Os modelos de trabalho estão mudando com a maior presença da geração Z (aqueles que nasceram aproximadamente entre 1995 e 2010) no mercado, especialmente pela adesão dessas pessoas dentro do ecossistema digital. O estudo Target Group Index, do Kantar IBOPE Media, ressalta essa tendência ao mostrar que 81% dos respondentes da faixa etária estão presentes no Instagram, 43% no TikTok e 32% no Twitter.
Segundo Adriano Almeida, COO da Alura e responsável pela Alura Para Empresas – unidade de negócios que apoia organizações com soluções de desenvolvimento de pessoas em tecnologia -, esse grupo cresceu com a internet em casa, por isso tem mais facilidade de se adaptar à digitalização de processos. “Os líderes desta geração priorizarão ainda mais a capacitação em habilidades digitais, já que possuem um grande potencial de visão para a inovação e enxergam as demandas atuais do mercado”, explica.
Além da tendência tecnológica, o novo rumo dos modelos de negócios conduzidos pelos profissionais dessa faixa etária envolve o desejo pela estabilidade. Não à toa, uma pesquisa da Adobe com estudantes universitários e recém-formados mostra que apenas 16% deles aceitariam um emprego em uma startup ou em uma empresa de pequeno porte, enquanto 52% querem chegar a empresas grandes e estabelecidas, porque creem que elas possuem maiores chances de resistir a crises.
Apesar disso, as lideranças não necessariamente estarão mais ocupadas pela geração Z. Um estudo de Gorick Ng, consultor de carreiras de Harvard, ressalta essa inclinação ao revelar que apenas 2% dos jovens nascidos entre 1997 e 2012 têm interesse em serem líderes. Enquanto isso, uma pesquisa feita pelo Banco Itaú BBA ainda reforça que os Millennials (nascidos aproximadamente entre 1980 e 1995) representam uma importante parcela no mercado de trabalho, sendo que 50% deles estão empregados.
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Para Almeida, essa desconstrução geracional é natural e a transformação digital é uma grande aliada das empresas nesse processo. “Quando os Millennials começaram a assumir cargos de gestão no lugar dos Baby Boomers (nascidos aproximadamente entre 1945 e 1964), as formas de trabalhar também mudaram. Por isso, as novas ferramentas, que melhoram a comunicação entre pessoas e otimizam as suas rotinas, podem ajudar a alocar os colaboradores de acordo com suas preferências e competências”, diz.
O executivo também destaca que as novas gerações já não se preocupam tanto com o “crescimento em escada” dentro das empresas, o que aumenta as chances de vermos uma diversidade etária de colaboradores e líderes no futuro. “Hoje, alguém que se especializa para migrar de área é um agente facilitador para uma companhia crescer. Ou seja, aqueles que aprimorarem os seus conhecimentos em novas tecnologias e tendências se tornam talentos indispensáveis, tornando a ‘ordem de chegada’ um fator secundário”, conclui.
Por Redação