A maior parte dos conflitos que temos com outras pessoas, seja em ambientes pessoais ou corporativos, é causada não propriamente pela divergência de opiniões e, sim, pela forma como expomos nossas ideias. E um fato da existência humana é: inconscientemente utilizamos formas de comunicação violenta.
Em um mundo de superinformação e estímulos, precisamos ficar cada vez mais atentos à forma de nos expressarmos. Quem atentou para a importância da Comunicação Não-Violenta (CNV) foi o psicólogo Marshall Rosenberg, que desenvolveu o conceito com o intuito de estimular as pessoas a construírem relações mais empáticas.
De um modo geral, as pessoas nem pensam como elaboram a atividade cotidiana de se comunicar, pois isso é automático. No campo corporativo isso não é diferente. Muitas atitudes são tomadas e validadas no nosso cotidiano mesmo sem termos consciência de que fazem parte de uma comunicação ruim.
Por exemplo: quando uma conversa se torna um monólogo, no qual somente uma pessoa fala e não tem espaço para escuta, há violência ali. Outro cenário: quando o líder compara seus colaboradores – pode gerar desmotivação, principalmente se o “alvo” não conseguir se igualar ao colega que foi usado como modelo.
Mas, mesmo sendo corriqueira, a atividade comunicativa deve ser compreendida e pensada, principalmente pelo emissor da mensagem – porque dessa iniciativa pode se obter o retorno positivo ou não dos colegas. Para se fazer uma comunicação limpa, livre de julgamentos, de discriminação e com escuta é que se precisa aprender sobre Comunicação Não-Violenta.
Quando nos propomos a falar sem julgamento e escutar genuinamente, temos a oportunidade ímpar de vivenciar relacionamentos mais saudáveis. A Comunicação Não-Violenta se baseia em habilidades de linguagem que reforçam a conexão do indivíduo com suas necessidades profundas, para que ele possa deixar claro para o outro o que deseja e, desse modo, seja capaz de estabelecer um diálogo mais assertivo.
Muitos dos conflitos que existem no ambiente de trabalho acontecem pelo modo como as coisas são ditas. Não raro, o conteúdo do que se deve dizer não é dos mais agradáveis, mas dizê-lo displicentemente, piora a situação. A forma como cada um se comunica é explicada por quatro perfis comportamentais na comunicação: o comportamento passivo, o passivo-agressivo, o agressivo e o assertivo.
No comportamento passivo a pessoa concorda com tudo que é dito, mesmo sem estar de acordo. Ela guarda muita emoção para si e num determinado momento pode explodir. Por sua vez, o comportamento passivo-agressivo traz o discurso não dito, ou seja, a pessoa tem algo a dizer, mas não diz. Infelizmente acaba falando “pelas costas” das suas ideias e inquietações, o que nem sempre é compreendido.
Já no comportamento agressivo tudo é dito e de qualquer maneira, doa a quem doer. Isso gera muitos conflitos e uma tensão desnecessária no ambiente de trabalho. E, por fim, o comportamento assertivo, aquele que deve ser almejado. Com essa postura, o comunicador se expressa de forma adequada, diretamente e com respeito para com os demais.
Para melhorar a sua comunicação é preciso, primeiramente, compreender em que perfil você se encaixa. O passo seguinte é treinar a habilidade de não fazer julgamentos (o que gera reações defensivas com quem se comunica) e exercitar a sua mente para que, cada vez mais, você seja capaz de se expressar com compaixão.
A Comunicação Não-Violenta é uma porta que abre novas possibilidades, que proporciona crescimento pessoal – e mais do que isso: que gera saúde mental num contexto de hiperatividade e hiper conexão.
Por Vanusa Cardoso, psicóloga e professora da Fritz Müller – Hub de Conhecimento. Fala de forma aprofundada sobre este tema no curso Comunicação Não-Violenta – CNV.
Ouça o PodCast RHPraVocê Cast, episódio 109, “Habilidade-chave e queridinha do mercado: como se comunicar bem?” com Fabiana Teixeira, jornalista formada pela PUC-SP e tem experiência como repórter em emissoras como Record TV, TV Bandeirantes, Rede TV e TV Cultura. Também é especialista em Comunicação Empresarial, Branding e posicionamento de marcas pela ESPM, e Marketing Digital pela Universidade de Columbia, em Nova York.
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