Apesar de pouco conhecido no Brasil, o Dia do Elogio é celebrado mundialmente no primeiro dia do mês de março.
À primeira vista, a data pode até remeter mais a situações familiares e pessoais, mas, principalmente nos últimos anos, ela vem sendo cada vez mais trabalhada no meio corporativo como forma de incentivar a troca de elogios entre pares, líderes e pessoas lideradas.
Não à toa, um estudo elaborado pelo Linkedin mostrou que a satisfação no trabalho depende cada vez menos de uma promoção ou um salário maior. Conquistas da rotina também são levadas em consideração, como receber um elogio da gestão, dos clientes ou dos colegas, segundo 38% dos entrevistados.
Esse mesmo levantamento apontou que, nos Estados Unidos, o reconhecimento contribui para que as pessoas tenham uma atitude mais positiva no dia a dia de trabalho (58%), trabalhem melhor (45%) e até mesmo permaneçam por mais tempo na organização (32%).
Elogiar é tão importante para o engajamento que diversas empresas já trabalham com ferramentas focadas exclusivamente nisso.
A ideia é que colaboradores reconheçam publicamente ações que merecem destaque, como a estruturação de um projeto que gerou resultado ou o atendimento exemplar a um cliente, tanto para motivar a pessoa elogiada quanto para difundir bons comportamentos pela empresa.
Parece simples (e até um pouco óbvio), mas infelizmente essa prática ainda não é tão comum como deveria no ambiente corporativo.
Esse tipo de iniciativa é ainda mais importante se considerarmos a tendência de aumento de turnover que temos visto no Brasil nos últimos anos. De acordo com pesquisa da Robert Half, nos últimos três anos, enquanto a rotatividade de funcionários aumentou 38% globalmente, no Brasil o incremento foi de 82% — um número duas vezes maior.
Frente a isso, qualquer solução que resulte em profissionais mais motivados e engajados na rotina de trabalho merece atenção, especialmente se for simples e tiver baixo custo.
Portanto, quando for discutir motivação, engajamento e turnover, não pense apenas em promoções, aumentos ou mais benefícios. Reflita também sobre a cultura e o ambiente de trabalho que sua empresa tem.
Em meio à competição por pessoas dos dias de hoje, eles podem ser a diferença entre conseguir manter seus talentos e perdê-los para o primeiro que pagar mais.
Por André Levy, CFO e Head de People da Qulture.Rocks, startup de tecnologia para rh e gestão de desempenho. É Formado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica da USP e MBA pela Wharton School. Atuou como CFO da Phosfaz Fertilizantes por 4 anos e teve passagens por Credit Suisse, AGN Participações, Geekie, 2bCapital e AGV Logística.
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