A chegada da pandemia da Covid-19 ao Brasil, em março de 2020, contribuiu – ao lado de outros fatores – para o país terminar o ano com registro negativo em relação à abertura de vagas formais. De acordo com o Novo CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), foram 191.455 vagas fechadas. No ano passado, porém, segundo informações do registro, foram gerados 2,73 milhões de empregos com carteira assinada.

O Ministério do Trabalho informou que foram realizadas, em 2021, 20.699.802 de contratações, enquanto as demissões atingiram 17.969.205 trabalhadores com carteira assinada. Bruno Dalcolmo, secretário-executivo do Ministério do Trabalho e da Previdência, comemorou os números e avaliou que “foi um ano extremamente positivo na geração de empregos”.

Crescimento por região

Os números do CAGED revelam que em todas as regiões do país o índice de contratações foi superior ao de demissões. O Sudeste foi quem mais abriu vagas, totalizando 1.349.692. Nas outras regiões, o total ficou deste modo:

  • Sul – 480.771;
  • Nordeste – 474.578;
  • Centro-Oeste – 263.304;
  • Norte – 154.667.

Mudança de metodologia

Apesar do dado positivo, a metodologia utilizada para calcular os dados não é, segundo especialistas, a mais eficaz. O balanço de 2020 havia sido positivo, informando a geração de 142 mil vagas, mas a revisão do dado constatou que o ano terminou “no vermelho” em relação às contratações. A nova metodologia, que foi adotada em 2020 pelo Ministério da Economia, leva em conta distintas fontes de informação, como os sistemas do eSocial e do empregadorWeb. 

Em entrevista ao portal de notícias G1, o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, destacou que “na nova metodologia, há dificuldade de reportar as demissões e, mais complicado, quando se compara com atividade, a gente vê uma discrepância muito grande”.

O CAGED pode apresentar dados diferentes do eSocial por não exigir obrigatoriedade na declaração de vínculos temporários. Uma vez que o eSocial, por sua vez, exige que tal ação seja obrigatória, é natural que o volume de informações seja maior nele. Em decorrência disso, economistas defendem que as comparações em relação ao índice de vagas formais sejam realizadas de 2020 em diante, já que os anos anteriores utilizaram metodologia diferente, impactando na análise da série histórica do emprego formal.

Veja mais: Quando usar a contratação temporária em uma empresa

Vale destacar que os dados apresentados pelo CAGED contrastam com as informações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Pnad Contínua), realizada pelo IBGE. Enquanto o primeiro levantamento considera somente vagas formais e informa os dados obtidos mensalmente, o segundo leva em conta contratações formais e informais e apresenta os resultados a cada três meses. Por conta disso, as coletas não são comparáveis.

Por Bruno Piai