Quando o mundo começa a dar sinais, precisamos estar atentos para entender o seu significado e nos precavermos com estudos, flexibilização, tecnologia, mudanças de atitudes e comportamentos não só para entender o porvir, mas estarmos prontos para fazermos escolhas e tomarmos decisões conscientes, atinentes a esses novos padrões. Nessa mesma linha de pensamento, há um provérbio que diz: – “Onde há fumaça, há fogo” e para não nos queimarmos, nem padecermos, o melhor remédio é nos precavermos e agirmos proativamente do que correr atrás do prejuízo.

Acompanhando o mercado, lendo, pesquisando na Internet, assistindo palestras, estudando tendências, preparando minhas palestras, fazendo cursos, debatendo com amigos e mentorados,  tenho observado alguns desses sinais e que nem sempre são sinais, mas a realidade nua e crua que se mostra com toda sua exuberância e robustez.

Essa nova realidade tende a definir novas regras e estabelecer novos procedimentos no mundo das empresas e dos negócios, mostrando que daqui para a frente teremos novidades; algumas que estão sendo geradas agora e outras que se iniciaram há algum tempo e agora ganham força e vigor.

Algumas dessas tendências, várias delas explicitadas por Diego Barreto, postadas na Internet:

– Mudanças da tecnologia transformando o mundo. É fácil observamos as tendências e modificações geradas pela tecnologia. Embora lançada em 2015, somente agora que me envolvi com o ChatGPT, um protótipo de chatbot, um software de Inteligência Artificial, desenvolvido pela OpenAI, especializado em diálogo que responde a perguntas. Fico fascinado quando faço algumas perguntas sobre um determinado assunto, os algoritmos do programa respondem com precisão e criatividade, com muitas alternativas de abordagens. Um show!

– As carreiras não serão mais lineares, o que significa dizer que mais nossos jovens terão empregabilidade, ou seja, o seu valor no mercado de trabalho pela flexibilidade e adaptabilidade de serviços prestados, considerando valores e padrões diferentes dos até então aceitos e adotados. Há também a tendência de modificações no sistema educacional, fugindo das estruturas atuais e gerando a possibilidade de escolha dos estudantes em função de suas aptidões e vocação.

– Benefícios serão mais valiosos do que os salários, despertando, desse modo, mais atratividade e retenção de pessoas alinhadas a valores e procedimentos das empresas.

Necessidade contínua de especialização de mão de obra gerando a tendência de falta de gente especializada nas novas e crescentes funções. As universidades precisarão se adaptar, o sistema de ensino tradicional necessitará se adaptar rapidamente para atender às novas e crescentes demandas. Ou nos adaptamos às mudanças ou corremos o risco de ficarmos para trás.

– Benefícios e salários indiretos serão mais importantes do que o próprio salário, sinalizando que profissionais estarão mais conectados com seu bem-estar, fazendo o que gostam de fazer ao invés de preocuparem-se em subir em uma carreira.

– Transformações vertiginosas nos sistemas de trabalho, iniciadas com home-office impulsionadas pela Covid 19, mostrando às empresas vários benefícios para os colaboradores e redução de custos para a empresa, criando-se uma sistemática benéfica para todos, desde que haja um sistema de acompanhamento e responsabilidade no sistema de gestão e liderança.

– Profissionais que não querem subir na carreira, preferindo fazer o que gostam, pouco se importando em mudar, sentindo-se felizes em fazer o que fazem.

– Maior flexibilidade nos sistemas de gestão e liderança, gerando maior engajamento entre os colaboradores e nas relações com as empresas, reduzindo custos, turnover e absenteísmo.

Mudanças no tempo de trabalho, ouve-se falar em semanas de 4 dias de trabalho no mundo, os profissionais parecem que descobriram que a vida não é só feita de trabalho, mas convívio familiar e lazer também são importantes.

– Metaverso veio para ficar e gerar mudanças, entendendo que estamos ainda no limiar de possibilidades em realidade virtual, que tende a se desdobrar e criar ramificações de acordo com a capacidade de criar e imaginar de quem está nesse processo de experimentação e buscadores dessa nova realidade.

– Colaboração e engajamento ganham força e vigor. Tenho um amigo, Alê Prates, que escreveu um livro – “Não negocie com a preguiça” – que trata exatamente sobre a importância do engajamento como um dos principais fatores de sucesso de uma organização.

– Treinamento e desenvolvimento de profissionais ganham novas dimensões, já iniciadas com games, realidade virtual, metaverso, storytelling, processos tecnológicos, neurociência,  simulações, reduzindo custos e aprimorando vertiginosamente as competências e talentos.

– Mudanças em sistemas de remuneração, com a possibilidade de trabalhos freelancers, vagas abertas, trabalhos em PJ, mudando drasticamente as relações trabalhistas ora vigentes.

– Valorização acentuada dos profissionais vinculados a RH, pois a tendência é maior humanização e pautar processos de liderança por valores, humanização, respeito e consideração, tendo as relações fluindo em uma frequência mais espiritualizada, pautada em valorização do humano.

Essas tendências, algumas já deixaram de ser assim tratadas e fazem parte da nossa realidade, são um reflexo natural da evolução dos sistemas de comunicação, compartilhando informações e conhecimentos, fazendo com que as pessoas pensem, percebam e reconheçam seus direitos e seus valores, impulsionando-as a terem uma vida com sentido e o prazer de viver. Certamente o mercado de trabalho não poderia ficar fora dessa dinâmica social.

Reinaldo Passadori, Professor de Oratória e Escritor, Mentor, fundador e CEO da Passadori Comunicação, Liderança e Negociação. Adaptação do seu livro ‘Quem Não Comunica Não Lidera’ – Ed. Passadori. É um dos colunista do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.