O segredo do sucesso de uma empresa está no seu capital humano. O irônico é que isso não deveria ser segredo – já é bastante explícito para quem é líder de uma empresa. Não são as máquinas ou os sistemas que tornam uma companhia vencedora, mas as pessoas que fazem parte dela.
Para isso, é preciso – obrigatório, eu diria – estabelecer uma cultura organizacional com fortes princípios e disseminá-la de forma ampla na empresa. Até aí, penso que todos concordamos, não é mesmo? Mas aí vem a questão que muitos levantam atualmente: isso é possível em um modelo de trabalho híbrido ou remoto?
Sem dúvidas, na minha opinião, a resposta para essa pergunta é sim.
Como construir uma cultura corporativa no modelo work from anywhere
Com empatia e as ferramentas certas, a rotina à distância pode proporcionar o mesmo engajamento do que o observado sob um mesmo teto. E arrisco a dizer que até mais forte.
Tomemos como exemplo a SOU.cloud, empresa em que atuo como CEO. Nascemos durante a pandemia, mas optamos pelo modelo remoto por uma questão de crença. Nós acreditamos na possibilidade de trabalharmos junto à família, vendo os filhos crescer, ou ainda com a liberdade de variar o cenário – às vezes, o escritório pode ser na praia, outras no campo.
Defendemos que, assim, nossos colaboradores têm mais qualidade de vida e, consequentemente, são mais produtivos, têm entregas melhores. E não só isso, podemos também contratar as pessoas que pensamos serem as melhores para aquela função ou vaga, independentemente de onde ela mora.
Mais ainda, o fato de estarmos em um ambiente distribuído significa que temos uma maior confiança em nossos colaboradores. Nesse sentido, entendemos que as nossas crenças são coletivas e devem ser compartilhadas a partir do envolvimento de cada um.
Não é à toa que a nossa cultura conta com 12 princípios bem definidos e enraizados no nosso dia a dia, todos eles orientados pelo propósito de alcançarmos juntos a nossa melhor versão – e já já eu retomarei este ponto.
Por que adotar o work from anywhere?
Ao proporcionarmos todas as condições de o profissional desempenhar suas funções a partir de sua casa, estamos incluindo as famílias de todos eles nas nossas decisões e estreitando nossos laços para além das relações do trabalho. Humanizamos ainda mais a nossa empresa.
Em uma reunião online, por exemplo, temos a oportunidade de conhecer seus filhos, cônjuges, pets. Isso nos incentiva a criar ações que reforcem os nossos princípios, como encontros que englobem àqueles que são importantes na vida do colaborador, atividades em grupo e até campanhas – como a de doação de roupas, realizada recentemente.
A capacidade de trabalhar de qualquer lugar em que se esteja nos possibilidade contratar os melhores talentos, independentemente de fronteiras. Porém, não basta ter profissionais qualificados se não acreditarmos na sua capacidade de tomarem decisões responsáveis, compreendendo o que é melhor para a empresa nas situações do cotidiano. Por isso, valorizamos a construção coletiva e diversa, estimulando a discussão aberta, inteligente e com argumentos. Todos aprendem quando aprendemos juntos.
Quando selecionamos alguém para integrar o nosso time, queremos que essa pessoa entenda esses valores e consiga prosseguir neste intuito no dia a dia, incorporando-os ao seu trabalho.
A cultura da melhor versão
Nada disso faria sentido se as pessoas não quisessem, não se adaptassem e não acreditassem nos nossos propósitos. O meu papel, como CEO, é no sentido de direcionar este processo e colocar os limites.
Em vez de me considerar um Chief Executive Officer, gosto de pensar a mesma sigla como Culture Executive Officer. Uma pequena mudança de palavra, mas uma diferença significativa de sentido e de prática.
Com efeito, sou um ator desse ecossistema, em busca de proporcionar um cenário mais humano para obter os melhores resultados. Me empenho diariamente para promover uma cultura forte e tenho orgulho de afirmar que a construímos sem fronteiras ou limites municipais e estaduais.
Nossos colaboradores estão espalhados por todo o Brasil e até no exterior, mas – fortemente – unidos pelo nosso propósito de trabalharmos rumo à nossa melhor versão.
Por Fabio Junges, CEO da SOU.Cloud, empreendedor na área da tecnologia, doutor em Administração de Empresas pela Unisinos e especialista em gestão e planejamento estratégico, finanças empresariais, liderança, M&A e gestão corporativa.
Ouça o episódio 143 do RH Pra Você Cast, “Inclusão 50+, bom para o presente e para o futuro (de todos nós)“. Como você se enxerga daqui a cinco ou dez anos? O questionamento, que já deve ter sido feito a muitos de vocês durante algum processo seletivo ao longo da carreira, nem sempre traz consigo uma resposta fácil. Especialmente para um público que, diante de tantos estereótipos e preconceitos, sequer sabe como será o dia de amanhã em sua vida profissional. A cada nova geração que entra no mercado, uma anterior se vê diante do dilema de ficar para trás e ver cada vez menos portas se abrirem.
O panorama, todavia, não só precisa como deve ser mudado. Pesquisas revelam que o tão falado “choque geracional” é extremamente benéfico não só a profissionais de todas as idades, mas também às empresas. E, afinal, se não olharmos para o público 50+ com atenção, como será quando chegar a nossa vez de lutar por espaço com os mais jovens? Para falar sobre as vantagens de mesclar gerações e como desenvolver mecanismos de inclusão, o RH Pra Você Cast traz Mórris Litvak, Fundador e CEO da Maturi. Confira o papo clicando no app abaixo:
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