Home Office veio para ficar, mas trabalhar em casa exige reflexões para empresas e colaboradores

O home office veio para ficar, seja integral ou seja híbrido. Mesmo com a chegada da vacina, grandes organizações estão abandonando escritórios gigantes e com eles a possibilidade da volta ao trabalho presencial. E essa nova realidade merece uma reflexão mais profunda de como será a rotina daqui em diante.

Uma coisa ficou clara: trabalhar em casa aumenta a produtividade. Se existia um temor que as distrações fizessem com que o dia a dia fosse afetado, isso agora ficou para trás. O problema, aliás, é o outro oposto, já que 80% dos funcionários que estão trabalhando além da jornada normal, segundo o Instituto DataSenado.

Além disso, levantamento da Harvard Business School mostra que houve um aumento de 8,3% no número de e-mails enviados após o horário comercial desde o início da pandemia.

O cenário é: maior produtividade, menos gastos com aluguel de salas, escritórios, custos de manutenção e alguns benefícios (como vale transporte) que seriam pagos aos trabalhadores em tempos normais. Ou seja, um empregador pode economizar mais de R $60 mil reais ao ano com o home office, mesmo que seja só meio período, de acordo com o Global Workplace Analytics.

Quanto às preferências: pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA) aponta que 70% das pessoas gostariam de permanecer em regime de trabalho remoto.

É um cenário no qual os profissionais querem permanecer em casa e as empresas também se beneficiam disso. Mas temos que começar a colocar balanço nessa equação. Os trabalhadores precisam ter seus horários respeitados e ter tempo para cuidar dos vários pratinhos que todos seguram, inclusive com tempo para olhar para si mesmo e para sua saúde mental.

Para as mulheres a questão da conciliação do trabalho e família sempre foi uma questão mais complexa até pela questão cultural de nossa sociedade, sempre falamos da dupla jornada e agora esta jornada passa a ser tripla, na verdade múltipla, pois muitas vezes pois novas demandas passaram a integrar a rotina diária, tais como aulas online e com a exclusão de nossa rotina do espaço para o indivíduo, a convivência social.

A importância de olhar para a rotina múltipla com a inclusão do home office significa que muitas das tarefas domésticas precisam ser compartilhadas de um novo modo.

A mulher não é e não precisa ser mulher maravilha, dar conta de tudo, não é obrigação da mulher fazê-las, como o machismo estrutural impõe e ao realizar uma tarefa doméstica o homem não está ajudando, está apenas fazendo sua parte. E isso ajuda os filhos a entender o que é compartilhar tarefas dentro de casa trazendo o senso de pertencer, de compartilhar e de somar..

Outro destaque é o cuidado com a saúde mental do trabalhador que deve separar parte do seu tempo para olhar para si, fazer pausas, analisar oportunidades de realizar uma atividade que lhe faça bem, seja uma caminhada, um exercício, ler um livro, assistir um filme ou mesmo marcar aquele cafezinho on line com amigos para descontrair.

Toda essa mudança de dinâmica é difícil e custa um tempo até ser assimilada por todos.

Por outro lado, tem muita gente que quer voltar para o escritório. Pessoas que moram sozinhas, por exemplo. Depois de mais de um ano de pandemia e trabalho remoto, sabe o que elas sentem falta? Do cafezinho, de conversar, do almoço com a equipe e das pausas durante o expediente, que acabam ficando raras quando não se tem com quem compartilhar.

Faz falta o calor humano e a troca que o trabalho nos ambientes tradicionais proporciona. Essa carência precisa ser respeitada. Tem gente que quer voltar e tem gente que precisa voltar.

Conversar com os colaboradores e entender a situação de cada um é fundamental para que todos sejam atendidos em suas necessidades. Quem ficar em casa, que fique com qualidade. Quem voltar ao presencial, que volte também com qualidade!

Trabalhar em casa exige reflexões para empresas e colaboradores

Por Deives Rezende Filho, fundador da Condurú Consultoria  e possui 40 anos de experiência no mercado financeiro e em outras empresas.

 

 

 

 

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Para responder a isso e auxiliar no melhor entendimento sobre a importância da comunicação assíncrona, o RH Pra Você Cast traz a neurocientista Ana Carolina Souza, sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa. Clique no app abaixo:

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