Em 2021, o professor de comportamento organizacional Anthony Klotz cunhou a expressão “Grande Renúncia”. Na época, sua única intenção era falar sobre a tendência que levou um grande número de trabalhadores norte-americanos a deixar seus empregos; cerca de 49 milhões de profissionais no ano e mais de 50 milhões, em 2022. Os dados foram publicados pelo Escritório Norte-Americano de Estatísticas Trabalhistas.

A fala, mesmo que controversa para a época, se tornou realidade em poucos meses. A situação chegou a viralizar de forma surpreendente, acabando em portais de notícias e nas redes sociais. No Brasil, por exemplo, o início de 2023 foi marcado por uma sequência inédita de demissões em massa.

Mais de 30 desligamentos coletivos foram registrados no Layoffs Brasil – banco de dados abertos para analisar o impacto das demissões e ajudar profissionais na recolocação.

Hoje, a cada semana, pelo menos uma nova rodada de demissões é anunciada. Ainda existem estudos que demonstram que muitos dos profissionais que se mantiveram no emprego ainda estão pensando em se demitir. Em um mundo cada vez mais competitivo, com demandas e requisitos que mesclam soft e hard skills, os colaboradores são colocados no spot para mostrar todas as qualidades que possuem.

É normal, a depender do currículo profissional desenvolvido, que o colaborador questione o cargo e o ambiente no qual está inserido, em prol de melhorias que priorizem o aumento salarial e jornadas mais equilibradas.

Segundo dados do estudo de remuneração para 2024, divulgados pela Michael Page, 84% dos 6.647 candidatos entrevistados apontaram o salário como principal motivador para aceitar uma nova oportunidade de emprego. A pesquisa ouviu 3.844 empresas, em sua maioria com operações no Sudeste do país.

Com a onda inflacionária e os juros cada vez mais altos, o poder de compra do consumidor está enfraquecido, o que ampliou o questionamento por parte dos profissionais sobre o salário atual ser realmente suficiente para gastos com saúde, educação e alimentação.

A base ainda aponta que, em 2024, 37,6% das empresas não planejam aumentos salariais além do dissídio, e a maioria dentre as que querem aumentar salários, pensam em um acréscimo de 6%.

Mesmo que exista um movimento que priorize o bem-estar e a qualidade de vida no ambiente de trabalho, o salário ainda é um ponto de atenção em grandes e pequenas empresas que visam manter a base de colaboradores motivada e com um alto índice de rendimento.

Remuneração e o impacto da produtividade

Por Alex Araujo, CEO da 4life Prime Saúde Ocupacional, uma das maiores empresas do Brasil. Formado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) em Administração de Empresas e Gestão de Recursos Humanos.

 

Ouça o RH Pra Você Cast, episódio 137, “Transparência salarial empolga, mas estamos mesmo prontos para isso?“. Empolgante para os candidatos, preocupante para as empresas. Esse é o panorama das opiniões por trás de Projetos de Lei que obrigam as organizações a revelarem o salário de qualquer vaga em aberto.

Nos Estados Unidos, algumas cidades e estados já fazem da legislação parte de sua rotina de trabalho. O propósito principal da medida é combater a desigualdade salarial de gênero e raça. Na teoria, a ideia chama atenção. Mas será que, de fato, nossa cultura de trabalho está pronta para tamanha transparência?

Enquanto o PL 1149/22, que exige que empresas brasileiras façam o mesmo, não é nem arquivado nem aprovado, fica a dúvida. Por isso, o RH Pra Você Cast convidou Tábata Silva, Gerente no Empregos.com.br, para debater o contexto e nos ajudar a entender se a transparência salarial é ou não positiva para o mercado. Confira:

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