Cada vez mais a postura norteada à proteção do meio ambiente tem se apresentado como um requisito para o mercado de bens e capitais, visando e promovendo atitudes mais sustentáveis.
Essa preocupação é atribuída à crise ambiental, produto da interferência humana na natureza ao longo das últimas décadas. É consenso entre os estudiosos e os pesquisadores da área que se não mudarmos drasticamente a forma como enxergamos os recursos naturais e não aderirmos a novas práticas de consumo, tais recursos serão extintos muito antes do que pensávamos.
Na busca por solucionar essa questão, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), em 2008, estruturou uma agenda e adotou o termo Economia Verde, que conceitua um tipo de economia alinhada a práticas ecologicamente responsáveis. Dessa definição surgiram os Empregos Verdes. São cargos que têm o papel de minimizar o impacto das operações das empresas nos diversos ecossistemas. Além disso, se faz necessário que alguns profissionais busquem especializações complementares para renovar o método de atuação com foco na emergência ambiental.
Com o olhar apurado para as novas tendências corporativas, o estudo Global Green Skills do LinkedIn, realizado em 2022, evidenciou algumas profissões que apresentaram notoriedade devido a um crescimento anual acelerado entre 2016 e 2021. Dentre os cargos, podemos destacar Gerente de sustentabilidade (crescimento de 30% ao ano), Técnico de turbinas eólicas (24% ao ano), Consultor solar (23% ao ano), Ecologista (22% ao ano) e Especialista em saúde e segurança ambiental (20% ao ano).
Além de designar cargos que atuam diretamente com ações que promovem proteção, prevenção de desastres e restauração do meio ambiente, é de suma importância que as organizações monitorem suas práticas dentro e fora da empresa, estando sempre atentas à conduta de seus funcionários diretos e colaboradores terceirizados para evitar e corrigir práticas impróprias.
Por se tratar de um nicho ainda em expansão, mas que se mostra uma necessidade permanente, os empregos verdes representam um campo profissional fértil com um futuro promissor, sendo uma ótima opção de área de especialização para quem ainda irá ingressar no mercado de trabalho, sobretudo, os pertencentes à geração Z, um grupo que nasceu inserido em um cenário de preocupação com as crises ambientais e que irá compor o quadro de consumidores e profissionais das próximas décadas.
Mas, é importante que as empresas olhem para dentro, mapeando atentamente seus processos de produção e buscando entender quais etapas oferecem riscos ao meio ambiente e, a partir disso, estudar ações que possam ser tomadas para mitigar os danos e para compreender de quais novos profissionais a empresa se beneficiará.
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Uma das principais dificuldades que os dirigentes enfrentam neste sentido é o alto custo de implantação de tecnologias “limpas” e capacitações voltadas à sustentabilidade. Uma alternativa bastante difundida para contornar essa adversidade e incentivar a adesão da agenda verde é a utilização dos créditos de carbono.
Por meio dessa prática, a empresa que impede determinada quantidade de emissão de CO2 (dióxido de carbono) em sua cadeia de produção é contemplada com uma quantia de créditos que pode ser vendida para outras empresas que precisam reduzir suas emissões do gás.
Pensando na percepção dos clientes, um levantamento realizado pela agência Union + Webster, demonstrou que 87% da população brasileira prefere adquirir produtos e serviços de empresas sustentáveis e 70% dos entrevistados disse não se importar em pagar um pouco mais por isso.
Nesse sentido, as expectativas para o futuro são de que todas as empresas gradualmente adotem práticas de responsabilidade socioambiental e se adequem às necessidades que a agenda climática global evidencia.
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É neste contexto que os empregos verdes são, cada vez mais, relevantes para empresas e pessoas que buscam criar um mundo melhor e mais sustentável.
Aquelas organizações que não aderirem a essas iniciativas, sofrerão queda de reputação entre os consumidores e perderão espaço neste novo mercado que já faz parte da realidade do Brasil.
Por Alberto Santana, Diretor do VOA ESG – Atitudes +, ecossistema de soluções sustentáveis para o mundo corporativo criado e disponibilizado pela Editora Serena.
Ouça o PodCast RHPraVocê Cast, episódio 101, “ESG está na moda, mas como tratá-lo para além do modismo?” com Hugo Bethlem, presidente do conselho do Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB). Clique no app abaixo:
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