Esses dias, num grupo de amigas do WhatsApp, foi compartilhada uma troca de mensagens sobre uma candidata que declinou de uma proposta de trabalho alegando que a cultura estava incompatível com a busca dela por qualidade de vida.

Embora ela tenha gostado das possibilidades, não estava disposta a se sacrificar, e havia decidido preservar sua saúde física e mental.

Houve discussão e discordância – no meu grupo e nas redes sociais – até que uma amiga e colaboradora da empresa em que eu trabalho comentou: “Nesse sentido, eu tenho um amor que se chama DeÔnibus. Eu acho que somos o futuro do mundo do trabalho. Relações respeitosas,
flexibilidade, preocupação genuína dos founders e líderes com saúde física e mental de todos.  Povo que trabalha feliz. Nunca vi. Coisa boa de viver, viu?”.

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Tenho prints dessa mensagem, se quiserem viralizá-la também [risos].

Segundo pesquisa da Robert Half, de outubro de 2022, “trabalhar em um ambiente de apoio e acolhimento foi citado como prioridade nos objetivos de carreira de 70% dos líderes e 66% dos liderados entre 800 profissionais” que participaram do levantamento.

Embora a busca por maior bem-estar emocional, que já vinha acontecendo desde a entrada dos profissionais da geração Y no mercado de trabalho, tenha sido impulsionada pelas transformações que ocorreram no mundo corporativo, devido à pandemia de covid-19.  Mas eu vivo essa cultura
há 10 anos e vai continuar sendo.

Explico.

A gente não tem Política de Trabalho, tem Política de Descanso. Pausar é fundamental. Em tempos remotos, levantar para tomar um café ou uma água, lanchar ou almoçar fora da mesa do computador, dar uma volta no quarteirão, fazer esportes pela manhã, noite ou hora de almoço são recomendações seríssimas. E desligar telas também – se tornou necessário.

A premissa do respeito é inegociável.

Respeito é um dos nossos valores, acompanhado de Honestidade, Transparência e Otimismo: não é sobre falar o que você pensa, mas sobre como você pensa. Com inclusão. Se não for para ser diverso, divergente, complementar, desconstruir os status quo, nem venham.

Nosso Recrutamento está baseado em pessoas que valorizam pessoas, que estão comprometidas com a transformação social e que estejam dispostas a aprender, rápido, sobre si mesmas: o resto a gente ensina.

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Aliás, um dos nossos rituais mais estranhos a quem vem do mercado tradicional, conservador ou hierárquico, são os nossos check-ins: meia hora semanal para times falarem sobre quaisquer assuntos, menos trabalho.

Canal de Denúncias

A pergunta mais recorrente que escuto quando novos membros entram é: “Babi, não entendi. Posso falar tudo? Qualquer coisa?”. E minha resposta sempre é: “Sim, aqui você pode falar tudo. Qualquer coisa”, porque estamos todos ancorados no respeito, e na coletividade da colaboração que nos une em uma missão e propósitos compartilhados.

Não existe receio de retaliação, de ‘ir para a avaliação’ ou de haver um feedback duro.

A nossa companhia está há 10 anos atuando no mercado por meio de relações saudáveis, simplesmente porque não acreditamos em outras formas. Pessoas são causa e consequência – o negócio está no meio delas e o ‘pacote de remuneração’ é intangível, porque ainda não descobrimos como medir, verdadeiramente, plenitude, senso de pertencimento.

Inclusive, todo esse nosso movimento, mas não só ele, nos ajudou a conquistar novamente o selo Humanizadas, recebemos o ESG rating BBB, que demonstra alto nível de maturidade organizacional.

Para nós, a cultura humanizada é parte fundamental dos nossos valores e contribui diretamente para um desenvolvimento sustentável do negócio, afinal, nem tudo vale a pena pelo ganho financeiro.

Como também acredita a tal candidata que declinou da ‘proposta dos sonhos’  – não sei de quem – a troca que queremos é de um salário emocional, porque tem dinheiro que é caro demais para ganhar.

E embora amor (sozinho) não pague a conta, ele dignifica, também, o trabalho.

A importância de criar uma Cultura de Pertencimento

Por Babi Teles, Head de cultura e pessoas na DeÔnibus, scale-up de vendas de passagens rodoviárias, um dos principais marketplaces de viagens rodoviárias do Brasil. 

 

 

Ouça o PodCast RHPraVocê Cast, episódio 92, “Como fortalecer a cultura organizacional em modelos flexíveis de trabalho?” com Bianca Carmignani, Head de Recursos Humanos da Nespresso no Brasil e Daniela Gartner, Sr Human Resources Director LATAM at NTT Ltd. Clique no app abaixo:

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