Experiências no exterior e no Brasil mostram que iniciativa favorece empresas e trabalhadores. A jornada de trabalho reduzida já é uma realidade em muitas empresas no Brasil e no mundo. Na maioria das organizações, a iniciativa mantém o salário do funcionário de forma integral, sem trazer prejuízos à remuneração do colaborador. A medida ganhou popularidade após a pandemia do Covid-19 e a expectativa é que continue angariando adeptos no mercado de trabalho.
Segundo a especialista em RH, Empreendedorismo e Negócios, Alice Salvo Sosnowski, a jornada reduzida tem sido uma das alternativas utilizadas para melhorar o desgaste emocional que afeta a produtividade de empregadores e trabalhadores. Entre os benefícios citados pela consultora, estão a satisfação do funcionário com suas atividades, bem-estar físico e mental, aumento de concentração e criatividade no dia a dia de trabalho.
De acordo com informações da New Economics Foundation, o número menor de horas trabalhadas também impacta de forma positiva o meio ambiente. É possível reduzir 20% da emissão de carbono quando há a redução da jornada de trabalho, uma vez que o uso de combustível e eletricidade também diminuem.
Resultados da iniciativa no Brasil
Atualmente, empresas de diferentes setores já investem na jornada reduzida de trabalho. Entre as organizações brasileiras que praticam essa iniciativa está a nossa empresa. A ideia de manter uma carga horária de 30 horas semanais surgiu com a concepção do modelo de negócio, que sempre teve o foco de abrir espaço para as mulheres no mercado de trabalho.
A iniciativa surgiu para universalizar o acesso ao trabalho para as mães e também aquelas que precisam lidar com outras demandas familiares no seu dia a dia. Atualmente, a empresa conta com jornada de trabalho reduzida, flexível e 100% remota, além de ter uma equipe composta por 90% de mulheres.
Em companhias que adotam a prática, funcionárias costumam relatar a possibilidade do retorno ao mercado de trabalho. Muitas mães deixam de trabalhar após o nascimento dos filhos e podem encontrar na jornada reduzida a possibilidade de conciliar a profissão com a maternidade, ação que não seria possível num trabalho presencial e com jornada de oito horas diárias.
Veja mais: Jornada de quatro dias por semana: estamos preparados para algo assim?
A constatação de que ações de flexibilização de modelos de trabalho pode promover benefícios significativos para as organizações está contribuindo para que empresas busquem consultorias especializadas para implantação de iniciativas. “Hoje existe um movimento global que defende a adoção da jornada de trabalho de quatro dias na semana com o objetivo de melhorar a produtividade e o bem-estar. Entretanto, a mudança de paradigma nem sempre é tão simples e, por isso, contar com apoio especializado pode ser fundamental para o sucesso”, explica Tatiana Xerez, fundadora da Revolucinhas, consultoria especializada em parentalidade nas empresas.
Experiências no exterior
Um estudo feito na Islândia testou a redução de jornada com a criação da semana de trabalho de quatro dias e corroborou com as informações. A experiência foi conduzida pelo governo nacional em conjunto com a Câmara Municipal da capital Reykjavik entre os anos de 2015 e 2019.
Os resultados conquistados foram o aumento da produtividade e da satisfação dos trabalhadores, que afirmaram estar menos estressados e com a possibilidade de equilibrar a vida pessoal e profissional. A medida foi ampliada para todo o território islandês e inspirou outras iniciativas ao redor do mundo.
Em dezembro de 2022, o governo da Espanha anunciou a criação de um projeto-piloto para testar a semana de trabalho de quatro dias em empresas do setor industrial. A princípio, a iniciativa terá duração de dois anos para que sejam avaliados os resultados. Caso se confirmem os benefícios para empresas e trabalhadores, a iniciativa também será estendida para outros setores da economia.
Por Flávia Crizanto, fundadora da Experta, uma empresa de produção e distribuição de conteúdo digital com foco em SEO, link building, digital PR e marketing de conteúdo. Flávia é graduada em Jornalismo e mestre em Comunicação e Sociedade pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
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