Setembro amarelo: a importância de promover a saúde mental no ambiente de trabalho. É cada vez mais comum os meses do ano estarem vinculados a cores que representam campanhas voltadas à conscientização e à prevenção de doenças e problemas de saúde.
Pelo fato de ainda não existir um calendário oficial, os meses acabam recebendo mais de uma cor específica. Porém, no caso de setembro, o destaque é o amarelo, que representa a campanha brasileira de prevenção ao suicídio
Por essa razão, durante setembro, discussões sobre saúde mental acabam se tornando mais frequentes entre as pessoas de modo geral. No entanto, quando se trata do ambiente de trabalho, percebo que os debates se restringem apenas por um período determinado, como se tivessem prazo de validade, passando a não ter tanta importância quando o mês acaba, o que não faz sentido algum.
Em 2022, a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou como doença ocupacional a Síndrome de Burnout, que acontece devido ao esgotamento físico, emocional e mental causados pelo estresse do trabalho. E uma pesquisa realizada pela International Stress Management Association (Isma) aponta que o Brasil está em segundo lugar em número de casos diagnosticados, atrás apenas do Japão.
Além do Burnout, outras doenças como depressão, ansiedade e distúrbios emocionais também podem levar pessoas a serem afastadas de suas respectivas funções no trabalho, o que já demonstra a importância de levar a sério temas relacionados à saúde mental, pois quando esta é comprometida, gera um prejuízo para o indivíduo como um todo, tanto na vida profissional quanto na pessoal.
A questão que coloco aqui é: quando um colaborador é acometido por alguma doença que foi motivada pelo trabalho, é certo que algo não está funcionando da melhor maneira: ambiente tóxico e não seguro, pouca ou falta de liberdade para se expressar, falhas de comunicação com o gestor, entre outros motivos.
O fato é que não podemos terceirizar a culpa, a primeira responsabilidade é do colaborador, e a segunda fica a cargo da gestão.
Neste contexto, os OKRs – Objectives and Key Results (Objetivos e Resultados Chaves) -, são uma ótima ferramenta para ajudar a melhorar a comunicação entre líder e liderados, pois estimulam a valorização do time, fazendo com que cada integrante seja visto e ouvido, o que facilita a criação de ambiente de trabalho acolhedor, para que ocorra uma troca de ideias e opiniões entre todos os envolvidos.
Aliado a isso, os OKRs preveem ajustes constantes, o que possibilita conversas frequentes sobre as entregas e tarefas. Este processo torna mais fácil identificar se algo não está dando certo e assim resolver os problemas.
Em momentos de fechamento de ciclo, isso faz muita diferença, gerando mais aprendizados, o que tende a resultar em menos casos de insatisfação, que quando acumulados, podem levar ao surgimento de alguma doença.
Assim, é importante que as empresas estejam atentas aos seus colaboradores, para que seja possível evitar doenças causadas pelo trabalho, desenvolvendo um ambiente saudável para que a equipe mantenha sua saúde mental em dia.
Essa mobilização vai fazer com que as pessoas tenham liberdade de relatar incômodos ao seus superiores, quando surgirem, o que irá evitar sofrimento e problemas maiores no futuro.
Por Pedro Signorelli, consultor que conta com 20 anos de experiência no mercado corporativo. É colaborador habitual da Comunidade RHPraVocê.
Ouça o RH Pra Você Cast, episódio 134, “Nova classificação do burnout faz um ano: as confusões e avanços sobre a mudança“. Em janeiro de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mudou a classificação da síndrome de burnout, que passou a ser descrita como um fenômeno ocupacional, ou seja, um esgotamento condicionado exclusivamente ao trabalho – dentro da #CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde). Passado um ano, ainda há certa confusão sobre a nomenclatura, o que caracteriza ou não o burnout. Além disso, o que mudou ao longo desse tempo? Qual foi o impacto para as empresas e para os RHs? Conversamos sobre tudo isso com Ana Maria Rossi, presidente da #ISMA-BR (International Stress Management Association). Acompanhe!
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