Em “A Humanidade e a Mãe Terra”, Toynbee narra que “Ao cultivar o aluvião, os Sumérios foram a primeira sociedade do Velho Mundo a produzir um excedente, acima dos requisitos anuais para sobrevivência para a mera subsistência”. “Na verdade, o excedente era reservado ao uso de uma minoria privilegiada, cujo tempo e energia eram assim liberados da tarefa de produzir alimentos …” esse privilégio teria sido tolerado por acreditarem que seria por executar serviços para a sociedade como um todo.

A evolução humana, partindo do estado de natureza da vida nômade e predatória, trouxe naturalmente a instituição política e, com ela, a organização social. A sociedade não teria prosperado sem a organização decorrente desse importante passo que instituiu o papel do Estado, da Natureza, do Capital e do Trabalho, fatores da produção e fundamentos da “Economia Social”.

Há que se ressaltar a necessidade de organização social para que haja produção, e que os postulados dessa organização é a “Politica”, regras de convivência, limites de ação, direitos e deveres comuns. A política acontece justamente no ato de existir em conjunto.

Nos últimos três séculos, principalmente após a revolução francesa, os regimes políticos totalitários vêm sendo substituídos por Estados Democráticos de Direito, que buscam ser igualitários, valorizando o ser humano e garantindo o livre arbítrio a todos os indivíduos.

Uma vez que nas sociedades modernas cada indivíduo possui o direito de escolha de seus governantes, convém que no relacionamento entre empregado e empregador não haja interferência na liberdade política de ambos, garantindo a cada um o direito individual de opinião e escolha dos governantes.

Para preservar o ambiente organizacional, convém recomendar a todos colaboradores que evitem comentários políticos no ambiente de trabalho, partindo o exemplo dos líderes e gestores, em benefício do companheirismo.

Sendo uma instituição coletiva, não convém às empresas expressarem publicamente um viés partidário ou ideológico para evitar colidir com os interesses de seus “stakeholders”, o que não as impede de participar da vida política através de associações de classe, de forma não isolada.

Todavia, é bom lembrar que quando o Estado não oferece segurança institucional, a tendência é ocorrer uma migração do capital para outros países mais propícios, acarretando a redução da atividade econômica, desemprego, baixa produção, desequilíbrio econômico, desabastecimento, e todas as consequenciais da ausência de produção.

Da mesma maneira que ao buscar um emprego, uma pessoa escolhe o melhor para si em termos de remuneração, carreira e segurança, o empreendedor busca o Estado, que oferece liberdade para empreender, melhor infraestrutura de serviços públicos, sustentabilidade, ordem pública e segurança física e jurídica necessária ao funcionamento do seu negócio.

Vicente Graceffi, consultor em desenvolvimento pessoal e organizacional. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.