A importância da representatividade negra na liderança para promovermos ambientes de trabalho mais diversos e justos.

Em novembro, o Dia Nacional da Consciência Negra (20) é motivo de celebração pelas lutas dos movimentos negros contra o racismo estrutural e a desigualdade provocados por anos de escravidão em nosso país.

A data é de extrema relevância para toda sociedade, mas, em especial, para empresas e líderes – importantes agentes na transformação social e na promoção de realidades de vida mais igualitárias e justas para grupos minoritários, como pretos e pardos.

Neste cenário, no qual estou inserido e enfrentei uma série de adversidades, há um tema crucial, que exige um olhar atento e crítico das organizações: a representatividade na liderança.

De acordo com uma pesquisa recente conduzida pelo LinkedIn, 93% dos profissionais negros no Brasil enfrentam obstáculos para alcançar cargos de liderança. Este é um problema persistente que requer, não somente reflexões, mas, principalmente, ações afirmativas, começando pela compreensão das barreiras sociais, culturais e econômicas vividas pelas minorias, que, somadas à falta de representatividade, impedem ou desestimulam jovens talentos a perseguir posições de
liderança, uma vez que não se identificam com figuras que partilhem de suas heranças culturais e desafios.

A ausência da liderança negra, além de contribuir para a perpetuação das desigualdades raciais, é, ainda prejudicial aos negócios: pesquisas apontam que um ambiente diverso e inclusivo traz consigo perspectivas e habilidades que contribuem para uma gestão mais eficaz e capaz de atender às necessidades de mercados plurais, além de contribuir para a lucratividade.

Como líder de uma empresa que caminha rumo a equidade racial, posso afirmar, por experiência, que a jornada ainda é longa, mas que as políticas afirmativas de diversidade e inclusão e o desenvolvimento de profissionais diversos beneficiam toda a organização, criando um espaço mais acolhedor e produtivo para todos.

O trabalho é árduo e constante, com o apoio de grupos de afinidade, disponibilização de vagas afirmativas para público em vulnerabilidade socioeconômica e realização de fóruns, workshops, palestras e treinamentos para todos os colaboradores.

Mas queremos ir mais longe. Por isso, seguimos atuando contra as desigualdades e promovendo o respeito e a segurança dentro de nossa organização neste Dia da Consciência Negra e em todos os outros dias do ano.

Que o dia 20 de novembro perdure como um marco de resistência e combate às lacunas ainda existentes nas organizações, e que a liderança negra seja, não apenas uma aspiração, mas, uma realidade em nossa sociedade.

Somente assim nosso país estará mais próximo de um futuro em que todos possam demonstrar, genuinamente, suas habilidades e grandezas, contribuindo para negócios mais sustentáveis e prósperos.

A importância da liderança negra nas corporações

Por Bruno Nascimento, especialista em Sistema da Informação e pós-graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas. É gerente de Sistemas e líder do Grupo de Afinidade para Pessoas Negras na Daiichi Sankyo Brasil, empresa na qual ingressou há mais de uma década como estagiário. Guiado pelos desafios da liderança e os valores equitativos, se aprofundou em temas relacionados à diversidade, inclusão e pertencimento na liderança por meio de cursos e coletivos sobre o assunto.

Ouça também o PodCast RHPraVocê, episódio 44, “Os desafios da diversidade nas empresas” com Mara Turolla, Gerente de Desenvolvimento de Talentos e Diversidade da LHH. Clique diretamente no app abaixo:

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Capa: Depositphotos