Mais do que o salário, boas práticas podem garantir um funcionário feliz e um ambiente de trabalho melhor. Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, conseguir segurar bons profissionais é um desafio dos grandes.
Não raramente, é possível se deparar com alguma história de um colega que trocou de emprego por uma oportunidade que oferecia salário superior ou simplesmente por estar desmotivado e querer respirar novos ares.
Surge então a questão: como manter o colaborador engajado e feliz na empresa?
Bem, se fosse tão simples assim responder a pergunta, o problema estaria solucionado. Contudo, acredito que algumas práticas ajudam a melhorar o ambiente.
O que sugiro aqui não é demagogia ou uma “receita de bolo”. Afinal, é necessário lembrar-se que estamos falando de seres humanos e suas vontades. São procedimentos que aplico em minha empresa e vejo que realmente dão um bom resultado. Não à toa, a quantidade de saídas da equipe de trabalho é baixíssima.
Ter colaboradores engajados é o sonho de todo empresário ou empreendedor. E foi justamente esse um dos temas abordados na última edição da NRF, maior feira de varejo do mundo. Um time feliz e focado gera mais resultados, que consequentemente se traduzem na expansão do negócio. Bons profissionais são sempre difíceis de encontrar no mercado, então quando os achamos, queremos que permaneçam conosco, mas o que é feito para isso?
Veja mais: Comunicação 360º para um relacionamento corporativo saudável
Oferecer um bom salário não necessariamente vai causar a retenção do talento, apesar de ser parte importante. É preciso mais. Quando falamos de engajamento, a primeira coisa que temos que discutir é sobre o alinhamento de interesses.
Isso significa que se tenho um funcionário que ganha somente o salário, sem que seus benefícios sejam alterados dependendo da quantidade de coisas que ele faça, mantê-lo satisfeito pode tornar-se um problema. É preciso mostrar que quanto maior o esforço, maior será a recompensa.
Por aqui temos o programa de Partnership, em que mapeamos profissionais com perfil para crescer e aumentar nossa importância no mercado. Então, oferecemos a eles a oportunidade de se tornarem sócios da empresa. Dessa forma, se o local cresce, o funcionário ganha, mas, se ocorre uma redução, ele perde.
Ou seja: o ganho do empreendedor é o ganho do colaborador e a perda do empreendedor é a perda do colaborador. Isso é alinhamento de interesses, diferente do modelo tradicional de salário em que quando aumenta o faturamento da empresa, a pessoa ganha a mesma remuneração e quando ocorre o prejuízo, segue a mesma linha.
Esse é apenas um dos exemplos que são possíveis de serem realizados. Há também as tradicionais promoções que ocorrem acompanhadas de aumento salarial e reconhecimento. Preciso destacar, porém, a importância da comunicação e transparência. Para que haja engajamento, é necessário que o colaborador sinta-se parte de algo importante e desafiador para dar sempre o seu melhor.
Por aqui, temos indicadores definidos para cada setor, que podem ser monitorados por televisões instaladas nos departamentos da área. Toda segunda-feira fazemos uma reunião em que todos sabem o que está acontecendo em cada um dos setores.
O que adianta eu cobrar esforço se a pessoa não vê isso convertido em algum benefício ou objetivo que queremos alcançar? A transparência é chave nesse processo.
Diretamente ligado ao engajamento está a cultura da companhia, que deve ser forte e bem definida. Se para o local é de grande valor que as pessoas se vistam formalmente, o ideal é ter funcionários que gostem de se vestir assim e entendam que é importante para se sentirem à vontade no ambiente.
O mesmo acontece em relação ao modelo de trabalho ser presencial ou home office. No fim, se o colaborador não estiver alinhado à cultura que é esperada, pode ser o início de um processo de desgaste. Algo que tenho observado em alguns lugares é a tentativa de transformar os objetivos de pessoas que não estão alinhadas aos valores desejados. É uma relação que já começa errada.
A última das dicas que dou é para que sempre sejam realizadas ações que fortaleçam a cultura da empresa. No Dia das Mulheres, por exemplo, fizemos uma ação em que premiamos as mulheres que melhor representassem alguns valores da nossa cultura.
Criamos uma categoria para senso de urgência, outra para profissionalismo, uma para espírito de equipe e uma de organização. As indicações aconteciam através dos próprios colegas, que preenchiam um formulário no qual era necessário sugerir um fato que aconteceu e, a partir disso, falar o porquê da indicação para a categoria em questão.
Colocamos no debate das pessoas quais são os nossos valores, mantendo viva a cultura e exercitando a prática do feedback, de como elogiar um funcionário sem ser um elogio simples e vazio. Acredito que tratam-se de elementos fortes e presentes nos nossos ideais, que resultam em um engajamento muito alto.
Essas são algumas ações que, se bem trabalhadas, com certeza darão retorno para a empresa, e digo por experiência própria. Quando há o alinhamento de interesses, ocorre um fenômeno muito interessante que é a autogestão das pessoas.
Afinal, queremos que os funcionários tomem as decisões que nós tomaríamos enquanto líderes do negócio.
Por Leandro Fidelis, sócio-fundador da AMLabs, empresa especializada em softwares de gestão e pagamentos para operadores de Vending Machine, Micro Market e OCS com mais de mil clientes no Brasil.
Ouça o PodCast RHPraVocê Cast, episódio 106, “Segundou” na “força do ódio”: o humor chega aos perfis corporativos” com Raphael Palazzo, criado e administrador da página Entrevistamento. Clique no app abaixo:
Não se esqueça de seguir nosso podcast e interagir em nossas redes sociais:
Facebook
Instagram
LinkedIn
YouTube
Capa: Depositphotos