Empresas juniores paulistas investem em programa para ampliar a diversidade entre suas lideranças.

No mundo corporativo, a preocupação com a questão da Diversidade & Inclusão atinge não apenas as grandes empresas, mas também o universo das Empresas Juniores (EJs), que se consolidam em todo o país por meio do Movimento Empresa Júnior (MEJ).

As EJs são empresas sem fins lucrativos que nascem dentro das instituições de ensino superior e nas quais os estudantes têm a oportunidade de criar e executar projetos reais para empresas reais.

Embora o universo das empresas juniores reflita a mesma realidade encontrada dentro das organizações brasileiras de forma geral – onde ainda impera o desequilíbrio de raça, gênero e de colaboradores com e sem deficiência – o Movimento Empresa Júnior (MEJ) tem trabalhado a questão investindo em ações que visam dar oportunidades iguais dentro das EJs a todos os estudantes, buscando formar, cada vez mais, lideranças negras e LGBTQIA+.

Em São Paulo, segundo dados da Federação das Empresas Juniores do Estado (FEJESP) há, hoje, mais de 180 empresas juniores e cerca de 4 mil empresários juniores, mas desse total apenas 4,62% são negros e pouco mais de 4% se identificam como homossexuais. Já homens e mulheres trans representam menos de 1%, índice semelhante ao dos jovens portadores de deficiência.

De acordo com um mapeamento sobre as diversas lideranças no MEJ, dentro dos chamados grupos minorizados apenas as mulheres já conseguiram a paridade com os homens, ocupando 50% desse espaço.

Para levar mais equidade a esse segmento, a FEJESP desenvolveu o Programa SOMOS. A iniciativa, criada há três anos, tem como objetivo proporcionar as bases para a construção de uma empresa júnior mais diversa, abordando um viés mais educativo sobre a complexidade que a diversidade representa.

Por meio dos encontros e campanhas de Marketing promovidos pelo SOMOS, os empresários juniores são estimulados, por exemplo, a ter um olhar mais atento à Diversidade & Inclusão durante os processos seletivos.

Na última edição do SOMOS, que aconteceu em julho, os participantes puderam conhecer uma nova plataforma que possibilitou a maior conexão entre os membros das empresas juniores e participar de mais uma edição do Ideathon, concurso que premia a EJ que estruturar o melhor programa para o crescimento da presença das populações minorizadas entre seus membros.

Este, no entanto, é um trabalho de educação que terá impacto a longo prazo, já que entre os empresários juniores ainda há uma grande maioria branca e de classe média. Sabemos que não é possível resolver de uma hora para outra toda essa dificuldade de inclusão, pois em seu cerne essa dificuldade vem de uma questão cultural, que, durante séculos, moldou a sociedade de acordo com uma visão machista, racista e discriminatória.

Mas temos consciência de que, hoje, para amadurecermos socialmente e levarmos o país ao desenvolvimento, é fundamental dar visibilidade e debater a questão. Dentro do Movimento Empresa Júnior a semente está lançada. Daqui para frente, é preciso trabalhar para amadurecê-la e podermos colher os frutos.

Empresas juniores paulistas e programa para a diversidadePor Júlia Pavan, estudante de Química na Unesp de Araraquara e presidente executiva da FEJESP – Federação das Empresas Juniores do Estado de São Paulo.

 

 

Ouça também o PodCast RHPraVocê, episódio 89, “O poder do investimento em diversidade” com a fundadora da Newa Consultoria, Carine Roos. Clique no app abaixo:

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Capa: Depositphotos