Em algum momento da vida, certamente você já se viu em uma situação de estresse ou ansiedade, que estava diretamente relacionada aos problemas financeiros que surgem – seja por falta de dinheiro para pagar as contas, um gasto elevado que não estava previsto, perda de trabalho etc.

Na hora de lidar com a saúde financeira, alguns sintomas que boa parte das pessoas mais sentem são culpa, ansiedade, irritação e perda de sono. É o que diz o estudo “O bolso do brasileiro”, realizado pelo Instituto Locomotiva e XP Investimentos, que ouviu 1.500 brasileiros com mais de 18 anos.

A pesquisa mostra que 46% dos entrevistados sentem culpa e ansiedade por conta da sua situação financeira atual, já 31% disseram que ficam irritados e 21% afirmaram perder o sono devido às contas no vermelho.

Além de todos esses efeitos, quem está endividado tem mais chances de tomar decisões financeiras piores, correndo o risco de complicar ainda mais a situação, segundo o Instituto de Políticas sobre Dinheiro e Saúde Mental.

Mas mesmo diante de números tão assustadores, a saúde mental relacionada às dificuldades da vida financeira ainda é considerada um tabu em muitos lugares. Apesar de impactar grande parte da população, poucas pessoas se sentem confortáveis para falar sobre o que estão passando.

O Brasil tem apresentado cada vez mais um significativo aumento na taxa do endividamento. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o percentual de famílias brasileiras com dívidas continuou em alta no mês de agosto de 2021, atingindo 72,9% da população.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o índice de suicídios no Brasil é de aproximadamente 12 mil pessoas anualmente.

É importante que nós, como gestores, tenhamos o hábito de manter uma atenção especial e particular com cada colaborador para identificar as suas necessidades e ajudar no seu crescimento profissional.

Costumo dizer que o senso de pertencimento a uma empresa é um ponto importantíssimo no desenvolvimento dos profissionais que atuam nela. O modo como elas exercem suas funções é reflexo de seus estados físico e mental.

Abaixo, listei alguns dos problemas mais comuns de quem está vivendo em meio a uma desorganização financeira.

  • O colaborador vai apresentar baixa autoestima: esse é um dos problemas que aparecem com mais facilidade para quem está enfrentando uma crise financeira. Não é necessariamente algo grave ou uma doença em si, mas prejudica muito o dia a dia das pessoas. Quem se sente assim não consegue se concentrar e acaba se tornando menos produtivo no trabalho.
  • A ansiedade vai estar presente 24h por dia: este é o segundo problema que mais incomoda a vida de quem passa por momentos difíceis. A ansiedade faz o dia se tornar incerto em diferentes aspectos. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, 9,3% dos brasileiros possuem algum transtorno de ansiedade. Em um cenário de incertezas, isso pode ser descontado em outros vícios, como comida, tabaco e álcool.
  • Estresse e insônia: são os fatores que mais atingem pessoas com problemas financeiros. Segundo a pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), cerca de 57,6% dos entrevistados, alegaram que se sentem estressados pela falta do dinheiro e por preocupação com as finanças. Ainda de acordo com a mesma pesquisa, aproximadamente 40%, disseram sofrer de insônia por causa da falta de dinheiro e do endividamento.
  • Depressão: sim, a falta do dinheiro pode levar uma pessoa a depressão. Isso porque a falta de dinheiro priva as pessoas de muitos momentos, causando ainda sentimentos de inutilidade e descrença, o que só piora esse cenário.

Acredito que o cuidado das pessoas em volta, seja um familiar, amigos ou um gestor é fundamental no processo de superação para que não haja complicações a ponto de atingir a vida profissional ou a saúde mental de forma grave – e até mesmo tornar-se irreversível.

A saúde está ligada à qualidade de vida. Portanto, oferecer apoio é essencial para que o seu talento enfrente o momento da dificuldade financeira da melhor maneira possível.

A falta de dinheiro entre as principais causas de depressão e suicídio

Por Gustavo Raposo, cofundador e CEO da fintech Leve. É formado em engenharia de automação e controle pela Universidade Federal de Santa Catarina. Possui MBA na área de Serviços de Gestão Financeira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

 

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Para responder a isso e auxiliar no melhor entendimento sobre a importância da comunicação assíncrona, o RH Pra Você Cast traz a neurocientista Ana Carolina Souza, sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa. Clique no app abaixo:

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