Manter uma equipe performando bem nem sempre é tarefa fácil. Afinal, não é só a gestão dos projetos e processos, é também a formação dessa equipe. E a rotina costuma ser cruel muitas vezes, exigindo do líder muito olhar estratégico para a cadeia de produção e pouco para as pessoas.

Quem confirma isso é a pesquisa Panorama do Treinamento no Brasil de 2022, realizada pela Integração Escola de Negócios e pela ABTD – Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento. O levantamento mostrou que das mais de 1.700 horas trabalhadas no Brasil por ano, somente 17 horas são reservadas a treinamentos e processos de capacitação

O dado mostra que aperfeiçoar pessoas não está exatamente na rotina das empresas e, apesar de ser uma média, reforça o quanto é preciso investir no desenvolvimento dos profissionais que fazem as coisas acontecerem. Não é segredo para ninguém que equipe boa é equipe capacitada e, consequentemente, engajada. 

Mas, e como incrementar essa dinâmica no dia a dia sem comprometer tempo de trabalho e sem entediar os colaboradores com mais um curso online, ou ainda, cursos pasteurizados, que muitas vezes não conversam com as necessidades da sua equipe? O trabalho não é fácil.

“Vivemos um problema que é a falta de engajamento das pessoas com as capacitações online. Poucas são as pessoas que finalizam um curso numa plataforma virtual de aprendizagem, por exemplo. Por outro lado, temos aqueles cursos presenciais tradicionais e padronizados, que não consideram a necessidade individual de cada colaborador. A verdade é que as pessoas não têm muito tempo para se capacitar, e o desenvolvimento pessoal e profissional acaba ficando de lado”, exemplifica Marcel Nobre, professor e especialista em treinamentos corporativos e hoje CEO da BetaLab, edtech que funciona como um ecossistema de aprendizagem corporativa.

RH TopTalks 2023

E para que essa realidade mude, é preciso que líderes, RHs e equipes de T&D entendam o papel de uma grande aliada: a tecnologia. “Hoje, temos uma grande diversidade de produtos e serviços possibilitados pela tecnologia e, principalmente, com a criatividade. Rede social, inteligência artificial, streaming, gamificação, metaverso, as possibilidades são infinitas e a maioria delas apresentam excelentes resultados, pois são proporcionadas de forma constante, personalizada e alinhada com a rotina dos colaboradores”, exemplifica. 

Diante desse cenário, o especialista lista três insights que um líder pode ter na hora de pensar em qualificar seu time de maneira rápida e assertiva. Confira:

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Considere buscar o conceito de ensino adaptativo

Cada vez mais é tendência o conceito de ensino adaptativo, ou seja, um ensino personalizado, desenvolvido de acordo com a necessidade individual de cada colaborador e que pode ser a chave para a assertividade. Com a tecnologia, isso se torna cada vez mais realidade, considerando que hoje existe a possibilidade de atrelar treinamentos a algoritmos, por exemplo.

“Um conceito de uma plataforma de streaming com drops de conhecimentos, em que o colaborador vai criando uma trilha de aprendizagem por meio do algoritmo e ainda consegue estar sempre em dia. Isso é totalmente possível com o uso de algoritmos. Esse pode ser um conceito bem inovador e que traz excelentes resultados”, explica Marcel.

Use e abuse de uma aliada: a Inteligência Artificial

Um dado revelado pela pesquisa TIC Empresas, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) mostrou que apenas 13% das empresas adotam a tecnologia em seus processos. O número ainda inexpressivo pode mostrar ainda um certo receio na aposta pela inovação.

“Muitas empresas querem inovar, mas acabam ficando presas a paradigmas antigos, e com isso, acabam perdendo as potencialidades que a inovação pode trazer. Imagina desenvolver uma plataforma nos moldes do ChatGPT para solucionar dúvidas de compliance, orientar processos, e diversas outras possibilidades? Isso também é estimular o desenvolvimento da equipe”, pontua Nobre.

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Estimule o conceito de lifelong learning entre a equipe

Crie oportunidades para que sua equipe tenha autonomia quando o assunto é se aperfeiçoar. Estimule a busca constante pelo conhecimento em todas as áreas, sejam as soft skills ou as habilidades técnicas de cada um. Para isso, promova ações simples que podem fazer com que seu time se sinta motivado a se aperfeiçoar, a criar situações que propiciem troca constante.

“É possível criar dinâmicas como jogos, trivias, webséries e outros formatos que são consumidos sem aquela sensação enfadonha de treinamento. A tecnologia e os recursos digitais são muitos, basta a empresa estar aberta à inovação”, conclui o CEO.

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Por Redação