Quando trazemos para a pauta o tema de Diversidade e Inclusão, sempre há quem diga: “quem lacra, não lucra”; mas não é bem assim o que os números de mercado dizem. De acordo com a Ernst & Young, empresas com mais de 30% de diversidade de gênero nos papéis de liderança apresentam melhores resultados financeiros.
Já em um levantamento feito pela Mckinsey, empresas que investem em um time com diversidade racial e étnica tem 35% mais chances de obterem resultados mais altos. De acordo com Nemeth (Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia), a diversidade de experiências e perspectivas estimula a inovação e a criatividade, portanto, equipes diversas estão mais propensas a desenvolver soluções originais e enfrentar desafios de maneiras inovadoras.
E claro, em um mundo cada vez mais globalizado, equipes diversas estão mais bem preparadas para compreender e atender a mercados globais (Cox & Blake, 1991). Isso se traduz em maior adaptabilidade e eficácia nos negócios internacionais.
A busca por equipes de trabalho mais diversas tornou-se uma prioridade para muitas empresas, impulsionada por evidências concretas dos benefícios inerentes à inclusão de perspectivas variadas. No entanto, a implementação de processos seletivos que reflitam efetivamente essa prioridade apresenta desafios significativos.
Os primeiros desafios do recrutamento diverso já começam em casa, pela cultura e os profissionais que contratam. Empresas com uma cultura organizacional não inclusiva podem afastar candidatos diversos. Se a imagem e as práticas da empresa não refletirem valores de diversidade e inclusão, pode ser difícil atrair uma gama variada de talentos.
Os vieses inconscientes dos profissionais que contratam, também são obstáculos comuns em processos seletivos, prejudicando a tomada de decisões imparciais. Isso pode resultar na preferência por candidatos com características similares às dos tomadores de decisão, levando à exclusão involuntária de candidatos diversos.
E claro, o acesso à informação. Candidatos de grupos sub-representados podem enfrentar desafios no acesso a informações sobre oportunidades de emprego, limitando a diversidade dos candidatos que se inscrevem nos processos seletivos.
No Charlie, diversidade é “papo sério”, sendo uma pauta importante para os Founders, refletindo diretamente no nosso time, onde cerca de 70% das lideranças são mulheres, uma crescente representatividade LGBTQIAPN+ e claro, diversidade étnica e racial.
O fato do nosso time de Gente e Cultura ser bem diverso, também amplia nossa estratégia de atuação, onde formamos uma rede de apoio com empresas parceiras que nos apoiam nesse desafio de atrair talentos diversos para contribuir com o nosso negócio.
Hoje, um de nossos maiores parceiros é a StartUp For Black Hands, especializada em apoiar pessoas negras a se inserirem ou recolocarem no mercado de trabalho, que é encabeçada pela Marina Apolinário. Essa parceria é um dos reforços que nos garante equidade na hora de direcionar pessoas para os processos seletivos, e garantindo que, pessoas diferentes estão inclusas em diferentes cargos e posições.
Embora a implementação de processos seletivos voltados para a diversidade possa apresentar desafios, os benefícios potenciais superam amplamente as dificuldades.
Empresas comprometidas com a criação de equipes diversas não apenas promovem a justiça social, mas também colhem os frutos de uma força de trabalho inovadora e adaptável.
Ao abordar conscientemente os desafios e adotar estratégias inclusivas, as organizações podem transformar seus processos seletivos em catalisadores para o sucesso empresarial sustentável e equitativo, apoiando-se em uma base sólida de pesquisas e práticas estabelecidas.
Por Melina Flomenbaum, Head de Gente e Operações no Charlie, empresa focada em moradia flexível.
Ouça o episódio 143 do RH Pra Você Cast, “Inclusão 50+, bom para o presente e para o futuro (de todos nós)“. Como você se enxerga daqui a cinco ou dez anos? O questionamento, que já deve ter sido feito a muitos de vocês durante algum processo seletivo ao longo da carreira, nem sempre traz consigo uma resposta fácil. Especialmente para um público que, diante de tantos estereótipos e preconceitos, sequer sabe como será o dia de amanhã em sua vida profissional. A cada nova geração que entra no mercado, uma anterior se vê diante do dilema de ficar para trás e ver cada vez menos portas se abrirem.
O panorama, todavia, não só precisa como deve ser mudado. Pesquisas revelam que o tão falado “choque geracional” é extremamente benéfico não só a profissionais de todas as idades, mas também às empresas. E, afinal, se não olharmos para o público 50+ com atenção, como será quando chegar a nossa vez de lutar por espaço com os mais jovens? Para falar sobre as vantagens de mesclar gerações e como desenvolver mecanismos de inclusão, o RH Pra Você Cast traz Mórris Litvak, Fundador e CEO da Maturi. Confira o papo clicando no app abaixo:
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