Sabemos que hoje, diante de tantos desafios globais, estamos atravessando um momento de desequilíbrio entre oferta e demanda em diversos setores, em especial no agronegócio e isso reflete diretamente no que diz respeito aos recursos humano.

Se há alguns anos, o grande desafio era o time comercial vender o estoque, hoje o desafio é a cadeia de suprimentos (supply chain) para a entrega. O prazo médio atual para entrega de maquinário agrícola está acima de dois meses, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Este cenário, se repete em outros subsetores da cadeia, como os insumos. São inúmeras notícias relatando dados assustadores sobre a escassez de matéria-prima e, consequentemente, de produtos, tornando-se cada vez mais nítido que os recursos atuais já não são suficientes para suprir a demanda mundial.


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Outra escassez que o agronegócio vem enfrentando é a baixa oferta de talentos. As empresas do setor crescem vertiginosamente ano a ano e a formação de profissionais é inversamente proporcional à velocidade que o mercado demanda.

É uma guerra por talentos, um momento onde profissionais têm sido abordados com ofertas tentadoras. O poder de decisão hoje, é do candidato.

Somado a isso, com a exigência de algumas empresas com o retorno presencial ao trabalho, nota-se uma onda de demissões voluntárias. Os executivos buscam flexibilidade e aliam este ponto ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Com o trabalho remoto, muitos executivos se mudaram e hoje valorizam estar próximos à sua rede familiar.

Também é importante citar que o desejo por um ambiente de respeito se tornou condição. Aqui, fala-se em diversidade e inclusão. O desafio da área de recursos humanos tem sido atrair e incluir profissionais que garantam pluralidade aos times.

Iniciativas como oportunidades de carreira com crescimento horizontal, além do vertical tem se tornado prática recorrente.

Diante disso, recrutar tem exigido flexibilidade e domínio do cenário para criar soluções alternativas. Conhecer profundamente a cultura, a área, o time e ter uma visão realista de mercado, são fatores essenciais para uma escolha assertiva e veloz.

Agir rapidamente e estar atento às características que de fato sejam indispensáveis à função é essencial.

Os candidatos se mostram atentos até mesmo à sua experiência no processo seletivo. O tempo na definição do profissional escolhido, a transparência e clareza das etapas, a profundidade e as informações apresentadas podem impactar na decisão final do profissional.

Atrair e encantar o executivo ganha destaque no papel do empregador durante o processo seletivo. Cada detalhe é importante, desde a primeira abordagem, muitas vezes feita por um terceiro, até uma negociação customizada, passando por uma entrevista que permita ao candidato avaliar a estratégia da empresa, cultura e perfil de gestão se tornam imprescindíveis para o sucesso de um processo seletivo.

A escassez de talentos talvez não seja uma novidade para o setor, já assistimos em um passado não muito distante, pacotes de remuneração alavancados para atratividade e retenção de profissionais, mas desta vez assistimos mudanças na mentalidade do profissional.

Os incentivos mudaram: ultrapassam a linha da remuneração financeira e obrigam as empresas a repensarem a estratégia de atração, seleção e retenção de pessoas e isso se torna o âmago da estratégia de sucesso do negócio.

Os desafios da mão de obra no agronegócio brasileiro

Por Caroline Badra, diretora e sócia FESA Group.

 

 

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