No mundo corporativo vivemos às voltas de resultados e muitas vezes são utilizados KPIs (Key Performance Indicator) para medir produtividade, satisfação do cliente, taxa de turnover, mas quando apresentam resultados insatisfatórios, o que deve ser feito?
É importante identificar a causa desse resultado, que muitas vezes está mais próxima do que podemos imaginar, podendo ter relação com a motivação do colaborador e de seu bem-estar.
As empresas hoje já percebem que aferir o bem-estar do colaborador é tão importante quanto outros indicadores de desempenho. Um colaborador desmotivado afetará os resultados de produtividade, de qualidade e até do lucro.
Agora é preciso identificar a causa da desmotivação do colaborador. Possivelmente não é pelo salário, pelos benefícios ou pelas condições de trabalho, porém, sua desmotivação pode estar relacionada à problemas pessoais e financeiros.
A Associação Brasileira de Educadores Financeiros (ABEFIN), em parceria com a Unicamp e o Instituto Axxus, entrevistou 2.000 colaboradores em 100 empresas de médio e grande porte em vários estados do país. Essa pesquisa revelou que apenas 16% dos colaboradores ouvidos conseguem pagar as contas com suas remunerações mensais, pois são organizados financeiramente, e que 96% dos profissionais de RH ouvidos acreditam que os colaboradores com mais dificuldades em administrar as próprias finanças são menos produtivos.
Isso mostra que um profissional com dificuldade financeira tem a motivação comprometida impactando no resultado da empresa. Uma pessoa com dificuldades financeiras pode apresentar problemas físicos e emocionais, com reflexos negativos no trabalho.
Primeiro a falta de motivação, afinal seu salário não paga as contas, depois o presenteísmo que acarreta a falta de eficiência no seu serviço e até acidentes de trabalho, em seguida o absenteísmo e problemas com a família, agravando os reflexos já vividos no trabalho.
Em muitos desses estágios, o colaborador pode procurar o auxílio da empresa, solicitando aumento de salário, empréstimos, adiantamento de férias ou do 13ºsalário, como forma de minimizara situação. Mas será mesmo que essas ações são a solução?
Garanto que não são! Uma dívida, por exemplo, pode ser paga com um empréstimo, ou com um adiantamento, mas quando o colaborador perceber que seus vencimentos diminuíram em virtude do desconto da parcela do empréstimo ou do adiantamento, voltará ao estágio anterior. O aumento também não resolve, visto que normalmente o colaborador que o recebe passa a ter outro padrão de consumo, continuando endividado. A solução para isso é a Educação Financeira. O colaborador precisa buscar conhecimento para mudar seu comportamento em relação ao uso de seus recursos financeiros.
Segundo o PhD em educação financeira Reinaldo Domingos essa é ciência comportamental, “regrada na mudança de hábitos, comportamentos, atitudes e disciplina”, ou seja, não é uma ciência exata.
O colaborador precisa se educar, aprender a ter novos hábitos, priorizar o que realmente é importante para ele e para isso será necessário muitas vezes fazer escolhas.
A pessoa educada financeiramente conhece quais são seus recursos e passa a administrar e a gerir de forma saudável os seus rendimentos para a realização dos seus sonhos.
Ter dinheiro é uma questão de autoconhecimento e não de alto salário. Em uma empresa podemos encontrar um analista realizando seus sonhos e ainda constituindo mensamente uma reserva para sua independência financeira ou previdência complementar e um gerente, com um salário superior, utilizando o cheque especial todo o mês.
Como a empresa pode ajudar e aumentar a produtividade?
Um programa de educação financeira bem estruturado, apresenta benefícios e resultados tanto para os colaboradores quanto para a empresa. A educação financeira deve ser tratada como parte da responsabilidade social da empresa, beneficiando colaboradores, familiares, comunidade e a ela própria.
O colaborador equilibrado financeiramente estará focado nos serviços que presta e deixará de faltara o trabalho para resolver problemas financeiros. Dessa forma, os índices de presenteísmo, absenteísmo e turnover são reduzidos. Os pedidos de adiantamento, empréstimos e até pedidos de demissão para sanar dívidas, diminuirão.
Com um programa de educação financeira, os colaboradores estarão mais motivados, contribuirão positivamente para o clima organizacional, pois a conscientização aumenta, os gastos da empresa diminuem e os KPIs voltam a apresentar resultados satisfatórios.
Por Emilene Faria Mesquita, franqueada DSOP nas especialidades Educadora Financeira e Educacional; é professora de graduação e pós-graduação e mestre em Contabilidade e Finanças, e associada ABEFIN.
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