Estratégia é trabalhada a longo prazo e pode ser utilizada independente da área ou do nicho de atuação profissional.

Com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo, acirrado e digital, ter um diferencial frente aos seus concorrentes é um requisito básico. A estratégia de construir uma marca pessoal passou a ser um pilar estratégico tanto para quem cuida da sua carreira, quanto para as empresas que precisam valorizar o posicionamento de suas lideranças como embaixadores de suas marcas empregadoras e disseminadores de cultura organizacional.

A estratégia de ter uma marca pessoal pode ser utilizada independente da área ou do nicho de atuação profissional. Para profissionais autônomos, influenciadores de redes sociais, palestrantes, líderes de empresas e executivos, esse conceito é importante, pois contribui para atração de clientes e ganho de elementos importantes: credibilidade, que tem a ver com confiança; autoridade, que possui relação com o poder de influência; e reputação, que significa como as pessoas te reconhecem, o que pensam e dizem ao seu respeito.

O caso Rony Meisler

Quando falamos sobre marcas pessoais fortes, alguns dos nomes mais conhecidos são do empreendedor Rony Meisler – fundador e CEO da marca de vestuário Reserva – e do executivo Milton Maluhy Filho – CEO do Itaú Unibanco.

Meisler, 38 anos, fundou a única empresa brasileira que foi listada como uma das mais inovadoras do mundo, ficando ao lado das gigantes Google, Apple e Netflix. Neste universo, seu nome está totalmente ligado à sua companhia, sendo impossível não conectá-la diretamente ao seu fundador.

O empreendedor carioca é conhecido por promover ações criativas e inovadoras em suas lojas e de beneficiar colaboradores e funcionários. Alguns dos exemplos são a licença paternidade de 45 dias, a contratação de vendedores com mais de 70 anos, e os espaços de suas lojas que passaram a ser uma extensão da casa do cliente, abrigando cafeterias, lanchonetes de comidas saudáveis e até mesmo bares.

O fundador da Reserva, que acumula mais de 300 mil seguidores no LinkedIn, é conhecido por seu perfil autêntico e low profile, e por promover palestras customizadas conforme o perfil do público e objetivo do evento. Também utiliza da sua história de vida inspiradora para discutir questões como protagonismo, inovação, cultura e marca com personalidade, posicionamento, gestão, engajamento e proatividade.

O caso Milton Maluhy Filho

Em 2022, Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco, foi o único executivo brasileiro que entrou na lista da Brand Finance que elencou os 250 melhores CEOs do Mundo. Ao iniciar no cargo, recebeu a demanda de promover a transformação digital em um dos maiores bancos privados do mundo.

Coerente por seu estilo de vida, não tem medo de se posicionar e tem um perfil técnico.

Fala abertamente sobre negócios, finanças e cultura empresarial. Em entrevista à imprensa, informou que se considera muito Culture Executive Office, pois, segundo ele, “exemplo vem de cima”.

Maluhy destaca que não adianta ter declarações e pilares de cultura, mas, no final do dia, tomar decisões que são incoerentes com o que você diz. Ativo em suas redes sociais, acumula milhares de seguidores, mas não trabalha em busca disso. Possui um estilo de “porta-voz”, autoridade marcante, que foi construída por meio de frequência e consistência.

O CEO do banco Itaú é preciso na forma que vende sua autoridade, nos locais que se posiciona e na forma que se veste. Por isso, uma dica muito importante é: a marca pessoal deve transmitir quem você é no mundo real.

Onde estar presente?

Uma marca pessoal deve se posicionar e estar presente no universo online e offline. Porém, para que isso seja conquistado, é preciso elaborar uma estratégia e ter a definição de como quero ser reconhecido e como desejo me posicionar, colocando-me no papel de autoridade e de reconhecimento.

Após essas respostas, para se conectar com o público offline, uma marca pessoal poderá participar de associações e grupos relacionados ao nicho de atuação, se encontrar com colegas de faculdade, entre outras ações.

Para o mundo digital, deve-se sempre escolher uma plataforma na qual você terá mais atuação. O LinkedIn é um dos canais de comunicação mais interessantes e recomendados para uma marca pessoal estar presente, por ser uma rede desenvolvida para o posicionamento profissional e empresarial.

Nessa rede social, é possível posicionar-se perante ao mercado, expor conquistas, valores, objetivos e experiências ou ainda valorizar a cultura e diferenciais de uma organização, ou seja, criar conteúdo para o mundo profissional e desenvolver relacionamento com a sua rede.

Reputação sólida, como ter?

A reputação de uma marca pessoal não é adquirida da noite para o dia. Para que isso aconteça, é necessário tempo e um planejamento focado em três pilares, sendo o primeiro o posicionamento da marca. Neste processo, é feito um trabalho na roupagem da marca nas redes sociais: como estão os perfis nas plataformas? A análise deve incluir detalhes como fotos, palavras-chave, postagens e rede de conexões.

A linha editorial é o segundo pilar para criar uma reputação sólida, pois é preciso avaliar se ela está condizente com o público que você quer atingir. Por último, é muito importante estar atento em como uma marca se conecta com sua audiência, pois, durante o trabalho de construção, a marca está em movimento, gerando conexões e oportunidades.

Nem todas as pessoas irão se identificar com a sua marca pessoal. E esse é o objetivo. Por isso, é importante a definição do público-alvo que essa marca quer atingir e interagir. Além disso, você saberá se a sua marca está dando certo após seu público começar a entender o que você faz e representa.

Quais as vantagens de criar uma marca pessoal para o mercado?

Por Leandro Herculano, sócio-diretor da Elementar Reputação e Negócios. Possui mais de vinte anos de experiência em cargos executivos, formando equipes de alta performance, treinando lideranças e desenvolvendo planos estratégicos. Conselheiro Consultivo (Inova Business School), Administrador (PUC/RJ), Mestre em Administração de Empresas e Desenvolvimento Empresarial e Especialista em Gestão Estratégica de Negócios (Ohio University – Fundação Getúlio Vargas).

Ouça o episódio 148, “Personal branding: o que é e como gerenciar sua marca pessoal?” do RH Pra Você Cast. O que você pensa ao ouvir o termo “personal branding”? A verdade é que há muita coisa envolvida no processo de gerenciamento da marca pessoal. É necessário juntar estratégia, tática e ações, e tudo isso impacta na identidade, imagem e reputação de cada profissional. Mas como fazer isso? As empresas podem ajudar os profissionais nessa construção da marca pessoal? E qual o peso e relevância das redes sociais nesse posicionamento? Conversamos com Daniela Viek, especialista internacional em Personal Branding, sobre tudo isso. Acompanhe!

Não se esqueça de seguir nosso podcast e interagir em nossas redes sociais:

Facebook
Instagram
LinkedIn
YouTube

Capa: Depositphotos