Burnout x Layoff: Quando os gestores vão começar a cuidar de seus colaboradores? O mundo empresarial está enfrentando desafios cada vez mais complexos, e a crise desencadeada por eventos recentes têm impactado significativamente a saúde mental dos trabalhadores.
O fenômeno do burnout, caracterizado por exaustão emocional, despersonalização e diminuição da realização pessoal no trabalho, está em ascensão nas empresas. Isso se torna especialmente evidente no contexto das demissões em massa que vêm ocorrendo, levando-nos a questionar se os gestores estão verdadeiramente aptos a cuidar de seus colaboradores.
No Brasil, 18% dos brasileiros são vítimas da Síndrome de Burnout, sendo que a maioria da população afetada tem menos de 30 anos. É o que revela uma pesquisa realizada em 2021 pela faculdade de medicina da Universidade de São Paulo (USP). Em paralelo, o grupo Layoffs Brasil aponta 11,5 mil pessoas desligadas somente em janeiro de 2023.
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Ainda, uma em cada quatro pessoas não se sente valorizada no trabalho, segundo o relatório “Transforming Enterprises through Diversity and Inclusion“, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Sendo assim, sabemos que se o colaborador não se sente pertencente, a chances de saída voluntária aumenta drasticamente, e de acordo com um levantamento realizado pela Robert Half, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o Brasil é o país com o maior índice de turnover do mundo: 56%.
Em meio a esse cenário, surge uma questão fundamental: os gestores estão preparados para lidar com o bem-estar de seus colaboradores? Ou, então: os gestores conhecem as pessoas de seus times? A resposta, infelizmente, nem sempre é positiva.
Embora muitos gestores reconheçam a importância de promover um ambiente saudável, nem todos possuem as habilidades ou a compreensão necessárias para realmente cuidar da saúde mental de suas equipes.
A empatia e o suporte emocional são elementos essenciais na prevenção do burnout. Gestores que demonstram interesse genuíno pelo bem-estar de seus colaboradores, oferecendo um ouvido atento e compreensivo, podem fazer toda a diferença para criar um ambiente mais saudável.
Além disso, fornecer recursos para lidar com o estresse, promover a flexibilidade no trabalho e incentivar pausas regulares também podem beneficiar os funcionários, elevando seus níveis de felicidade.
No entanto, a responsabilidade não é apenas dos gestores. As organizações precisam adotar uma abordagem correta para enfrentar o problema do burnout. Isso envolve repensar as práticas de gerenciamento, promover uma cultura de cuidado com a saúde mental e reavaliar as demandas excessivas impostas aos funcionários.
As demissões em massa podem ser inevitáveis em algumas circunstâncias, mas as empresas devem se esforçar para oferecer suporte aos colaboradores que permanecem, evitando sobrecarregá-los com responsabilidades excessivas.
Estamos envolvidos no ambiente de trabalho durante oito horas do nosso dia – sem contar as horas extras. Então, consequentemente, conhecer a pessoa que trabalha ao nosso lado é essencial para promover um ambiente de bem-estar e qualidade de vida.
O mapeamento do colaborador não se resume apenas a skills. Conhecer, conversar e estar aberto a debates além do campo profissional também é um caminho para ter melhoria na rotina.
Portanto, gestor, esteja aberto a conhecer o seu time.
Por Jaqueline Padilha, COO e cofundadora da Talent Academy.
Ouça o RH Pra Você Cast, episódio 134, “Nova classificação do burnout faz um ano: as confusões e avanços sobre a mudança“. Em janeiro de 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) mudou a classificação da síndrome de burnout, que passou a ser descrita como um fenômeno ocupacional, ou seja, um esgotamento condicionado exclusivamente ao trabalho – dentro da #CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde). Passado um ano, ainda há certa confusão sobre a nomenclatura, o que caracteriza ou não o burnout. Além disso, o que mudou ao longo desse tempo? Qual foi o impacto para as empresas e para os RHs? Conversamos sobre tudo isso com Ana Maria Rossi, presidente da #ISMA-BR (International Stress Management Association). Acompanhe!
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