A saúde mental dos profissionais de diversidade, equidade e inclusão (DE&I) responsáveis por cuidar em muitos aspectos do bem-estar dos colaboradores das empresas não vai nada bem, segundo recente levantamento realizado pela Tree Diversidade e pelo Grupo TopRH, com percepções de 190 profissionais da área em todo o país. 

Concluído em setembro último, a segunda edição do levantamento, mostra que 37% dos entrevistados notaram uma deterioração da própria saúde mental a partir do momento em que começaram a trabalhar com DE&I, número que avançou 2 pontos percentuais em relação ao primeiro levantamento realizado em 2021. 

Além disso, 38% desses profissionais afirmam que em 2023, assim como em 2021, notaram alterações em seus hábitos alimentares e de sono depois de atuar com diversidade, mostrando alertas clássicos da deterioração da saúde mental para que pessoas e empresas iniciem o manejo da situação antes que ela se agrave. 

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Não bastasse a constatação de que o exercício de funções de DE&I nas empresas é, por si, estressante e um risco à saúde mental para um em cada três profissionais da área, o levantamento traz um outro indício ainda mais preocupante. Cresceu o percentual de profissionais que não percebem suas empresas preocupadas com a saúde mental dos colaboradores.

Em 2021, 28% dos respondentes fizeram essa avaliação. O número saltou para 35% em 2023, quando também diminuiu a proporção dos entrevistados que se diziam neutros, ou seja, diziam não saber como as empresas cuidavam da saúde de seus profissionais. 

Aqui há um alerta claro.

Quando os profissionais de diversidade responsáveis por ações que dão às empresas um ambiente seguro, de valorização das diferenças e de acolhimento não veem um compromisso claro com a saúde mental de todos, então estamos diante de um indício de um ambiente de trabalho não seguro, de quebra de confiança na relação com o empregador e de descrença no propósito das áreas de DE&I. 

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É bem verdade que o levantamento identificou que as empresas, entre 2021 e 2023, investiram em contratações para estruturar áreas organizacionais de DE&I, não só com líderes bem formados, mas também em analistas e assistentes, para que as tarefas da área fossem conduzidas com mais profissionalismo e metodologia.

Mas também é fato que, nos últimos três anos, muitas empresas foram forçadas pela crise econômica a cortar investimentos em DE&I, chegando algumas a demitir funcionários contratados por ações afirmativas, inclusive organizações do Vale do Silício, tidas como empregadores modelo e locais desejados por muitos profissionais. 

Essa situação também fortaleceu entre profissionais de DE&I a percepção de que o trabalho deles não tem o devido reconhecimento, que pode ser deixado de lado em momentos de dificuldades econômicas ou mesmo que é um empecilho ao crescimento da organização. 

Crises econômicas vêm e vão. Se diversidade e inclusão ainda está se provando como essencial ao crescimento das empresas, da mesma forma que, por exemplo, o investimento em inovação, é fato que, como imperativo ético, são necessidades urgentes.

 Piora a saúde mental dos profissionais de DE&I Por Letícia Rodrigues, colaboradora regular da Comunidade RHPraVocê, consultora especializada em diversidade e inclusão e sócia-fundadora da Tree Diversidade.

 

 

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Capa: Depositphotos