A presença feminina no mercado de trabalho pode gerar um aumento de 12 trilhões de dólares no PIB global. Ser protagonista no mundo corporativo exige uma preparação e superação de diversos desafios. Há toda uma preparação educacional e emocional para ser um bom líder e, ao mesmo tempo, atender às expectativas das empresas. Entretanto, para nós, mulheres, há uma barreira, um obstáculo invisível que precisamos superar todos os dias: a desigualdade de gênero.

Contudo, a força feminina vem dando bons frutos. Conforme o relatório da Fundação Getúlio Vargas (FGV), feito a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde 2014, a participação feminina vem crescendo e, em 2019, chegou a atingir 54,34%.

Minha trajetória profissional na companhia é um resultado do qual me orgulho muito. Hoje atuo como Gerente de Marketing, e para chegar onde estou, nunca deixei de acreditar no meu potencial e nos meus talentos.

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Minha posição exige liderança e conhecimentos específicos, habilidades que adquiri estudando, aplicando esse saber no dia a dia e o mais importante, me espelhando em outras grandes mulheres que me ajudaram ao longo de minha trajetória.

Ocupar cargos executivos é uma tarefa que exige competência, inteligência emocional e flexibilidade, ou seja, são posições que qualquer pessoa, independente do gênero, pode exercer. A questão principal é a facilidade no acesso a essas vagas, que, como sabemos, ainda são limitadas.

Nesse ponto, há uma diferença muito grande entre o comportamento feminino e masculino que deixa os homens em vantagem. Segundo o livro “Como as mulheres chegam ao topo”, de Sally Helgesen e Marshall Goldsmith, uma das grandes diferenças é que os homens se sentem muito mais à vontade para falar de suas conquistas e realizações do que as mulheres.

A pluralidade de experiências e visões de mundo só tem a contribuir para uma verdadeira transformação social e econômica. Segundo informa a consultoria McKinsey, um avanço mediano na igualdade de gênero nos setores privado, público e social poderia adicionar 12 trilhões de dólares à economia global até 2025.

Entre todos os obstáculos que o mundo nos impõe, a insegurança e o medo de sermos imperfeitas são barreiras que nós mesmas nos impomos, e que muitas vezes nos impedem de assumirmos riscos.

Quantas vezes você deixou de abraçar uma oportunidade por medo de “não dar conta” de todas as demandas? Posso apostar que a resposta é maior entre as mulheres.

Esse exercício de autoavaliação é crucial para o amadurecimento profissional. A exigência vem de todos os lados, inclusive de nós mesmas. Talvez aqui é onde devemos pôr nossa atenção agora.

Quantas vezes no dia, ou na semana, nos damos a liberdade de relaxar e olhar para dentro de nós, com carinho, para compreender o que de verdade se passa lá no fundo?

Uma pesquisa de 2022 conduzida pela Deloitte, com a participação de cinco mil mulheres de dez países, incluindo o Brasil, trouxe um dado preocupante: 53% delas afirmaram que seus níveis de estresse estão mais altos que no ano anterior e 46% declaram-se esgotadas ou com sintomas de burnout.

Portanto, para conseguirmos o protagonismo, seja no profissional ou no pessoal, precisamos confiar no nosso potencial. Pensando nisso, e nos ensinamentos que aprendi com o livro “Como as mulheres chegam ao topo”, de Sally Helgesen e Marshall Goldsmith, trago 3 dicas sobre como podemos tomar a frente e se destacar, independentemente de qual aspecto da vida.

Enalteça as suas próprias realizações: não tenha medo de falar sobre as suas conquistas e promover suas qualidades. Ser excessivamente modesta não vai te ajudar a crescer na carreira.

Não tenha medo de errar: embora visto como um atributo positivo, a tendência em fazer tudo perfeito para agradar aos outros pode travar o desenvolvimento profissional.

Amplie seu networking: muitas vezes, a busca pela perfeição e o medo de errar nos faz dedicarmos tempo demais no aprendizado técnico. No entanto, se você está em busca de uma promoção, por exemplo, saber criar conexões e manter uma rede de relacionamento é uma soft skill fundamental.

Nosso lugar é aquele que queremos ocupar. Há espaço para todos e vamos evoluir muito, enquanto sociedade, quando conseguirmos superar os obstáculos da desigualdade de gênero.

Enquanto isso, meu recado a todas as mulheres é para acreditarem no seu potencial e não ter medo de assumir riscos.

Como as mulheres podem ser protagonistas em seu trabalho?

Por Ana Paula Delchiaro, Gerente de Marketing do CEBRAC.

 

 

Ouça o RHPraVocê Cast, episódio 105, “Qual o caminho para naturalizar a maternidade no ambiente corporativo?” com Marina Franciulli, Head de sustentabilidade financeira e projetos de impacto da b2Mamy e Shirlei Lima, Gerente de Produto da DIMEP. Clique no app abaixo:

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Capa: Depositphotos