Mês de julho chegando, me conta, como está seu passaporte para o mercado de trabalho? Sempre falta tempo para incluir uma nova atividade na rotina, ainda mais, se você está estudando. É por isso que o período de férias é uma ótima chance para melhorar o seu currículo e aumentar suas chances de conseguir aquela vaga desejada ou o primeiro emprego.

Claro que você deve usar o período para descansar e renovar suas energias para o próximo semestre, mas se estiver pensando em dar um gás profissional, vou te dar uma sugestão que pode ser o primeiro passo para essa organização do tempo.

Que tal trocar o horário das aulas e usar esse mesmo tempo para dar foco total em ações que vão viabilizar tirar do papel seus desejos profissionais?

Vamos começar pelo primeiro passo:

Você sabia que refletir sobre experiências, momentos de desenvolvimento, estudos e participações em eventos é poder transformar a sua história em dados relevantes para colocar o primeiro selo no seu passaporte?

A verdade é que está tudo bem você ainda não ter vivenciado uma experiência profissional e mesmo assim ter diversos diferenciais competitivos para se destacar e entrar no mercado de trabalho.

Agora pense comigo: Quantas pessoas estão vivenciando esse mesmo momento que o seu? Milhares de pessoas, mas com certeza poucas estão lendo essas dicas para iniciar com vantagem competitiva, assim como você!

E já que você chegou até aqui, está na hora de começar a transformar então a teoria em prática e dar o segundo passo que é trabalhar o seu currículo, afinal, ele ainda é um instrumento importantíssimo para você se apresentar profissionalmente.

Quando falamos em currículo para a grande maioria das pessoas, a primeira imagem que vem à mente é um documento com as informações pessoais e profissionais. Se você conseguiu visualizar essa imagem, o caminho está certo. Parece óbvia essa pergunta que fiz, certo? Mas, acredite, fazer um currículo diferenciado não é tão óbvio assim.

Independentemente de ser físico ou digital, pensar em currículo é pensar numa estrutura de dados relevantes que vão te conectar ao mercado de trabalho e aqui já está uma dica valiosa! As informações do seu currículo precisam ser pensadas e estruturadas adequadamente aos seus objetivos profissionais.

Lembra quando eu sugeri trocar o tempo da aula pela sua dedicação profissional? É justamente por essa informação acima. É uma frase simples, mas que vai exigir bastante tempo de qualidade para você conseguir transformar seu conhecimento, seu perfil, personalidade, histórias, projetos, hobbies e demais informações em dados relevantes que transformarão seu currículo num documento atraente para a pessoa que o receber.

E como gosto de exemplos práticos, vou traduzir tudo isso que falei com dois modelos de abordagens profissionais:

Modelo 1 – Essa pessoa iniciou o seu currículo apresentando seu objetivo profissional desta forma:

“Procuro uma empresa onde possa contribuir com meus conhecimentos e agregar muito valor no que for me designado para ser feito. Estou aberto a aprender e ser muito útil para a companhia”

Modelo 2 – Essa pessoa iniciou o seu currículo apresentando seu objetivo profissional desta forma:

“Sou um jovem profissional e busco minha primeira oportunidade de emprego. Sou estudante de engenharia e escolhi esse curso porque me identifico com desafios que me fazem pensar, analisar e resolver um problema”.

Você consegue enxergar a diferença neles?

Qual pessoa te passou mais confiança e aptidão para conquistar o primeiro emprego?

Você chamaria os dois para uma entrevista ou apenas um? Por qual motivo?

Essas são algumas provocações que faço para que ao desenvolver o seu currículo, você responda também a essas perguntas, afinal aqui estão muitas respostas das altas ou baixas chances de você se diferenciar apenas com base no seu autoconhecimento.

O currículo não vai te dar o emprego, mas vai abrir a primeira porta para essa conquista e por isso, é super importante você se comunicar bem através dele. O currículo é a sua peça de marketing onde você vai conseguir conquistar a atenção das pessoas e ser atrativo para que as pessoas te acionem para o início de um processo seletivo.

Para concluir, vou te apresentar as respostas de ambos os modelos e qual seria a minha escolha:

“Procuro uma empresa onde possa contribuir com meus conhecimentos (quais conhecimentos?) e agregar muito valor no que for me designado para ser feito (aqui ficou extremamente generalista. como confiar que essa pessoa realmente vai agregar valor em qualquer atividade?). Estou aberto a aprender (aprender o que?) e ser muito útil para a companhia”.

“Sou um jovem profissional e busco minha primeira oportunidade de emprego (a pessoa se posicionou adequadamente com o seu objetivo claro). Sou estudante de engenharia e escolhi esse curso porque me identifico com desafios que me fazem pensar, analisar e resolver um problema”. (a pessoa conseguiu de forma muito resumida apresentar diversas competências e uma lógica do curso de engenharia com seu perfil e pontos fortes).

Considerando que o currículo é o seu documento de entrada no mercado de trabalho, o modelo 2 traz diversas vantagens competitivas, afinal o autoconhecimento e objetividade na descrição já demonstram completo foco e assertividade para que essa pessoa consiga ser chamada para diversas entrevistas cujas oportunidades de trabalho estejam alinhadas com o seu perfil profissional, mesmo sem nenhuma experiência profissional anterior.

Mas para isso, é preciso tempo e dedicação, afinal a escolha profissional e o carimbo que você deseja ter no seu passaporte é seu e não do destino final.

Portanto, te desejo ótimas férias.

Por Janaína Peroto, Head de Pessoas da Foregon e responsável pelo case – mais de 12 anos de experiência na área de recursos humanos com passagens por grandes corporações.

Ouça o PodCast RHPraVocê Cast, episódio 109, “Habilidade-chave e queridinha do mercado: como se comunicar bem?” com Fabiana Teixeira, jornalista formada pela PUC-SP e tem experiência como repórter em emissoras como Record TV, TV Bandeirantes, Rede TV e TV Cultura. Também é especialista em Comunicação Empresarial, Branding e posicionamento de marcas pela ESPM, e Marketing Digital pela Universidade de Columbia, em Nova York.

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Capa: Depositphotos