira vez (com EXCELÊNCIA), da Maneira Certa (com EFICIÊNCIA) e pelos Motivos Certos (com ÉTICA).
Assim como a maioria das universidades estão aptas a formar gestores, e não a formar líderes (ambos são essenciais para as organizações), quando se trata de Sustentabilidade, focamos em ensinar as técnicas e ferramentas ligadas, por exemplo à construção sustentável, e não ensinamos os valores e princípios necessários para que os colaboradores se importem e vivam de acordo com o conceito ESG.
Pesquisas demonstram o crescimento do mercado de empregos verdes (E) em diversos setores da economia, cenário que, idealmente, deve ser extrapolado para o S e G.
Para que os colaboradores não fiquem exageradamente focados nos aspectos técnicos de suas especialidades e tenham uma visão mais holística da sustentabilidade, as organizações devem promover a construção de uma cultura da sustentabilidade, contratando e educando funcionários para viverem esta cultura, mais alinhada com o Capitalismo para Stakeholders, Mentalidade Infinita e a Mentalidade do NÓS.
A cultura da sustentabilidade deve, necessariamente, estar alinhada com o propósito e estratégia da organização, e juntos devem orientar a construção da Estrutura (talentos, competências, organização, sistemas e processos) da empresa.
E, se bem implementada, garante que as soluções “sustentáveis e éticas” não se concentrem na conformidade, pois a definição “esperta” da conformidade do que seja “sustentável e ética” não se refere à integridade nem a ser íntegro; é uma definição diluída, desvalorizada, que essencialmente significa “obedeça às regras”.
A construção da cultura de sustentabilidade mitiga ações de greenwashing, corrupção e outras “espertezas”. Como afirmou Alan Greenspan: “As regras não podem substituir o carácter”.
Por Nelson Kawakami, especialista em ESG, Gestão e liderança. Também é autor de “Sustentabilidade Corporativa: Neste Admirável Mundo Novo… Num Pequeno Planeta“.
Ouça o episódio 142 do RH Pra Você Cast, “A busca pelos “talentos verdes” no mercado” com Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG Advisory da KPMG no Brasil e na América Latina. Segundo o relatório Global Green Skills 2022, divulgado pelo Linkedin, a participação de talentos verdes na força de trabalho global saltou 38,5% entre 2015 e 2022 – e a tendência é que este número continue crescendo. Para se ter ideia, cerca de 10% dos anúncios de emprego publicados na plataforma, ao longo do ano passado, já exigiam explicitamente pelo menos uma “habilidade verde” dos candidatos. Mas, afinal, o que são essas habilidades? Em quais áreas elas estão presentes? Como se tornar um especialista no tema e como a empresa, e os RHs, podem ajudar os profissionais? Nesse episódio, conversamos com Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG Advisory da KPMG no Brasil e na América Latina, sobre o assunto. Acompanhe!
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