Tornar o processo de Recrutamento & Seleção ágil, moderno e prático tanto para o recrutador quanto para o candidato. Para tal, assim como o investimento em tecnologias e treinamentos contribui no desenvolvimento de um processo seletivo inovador, apostar em um banco de talentos também tem o potencial de facilitar as ações.

“Quando construído com um propósito claro de uso, o banco de talentos pode ser uma ferramenta de grande importância no recrutamento. Tornar o seu uso constante é um facilitador para antecipar etapas de um processo de seleção, uma vez que é um preparador não apenas para vagas em aberto, mas também para as que ainda serão divulgadas ao público”, explica a especialista em Gestão de Pessoas e em Recrutamento & Seleção, Ellen Rodrigues.

De acordo com a especialista, o principal apoio do banco está na filtragem de currículos. A partir do momento que os cadastros são realizados, a equipe responsável pelas seleções pode organizar as informações de acordo com as exigências das vagas trabalhadas no negócio. O RH pode trabalhar tanto com um banco interno quanto com um externo.

“Você consegue também ter uma organização para diferentes tipos de vagas. Se minha empresa dá oportunidades para pessoas com deficiência, por exemplo, posso utilizar o filtro do banco geral ou até mesmo um banco de talentos exclusivo. Quanto você desenvolve um banco destinado a públicos que costumam ser minorias no mercado de trabalho, você encontra talentos que não estão em evidência por conta da segregação muitas vezes pregada no ambiente profissional. Não preciso me apegar somente a cotas para ter diversidade no negócio”, diz.

Outro ponto ressaltado por Ellen é a tecnologia por trás dos bancos de talentos. A profissional de RH destaca que a utilização de sistemas com uma inteligência artificial moderna alavancam a compreensão das pessoas sobre a importância da ferramenta de cadastros de candidatos.

Além dos softwares modernos estarem adequados à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), eles tornam prático o processo de organização, a atualização das informações, permite que os currículos recebidos sejam categorizados e poupam tempo de um trabalho ainda manual em muitas organizações.

“Mais uma vez ressalto a questão do propósito do uso. Há sistemas de cadastros nos quais os currículos são recebidos, mas não há uma organização. Perder tempo para fazê-la torna a proposta do banco ineficaz, uma vez que sua função é exatamente a de auxiliar a poupar tempo na seleção e oferecer precisão para que o recrutador identifique se existe um match em potencial entre o candidato e a oportunidade em questão”, salienta Ellen.

Encontrar bons parceiros é mais um ponto que pode ajudar no desenvolvimento de bancos efetivos. Enquanto algumas empresas contam com sistemas próprios, outras procuram pelo apoio de plataformas que ajudam a atender às principais necessidades que envolvem o mecanismo de cadastro.

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Facilidades devem chegar ao candidato

O banco de talentos não necessariamente é um substituto para aquele processo costumeiro de um candidato localizar uma vaga em aberto e se candidatar a ela, mas é um antecipador de etapas e conta com um benefício importante: é um modo de quem está procurando por recolocação no mercado concorrer não somente a uma vaga em específico, mas também a futuras.

É natural que a ferramenta seja o primeiro local de procura. Caso ninguém atenda às exigências da vaga, só então a empresa partirá para o anúncio em seus canais ou em outros locais. O fato é que esse processo pode ser caro e demorado, então a prioridade é dada ao banco de talentos.

Bancos de talentos podem facilitar processos seletivos

“O candidato, por meio do acesso a ele, também pode manter seu currículo sempre atualizado. É importante se atentar a todas as informações solicitadas, pois quanto mais detalhes o concorrente às vagas puder fornecer, maiores serão as chances de contato. Fica o conselho, porém, para que as empresas sejam assertivas nessa coleta de dados. Informações pessoais, por exemplo, só devem ser solicitadas se forem cruciais para as vagas a serem preenchidas. O cadastro deve ser prático, ir direto ao ponto e não ser um fator de transtorno ou intimidação para os talentos”, salienta Ellen.

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O banco de talentos pode ser um problema?

Para a especialista em Gestão de Pessoas, a implementação de um banco com tecnologia antiquada pode atrasar processos em vez de adiantá-los. Pior do que isso, segundo ela, é eles existirem e não terem “função”.

Não adianta você ter um banco de talentos, mas somente considerar pessoas que se cadastram em anúncios específicos ou por outros sites, mesmo que candidatos do seu banco atendam a todas as exigências. Mantê-los somente por mantê-los, sem que haja um uso ou funcionalidade, pode comprometer a marca empregadora. Passa uma imagem ruim”, finaliza Ellen.

Por Bruno Piai