As pessoas que vivem com algum tipo de deficiência têm maior dificuldade de acesso à educação e de inserção no mercado de trabalho: esse foi o resultado do último levantamento, realizado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, a mesma pesquisa apontou que, no final do ano passado, somente 26% das pessoas com deficiência (PCDs) estavam trabalhando.

Mesmo com os avanços no debate de Diversidade & Inclusão, ainda é nítido que a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho enfrenta resistência. Criada há mais de 30 anos, a legislação brasileira determina que empresas com 100 empregados ou mais reservem vagas para PCDs e, mesmo assim, existe dificuldade para a inserção desse público.

Se no segmento geral esse é o cenário, quando pensamos no setor de tecnologia é ainda pior. Segundo um levantamento, realizado pelo Relevo em 2021, apenas 1,6% dos convites de empresas de tecnologia são para candidatos com deficiência. Levando em consideração que a pesquisa do IBGE revelou que quase 9% da população com 2 anos ou mais têm algum tipo de deficiência, o número de vagas ofertadas para esse público é muito abaixo do esperado.


Baixe o Report: Como anda a saúde mental de profissionais de Diversidade, Equidade e Inclusão?

Ao mesmo tempo que vemos aumentar a demanda por profissionais de DE&I no Brasil, acompanhamos vivências e escutamos relatos relacionados a rotinas nem sempre fáceis e diversos desafios que podem impactar a saúde mental de profissionais da área. Diante desse cenário, a Tree Consultoria e Educação em Diversidade e Inclusão e o Grupo TopRH lançaram a segunda edição da pesquisa anônima: Como anda a Saúde de profissionais de DE&I? O objetivo é entender e acompanhar como anda a saúde mental desses profissionais e promover um debate sobre a importância de se construir um ambiente seguro, acolhedor e respeitoso. Acompanhe todas as descobertas aqui na pesquisa!


Diante de uma realidade como essa e com o objetivo de ‘hackear’ esse sistema e mudar o atual panorama, é importante que sejam criadas mais oportunidades. É necessário que exista um compromisso das empresas de tecnologia – desde as maiores até as MPEs – para engajar na causa e contribuir com a inclusão e formação de PCDs no setor. Neste sentido, é interessante observar o nascimento de iniciativas que auxiliem na formação, preparação e inclusão desses profissionais.

Assim, não basta somente o investimento financeiro, é preciso que as companhias também se preparem para receber as pessoas. A realização de letramento para a equipe pode auxiliar neste momento, além de contar com o suporte de algum especialista da área para orientar as ações da empresa e do time. Por fim, é necessário que haja um ambiente acolhedor onde o colaborador PCD sinta-se confortável, seguro para se expressar e pertencente à cultura da organização.

Já para as pessoas com deficiência que se interessem e desejem ingressar no segmento de TI, a dica é apostar no desenvolvimento pessoal, investindo nas habilidades de soft skills, além de focar nas habilidades técnicas relacionadas à área de tecnologia que desejam seguir.

Participar de eventos, talks e meetups, também podem contribuir para a evolução e inserção na área de TI, isso porque nesses espaços há a oportunidade de aprendizado, se conectar com muitas pessoas e criar networking, além de conhecer empresas e garantir visibilidade como profissional, pois cuidar da sua marca pessoal é muito importante.

Ainda que haja uma legislação para garantir a contratação de pessoas com deficiência, é preciso que as companhias olhem para esse público como profissionais com potencial e que podem contribuir para o crescimento do negócio. Por isso, a criação de programas de formação é uma forma de investir no desenvolvimento técnico e pessoal, possibilitando que as pessoas com deficiência conquistem novas oportunidades e impulsione a sua carreira.

O caminho para a inclusão passa pelo engajamento das empresas na causa, aquelas que desejam ser plurais devem investir em programas de formação e iniciativas, deixando de lado o preconceito e o capacitismo, garantindo oportunidades para todos.

Quais os desafios para a inclusão de PCDs no setor de tecnologia?

Por Morgana Goulart, Training Developer Manager da Probies na ilegra, empresa global de design, inovação e software.

 

 

Ouça o episódio 143 do RH Pra Você Cast, “Inclusão 50+, bom para o presente e para o futuro (de todos nós)“. Como você se enxerga daqui a cinco ou dez anos? O questionamento, que já deve ter sido feito a muitos de vocês durante algum processo seletivo ao longo da carreira, nem sempre traz consigo uma resposta fácil. Especialmente para um público que, diante de tantos estereótipos e preconceitos, sequer sabe como será o dia de amanhã em sua vida profissional. A cada nova geração que entra no mercado, uma anterior se vê diante do dilema de ficar para trás e ver cada vez menos portas se abrirem.

O panorama, todavia, não só precisa como deve ser mudado. Pesquisas revelam que o tão falado “choque geracional” é extremamente benéfico não só a profissionais de todas as idades, mas também às empresas. E, afinal, se não olharmos para o público 50+ com atenção, como será quando chegar a nossa vez de lutar por espaço com os mais jovens? Para falar sobre as vantagens de mesclar gerações e como desenvolver mecanismos de inclusão, o RH Pra Você Cast traz Mórris Litvak, Fundador e CEO da Maturi. Confira o papo clicando no app abaixo:

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