Estagiário “não deu match”, e agora? Empresas não contratam colaboradores planejando demiti-los, menos ainda quando o processo seletivo envolve diversas etapas e milhares de candidatos, como é o caso dos programas de estágio.

Para evitar que isso aconteça e ainda ecoe como um “balde de água fria” na carreira de profissionais que ainda estão em fase de aprendizado, é essencial garantir um match perfeito entre os estagiários e a empresa, antes até de disponibilizar um link para que os estudantes se inscrevam no processo seletivo.

Para começar, a dica de ouro é avaliar bem o que a empresa espera dos futuros estagiários. Esse alinhamento costuma ser realizado por profissionais de recursos humanos ou consultores externos e precisa ir além de uma lista de requisitos técnicos, como cursos de graduação aceitos, idiomas e conhecimentos como Excel ou Power BI.

Vale mapear em detalhes as habilidades comportamentais que os talentos devem ter, as atividades que irão desenvolver e como é a dinâmica da cada área em que irão atuar. A participação dos líderes, que serão os gestores dos futuros estagiários, nessa fase preliminar faz toda a diferença, inclusive para identificar o que não deu certo em programas de estágio anteriores e evitar reincidências.

O que acontece na prática é que esse alinhamento muitas vezes acaba sendo conduzido apenas pela equipe do gestor e isso gera uma boa parte dos ruídos ou desencontros ao longo do programa.

Sabe por que?

Porque se as pessoas responsáveis pela execução do processo seletivo receberem informações inconsistentes, vão procurar estudantes com um perfil equivocado e a narrativa que usarão com os candidatos também estará desalinhada!


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Já pensou se um candidato recebe uma descrição errada sobre seu futuro desafio? Em pouco tempo, ele pode ser surpreendido por demandas e atividades diferentes do que busca para sua carreira e sua experiência já começa a dar errado. Ou seja, um desalinhamento de perfil pode fazer com que os dois lados fiquem insatisfeitos: a empresa e os estagiários.

Além disso, ainda na etapa de recrutamento e seleção, vale a pena apresentar aos candidatos como é a trilha de desenvolvimento profissional que a empresa oferece. Esse detalhamento ajudará que tenham uma noção real do que encontrarão pela frente e vai minimizar as chances de que desanimem no decorrer do programa.

Mas, atenção: para garantir o match estagiário-empresa, esse plano de ação tem que se transformar em realidade. Se for combinado, por exemplo, a oferta de um treinamento a cada três meses, isso deve ser cumprido à risca. Qualquer alteração no percurso, precisa ser sinalizada o quanto antes para evitar ruídos de comunicação e frustrações.

Ao longo do programa de estágio, o desempenho de cada estagiário deve ser supervisionado de perto pelo seu gestor direto na empresa. Isso está expresso inclusive na Lei de Estágio. E supervisionar, nesse caso, não significa apenas avaliar a qualidade das entregas, mas também dar feedbacks constantes e disponibilizar meios para que o profissional desenvolva as competências que eventualmente estejam abaixo do esperado.

Assim será mais fácil perceber caso algo entre em desarmonia e, quem sabe, até mudar um estagiário para uma área ou equipe que tenha mais a ver com suas expectativas ou perfil.

Vale lembrar que, por estarem em fase de aprendizado, os estagiários são profissionais que ainda estão descobrindo o que realmente gostam de fazer e, muitas vezes, só percebem que algumas atividades não são como eles imaginam no dia a dia das atividades.

Esses “choques de realidade” são comuns e cabe à área de recursos humanos estar a postos para apoiá-los e dar todo o suporte necessário durante a sua trajetória na empresa.

Outra iniciativa bacana é incentivar que os estagiários desenvolvam projetos para apresentar aos diretores da empresa. Eu atuo há quase dez anos em recrutamento e seleção e acompanho muitos estudantes no LinkedIn. É muito legal vê-los compartilhar que alguma inovação que propuseram foi implementada. É certamente uma forma eficiente de fazer com que se sintam valorizados, estimulados e o sentimento de pertencer à empresa se fortaleça.

Em resumo, quando um programa de estágio é bem estruturado e todos os envolvidos se empenham para que seja um sucesso, raramente demissões acontecem.

Aliás, a palavra “demissão” não se aplica a estagiários, já que a relação é regida por um contrato de trabalho específico, realizado de acordo com a Lei de Estágio e que pode ser encerrado a qualquer momento, inclusive pelos próprios estagiários, se entenderem que uma empresa não dá match com as expectativas de carreira deles.

Estagiário “não deu match”, e agora?

Por Jéssica Gondim, Gerente de Projetos da Companhia de Estágios, uma das empresas líderes de recrutamento e seleção de estagiários e trainees e onde atua há oito anos. Com formação em Gestão de Recursos Humanos pela Universidade Metodista de São Paulo, possui pós-graduação em Gestão de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas e especialização em Recursos Humanos pela mesma instituição.

Ouça também o PodCast RHPraVocê, episódio 50, “Raio-x do primeiro emprego” com Marcelo Gallo , superintendente Nacional de Operações do CIEE e Profº. João Luiz Santos B. da Silva, responsável pelo projeto “A Jornada do Primeiro Emprego”. Clique no app abaixo:

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