Para uma fusão ou aquisição (M&A) ser bem-sucedida, é importante que ela seja conduzida de forma planejada, cuidadosa e estratégica, para garantir que as sinergias sejam alcançadas e os objetivos da transação sejam atingidos.

Além das ações que envolvem os aspectos materiais, financeiros, legais, fiscais, operacionais, dentre outros, não se pode negligenciar a importância e o impacto da gestão de pessoas em processos de fusões e aquisições. Pelo contrário! Se aos aspectos emocionais não forem dedicados os devidos cuidados e atenção, não se pode garantir o sucesso esperado. 

A comunicação clara e honesta, por parte das empresas envolvidas, com seus funcionários, clientes e outros stakeholders, ajuda a minimizar a incerteza e a insegurança que está presente em processos de integração.

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Outro aspecto de fundamental relevância é a cultura empresarial: as empresas devem prestar atenção especial às culturas existentes, para garantir que as diferenças culturais não prejudiquem a colaboração e a integração entre os times.

Neste caso, a avaliação das culturas empresariais por meio de metodologias adequadas, ajuda a identificar semelhanças e diferenças e a entender como elas podem afetar a integração, além de servir como ponte para a construção da cultura desejada, estabelecendo uma base comum dos valores que sustentarão a nova organização.

Daí a importância de se estabelecer um plano de ação detalhado para a integração cultural, incluindo ações específicas para promover a colaboração entre as equipes, o desenvolvimento da nova cultura organizacional e a criação de uma identidade compartilhada. Este é um processo contínuo que requer tempo, esforço e comprometimento de todas as partes envolvidas.

Acredito que o papel das lideranças é absolutamente fundamental para que os processos, sejam eles quais forem, sejam conduzidos de forma efetiva, transparente e integradora. Mas não podemos nos esquecer de que muitas das vezes os líderes são os primeiros impactados pelo clima de incertezas e por essa razão precisam de acolhimento, de escuta e apoio, para que possam reproduzir para seus times todo o cuidado que estão recebendo.

Como reter os talentos das organizações que passam por um processo de integração, e que podem levar à redundância de funções e à necessidade de reorganização das equipes?

‒ Novamente aqui o papel dos líderes é fundamental para garantir a conexão dos seus times com o propósito e valores da nova organização, manter a motivação em alta e assegurar a retenção das pessoas-chave! Líderes precisam conviver com as emoções das pessoas, acolher as inseguranças, gerenciar as percepções e comunicar, comunicar, comunicar…

De fato, são muitos os desafios, que vão desde o desenho da nova estrutura organizacional, a identificação e retenção dos talentos — para garantir o sucesso da transação — até à integração de políticas, sistemas e processos, à criação e sustentação de uma nova cultura organizacional, passando pelo engajamento das lideranças, mesmo em momentos de vulnerabilidade, dentre tantos outros.

E todos estes desafios podem ser superados de maneira mais suave, especialmente se se investir em um processo bem estruturado de gestão das mudanças, no qual emoções têm igual ou maior importância que aspectos financeiros.

Mentes e corações, segundo John Kotter, são elementos indispensáveis, que precisam caminhar juntos para que uma transformação desta natureza seja não apenas bem sucedida, mas seja sustentável no futuro que se desenhou para a nova organização.

Cuidando das pessoas em fusões e aquisiçõesPor Bete Rello, executiva da Íntegra Associados, tem mais de 35 anos de vivência na área de RH, possui sólida experiência em liderança de times de alta performance, desenvolvendo e implementando estratégias e políticas de RH. Esteve a frente da área de Recursos Humanos em empresas de grande porte como Hoechst, Aços Villares e Schering do Brasil, atuando como membro dos Comitês Executivos e times de liderança global de RH. Ocupou a posição de CHRO no grupo Bayer durante os últimos 21 anos, até dezembro de 2021.

Ouça o episódio 145 do RH Pra Você Cast, “O que é preciso para construir times de alta performance?“. Como desenvolver lideranças e equipes de alta performance? Por mais que muitos tentem buscar uma “receita de bolo” para responder tal questão com facilidade – e, tão facilmente quanto, levar à execução -, o fato é que só há um caminho para que o sucesso guie a missão: treinar, treinar e treinar. Seja para líderes e liderados, a capacitação é fator determinante para a construção de times que alcançam os melhores resultados e, consequentemente, potencializam suas carreiras e a competitividade das organizações. Porém, mesmo a capacitação precisa ser estratégica. O olhar das empresas deve ser assertivo, humanizado e focado a treinamentos que, efetivamente, fazem a diferença. Eis, no entanto, que outra pergunta se manifesta: como tornar o desenvolvimento de pessoas estratégico para que as equipes de alta performance existam? Isso quem responde é uma dupla que entende – e muito – do assunto. O RH Pra Você Cast recebe Giovane Gávio, bicampeão olímpico de vôlei, palestrante e gestor de projetos esportivos, e também Sergio Agudo, Country Director da GoodHabitz. Confira clicando no app abaixo:

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Capa: Depositphotos