Perfil do pedreiro brasileiro: o que as empresas esperam dos profissionais de construção civil? Veja quais são as características do pedreiro brasileiro, o que buscam as empresas e como os profissionais da construção podem se capacitar melhor.
O setor da construção civil cresce ano após ano no Brasil, com cada vez mais vagas disponíveis: 430 mil oportunidades foram geradas somente entre os meses de março de 2020 e maio de 2022, segundo o levantamento feito pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Fazendo um breve panorama da construção civil, a tendência é que ainda mais postos de trabalho sejam criados. Afinal, o setor começou o ano de 2023 com projeção de crescimento de 4,5%, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mesmo assim, existe uma discrepância entre o perfil dos pedreiros brasileiros e a demanda dos contratantes. Ao todo, 90% das construtoras têm dificuldades em contratar mão de obra qualificada no país. O perfil do pedreiro brasileiro pode ajudar no entendimento do cenário.
Perfil do pedreiro brasileiro: quem são os profissionais fundamentais para a construção civil
O gênero masculino domina a profissão. A predominância é de homens com 44 anos de idade e com o ensino médio completo. No total, 49,1% concluíram o colégio, 8,7% interromperam os estudos no colegial e 17,5% fizeram apenas o ensino fundamental.
No que diz respeito às funções exercidas, o pedreiro realiza construções e reformas, atuando em diversas etapas da obra, participando da fundação, concretagem, armação de metal, pintura, assentamento e revestimento. Ou seja, trata-se de um cargo fundamental para o bom andamento do projeto.
Em relação ao salário, o pedreiro recebe, em média, R$ 2.059,12 mensais ao cumprir uma jornada de 44 horas de trabalho semanais, conforme dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), eSocial e Empregador Web.
Eles possuem mais oportunidades de trabalho em São Paulo, estado que mais contrata pedreiros em todo o Brasil. Além disso, a média salarial de pedreiros que trabalham em território paulista é a segunda maior, R$ 2.228,05, atrás apenas de Santa Catarina, com R$ 2.264, 28.
Vale destacar que o salário não tem apenas ligação com a localização e funções a serem desempenhadas. Os contratantes consideram outro importante fator: o grau de instrução.
A pesquisa feita pelo portal Salário.com revela que pedreiros com o ensino médio completo ganham cerca de R$ 2.073,71. Profissionais com esse grau de escolaridade corresponde a 49,7% (282.073) dos envolvidos no estudo.
Por outro lado, pedreiros com pós-graduação não chegam a 1%, somando apenas 54 pessoas, que recebem aproximadamente R$ 2.267,69. Falta mão de obra qualificada.
O desafio dos contratantes: vagas que requerem capacitação específica são mais difíceis de preencher
Enquanto muitos pedreiros buscam oportunidades para sair da informalidade, as construtoras enfrentam dificuldades na hora de recrutar novos funcionários: 90% dos entrevistados pela CBIC em fevereiro de 2022 afirmaram ter problemas para encontrar o candidato ideal. Em 2021, essa era a opinião de 77% dos respondentes.
Encontrar bons profissionais para ocupar a função de pedreiro é a mais desafiadora: 86% dos empregadores afirmaram ter problemas para encontrá-los. A lista segue com carpinteiros (78,7%), mestre de obras (74,7%) e encarregado (70%). A carência de qualificação na mão de obra terceirizada também é alta, chegando a 94,67%.
Uma das razões para essa disparidade vem do fato de grande parte dos trabalhadores disponíveis no mercado não terem conhecimento suficiente para atender as demandas e lidar com a tecnologia. Afinal, os canteiros de obra de todo o Brasil estão cada vez mais tecnológicos.
“Mão de obra qualificada não é só formação e execução de atividade, mas comportamentos e habilidades humanas que podem fazer a diferença. A cada ano, as empresas têm mais dificuldades para preencher vagas, desde as mais simples até algumas funções que exigem maior preparo e formação”, afirma a diretora de gestão estratégica de pessoas no ManpowerGroup, Wilma Dal Col, em entrevista concedida à CNN.
Ou seja, para conseguir um emprego de pedreiro é preciso ter qualificação e competência. Quanto maior o grau de formação, mais chances de assegurar a tão sonhada vaga. Além disso, o bom pedreiro é aquele que se adapta rapidamente às inovações no ambiente de trabalho.
Como os profissionais da construção civil, principalmente os pedreiros, podem melhorar o currículo?
As empresas podem, e devem, promover a qualificação de seus funcionários. Tanto é que 64% das organizações realizam a capacitação dentro da própria instituição, de acordo a pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em conjunto com a CBIC.
Grande parte das empresas preferem qualificar seus colaboradores por meio de aulas ministradas no canteiro de obras, por escolas contratadas pela companhia.
Porém, os empregadores não carregam 100% da responsabilidade. Os profissionais precisam tomar a iniciativa de ampliar a sua qualificação e formação, com o objetivo de conseguir novas oportunidades de trabalho.
Além de adquirir conhecimento em escolas especializadas na construção civil, os trabalhadores podem participar de cursos profissionalizantes, como a Academia de Profissionais Obramax, que oferece capacitação para diversas áreas da construção.
Por Mariana Monteiro, jornalista especialista em Link Building e Digital PR na Hedgehog Digital.
Ouça o RH Pra Você Cast, episódio 137, “Transparência salarial empolga, mas estamos mesmo prontos para isso?“. Empolgante para os candidatos, preocupante para as empresas. Esse é o panorama das opiniões por trás de Projetos de Lei que obrigam as organizações a revelarem o salário de qualquer vaga em aberto.
Nos Estados Unidos, algumas cidades e estados já fazem da legislação parte de sua rotina de trabalho. O propósito principal da medida é combater a desigualdade salarial de gênero e raça. Na teoria, a ideia chama atenção. Mas será que, de fato, nossa cultura de trabalho está pronta para tamanha transparência?
Enquanto o PL 1149/22, que exige que empresas brasileiras façam o mesmo, não é nem arquivado nem aprovado, fica a dúvida. Por isso, o RH Pra Você Cast convidou Tábata Silva, Gerente no Empregos.com.br, para debater o contexto e nos ajudar a entender se a transparência salarial é ou não positiva para o mercado. Confira:
Não se esqueça de seguir nosso podcast e interagir em nossas redes sociais:
