“O terroir reúne um conjunto de fatores que influenciam na produção de um vinho e pode ser aplicado no mundo corporativo para criar o “clima perfeito” nas empresas e gerar engajamento”

Uma taça de vinho. Uma revista de vinhos. Uma bela combinação para relaxar depois de um dia intenso no trabalho. Me acomodei na poltrona para degustar a bebida e a leitura.

A capa da publicação estampava o músico Roberto Menescal com sua taça de tinto, como eu, e a manchete: “Degustando a vida”. Ao virar a página, o título da Carta do Editor me pegou: “Clima Perfeito”.

O jeitão bon vivant de Menescal, um dos criadores da Bossa Nova, e a chamada do editor, conduziam ao tema “terroir “na reportagem especial daquela edição.

Dei mais um gole no meu tinto, um italiano que mescla três uvas, sangiovese, cabernet sauvignon e merlot, e tive uma ideia meio Bossa Nova: o conceito de terroir tem tudo a ver com os novos tempos do mundo corporativo.


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O “clima perfeito” e a sugestão de “degustar a vida”, afinal, passaram a ser os maiores desafios empresariais, nos últimos tempos, para atrair e reter os melhores profissionais. Depois da chegada do home office, ninguém encontrou ainda, no pós-pandemia, o “ponto” que melhor atende a satisfação dos colaboradores.

Vamos à degustação do tema: algumas empresas preferem que 100% dos colaboradores estejam fisicamente no escritório, outras 100% em home office e outras em modelo híbrido…

Vide repercussão recente dos cases Tesla, onde exigiu que 100% voltassem ao escritório, e de um alto executivo do Google que preferiu se demitir a atender a imposição de retorno ao presencial.

Talvez porque as empresas não atingiram, ainda, o “clima perfeito” para receber seus colaboradores, como ocorre no mundo dos vinhos. De conceito complexo, o termo terroir ainda causa confusão em muitos apreciadores da bebida.

O que dizer, então, do universo corporativo?

Seu conceito, de forma mais ampla, traz uma ligação entre quatro elementos característicos da região onde o vinho é produzido: o clima, o solo, as uvas e o trabalho humano. Juntos, esses elementos compõem as características únicas da bebida produzida naquele local.

No terroir corporativo, o clima perfeito pede: coerência no propósito (o famoso elo entre discurso e prática), clareza na comunicação (o que significa que todos conhecem a estratégia do negócio), capacidade de escuta ativa ao ouvir as equipes e o “espírito de acolher” , ou seja, dar oportunidade aos profissionais de participar, o que gera engajamento.

Desse blend, quero destacar especialmente o quarto elemento. Sem a ação humana, como já falamos acima, não há terroir. As pessoas são um dos pilares do terroir, a fim de exprimir as melhores qualidades e resultar no melhor vinho.

Um bom produtor, com certeza vai extrair o que há de melhor daquele terroir, a fim de oferecer uma experiência única a quem apreciar sua bebida.

Dito isso, nas empresas, quanto mais o gestor conhecer e estimular suas equipes, maiores serão os resultados. Como costumo dizer em palestras e conversas com especialistas e estudiosos: “Não existe pílula mágica para engajamento”. É um exercício diário de dedicação e doação, como no casamento.

Todos os dias é preciso “regar” e fortalecer o outro, empoderá-lo, elevá-lo e criar um clima de respeito mútuo, para que cada profissional possa ser ele mesmo, independente da empresa ou do tamanho de seu crachá.

Um estudo global da Robert Half, em parceria com a Happiness Works, aponta que ter orgulho da empresa na qual atua é o principal gerador de felicidade nos profissionais. O dado reforça o quanto é importante investir no terroir corporativo, para gerar uma percepção positiva dos colaboradores.

Esse cuidado implica em investir em iniciativas que estejam alinhadas às expectativas e necessidades de quem vai usufruir dela.

Outra pesquisa da consultoria Mercer, com mais de 800 líderes, revela que um em cada três deles acredita que pelo menos 50% de sua equipe permanecerá remota.

Eis outra questão: qual o melhor modelo para criar o “clima perfeito” , em prol do engajamento?

O desafio está em escolher um modelo que provoque sensação de pertencimento, mesmo em meio às incertezas do pós-pandemia.

Acredito que o senso de propósito como abertura para o diálogo é um caminho interessante. Buscar as melhores práticas, na cartilha do ESG, com foco em uma gestão humanizada, certamente vai extrair as características diferenciadas do terroir corporativo que tanto ambicionamos.

Assim, poderemos “degustar a vida” em um “clima perfeito”, ou quase perfeito, como nosso querido Menescal, na capa da revista dos vinhos.

Aproveito para erguer um brinde e perguntar: como vai o terroir da sua empresa?

Terroir corporativo: um tema para degustação

Por Wilson Medeiros, experiente executivo com foco em posições comerciais estratégicas, com viés para expansão, IPOs e alianças. Lidera o movimento de expansão da BRITech Brasil, cuja missão é descomplicar a gestão de investimentos para facilitar a gestão da sua operação e prevenir eventuais riscos. É formado em administração de empresas, com cursos de especialização em negócios para executivos pela FGV-SP e outras certificações, como Personal and Executive Coach pelo ICI – Integrated Coaching Institute, e CCU Corporate Coach U International. Membro do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa-IBGC. Autor do livro “Diferencial. Qual é o seu?”.

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