Compartilhando o ambiente de trabalho: o presencial ainda é uma solução: com a chegada da pandemia, as dúvidas em relação ao melhor formato de ambiente de trabalho ganharam um novo ponto de vista.

Este período forçado de trabalho em casa abriu os olhos das empresas e funcionários para os benefícios e desvantagens de realizar suas tarefas à distância, criando inclusive a tendência work from anywhere.

Neste momento de transição e que ainda existem algumas dúvidas, os líderes estão tendo que definir novos modelos e de onde seus colaboradores trabalharão nos próximos anos.

E, por mais que uma das prioridades seja um time feliz e engajado, o foco também deve estar em melhor comunicação, colaboração e maior produtividade. O local de trabalho está evoluindo, então é necessária uma escolha mais assertiva entre trabalhar em casa, no escritório ou, mais provavelmente, de forma híbrida.

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Trabalhar em casa tornou-se a prática mais comum ao longo desses últimos dois anos. Gastar menos tempo no deslocamento ao escritório, além da sensação de paz e tranquilidade que estar em casa oferece para alguns, pode resultar em maior produtividade.

Mas, nem todo mundo tem um ambiente doméstico tranquilo, e o home office durante a pandemia veio com uma série de novas distrações.

O isolamento é indiscutivelmente o maior problema para quem trabalha em home office, especialmente neste modelo de trabalho remoto que muitas pessoas foram obrigadas a praticar durante a pandemia.

Estudos revelam que estar isolado afeta as pessoas de diferentes maneiras. A solidão, por exemplo, está associada a maiores taxas de ansiedade, depressão e, em algumas vezes, baixa produtividade.

A ausência de interação também tem um grande impacto no dia a dia corporativo. As reuniões on-line vieram como uma solução ao fato de termos que ficar em nossas casas. Porém, não há dúvidas de que o contato presencial é ainda a forma mais agradável e mais eficaz de nos comunicarmos, incentivando a criatividade e a colaboração.

O engajamento e o resultado de brainstorming com o time reunido em um mesmo ambiente, seja um em uma sala de reunião ou em um ambiente virtual com câmeras abertas, pode ser muito maior e ainda ajudar a extrair as melhores ideias e insights.

Para alguns, o êxodo em massa dos escritórios durante a pandemia significou também uma semana de trabalho até 25% mais longa. Permanecendo mais tempo em casa, as pessoas tendem a trabalhar por períodos maiores.

Como resultado, vimos aumento de burnout e outros distúrbios que trazem sintomas como, exaustão extrema, estresse e esgotamento.

Sem falar que os limites entre o trabalho e a casa ficam confusos nesse modelo de trabalhar a partir de casa. É algo inevitável e totalmente compreensível. Existe a tentação de verificar e-mails de trabalho durante a noite ou no fim de semana; como também a necessidade de agendar um compromisso durante o horário de trabalho.

Nesses casos, os efeitos colaterais vêm a longo prazo. Com a crescente aceitação do work from home, os funcionários agora estão mais propensos a levar o trabalho para casa, e saber quando “desligar” é cada vez mais desafiador.

Nós, humanos, temos a necessidade de socialização. Socializar-se ajuda a melhorar a saúde mental e emocional, ligada à confiança e autoestima e ao aumento da qualidade de vida.

É possível trazer as pessoas para um ambiente compartilhado, seguro e, desta forma, criar laços mais próximos e aumentar o espírito de equipe. Isso é crucial para disseminar a cultura da empresa e promover uma mentalidade de “um por todos e todos por um”.

Em uma pesquisa com a Geração Z, a porcentagem que respondeu que estabelecer essas conexões é “muito importante” aumentou de 59% para 81% seis meses após a pandemia.

Para organizações que esperam um retorno total ou parcial ao ambiente de escritório, o período de readaptação provavelmente virá com níveis mais altos de estresse dos funcionários, um aumento de ausências e desafios com relação ao desempenho.

Os ativos mais valiosos de uma organização são suas pessoas, e se deixarmos a questão do work from home tornar-se um “nós contra eles”, os líderes enfrentarão uma batalha difícil quando se trata de valorização da força de trabalho.

Dar maior flexibilidade e a possibilidade de equilibrar horas de trabalho no escritório e em casa ajuda a promover um ambiente mais colaborativo e proporciona aos indivíduos um orgulho de pertencer.

Temos visto que, embora existam algumas tendências regionais, elas são impulsionadas por um conjunto complexo de circunstâncias e não são de forma alguma absolutas. Este é o caso de qualquer organização global.

Em Hong Kong, por exemplo, vemos um retorno de quase 100% ao escritório. Já na Crown na República Tcheca, 80% dos funcionários preferem um trabalho híbrido. Estamos lidando com um cenário em constante mudança.

Porém, é uma escolha que deve ser adequada aos seus objetivos de negócios, à cultura da empresa e do próprio país, além das necessidades individuais de cada colaborador.

Tem que ser um esforço conjunto. A flexibilidade parece ser a chave para um futuro de sucesso. Penso que a decisão de cada empresa dependerá das nuances únicas encontradas nos ambientes de trabalho.

Não há respostas certas ou erradas.

Compartilhando o ambiente de trabalho: o presencial ainda é uma solução

Por Haroldo Modesto, executivo com vasta experiência no tema e diretor-geral da Crown Worldwide no Brasil, empresa multinacional de mobilidade global, logística e organização de espaços de trabalho.

 

 

Ouça também o PodCast RHPraVocê, episódio 85, “Presencial, Remoto ou Híbrido: como definir o modelo de trabalho da empresa?” com Lucia Santos, diretora de RH da Adecco. Clique no app abaixo:

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