Em constante evolução, o setor de Recursos Humanos foi um dos mais afetados pela pandemia. Normalmente impulsionado por avanços tecnológicos, mudanças culturais e novas expectativas dos profissionais, o setor passou por uma repaginação notória com a obrigatoriedade do isolamento.
Analisando o último ano, algumas adaptações não ficaram para trás com a pandemia e passaram a fazer parte dos modelos de trabalho oferecidos pelas empresas.
À medida que nos aproximamos de 2024, surge a dúvida: quais características levaremos para o próximo ano? Com base em pesquisas divulgadas pelo Infojobs, separamos 6 tendências de RH para os próximos meses. Confira:
Automatização de processos com o uso de IA
A Inteligência Artificial (IA) e o machine learning já se estabeleceram como ferramentas valiosas no recrutamento, mas em 2024, esperamos ver avanços significativos. Algoritmos mais sofisticados serão capazes de analisar não apenas as habilidades técnicas, mas também as habilidades sociais e emocionais dos candidatos. Isso não apenas otimizará o processo de seleção, mas também contribuirá para a formação de equipes mais equilibradas e produtivas.
A vez do trabalho híbrido
Sabemos que a pandemia acelerou a aceitação do trabalho remoto. No entanto, com o fim das medidas de isolamento, muitas empresas voltaram com o modelo presencial ou passaram a apostar no híbrido. O principal motivo desse retorno é para evitar as demissões voluntárias, que registraram um crescimento de 70% nos primeiros meses de 2022.
Mas há um paradigma: ao mesmo tempo que as companhias buscam diminuir o turnover, os profissionais querem flexibilidade. 64,4% das pessoas sentem que a qualidade de vida piorou ao voltar para o ambiente físico e 85,3% afirmam que aceitariam uma proposta de trabalho que tivesse mais dias remotos. Portanto, para não sofrer com a perda de talentos em 2024, o RH precisa estar atento às necessidades individuais e coletivas, que incluem jornadas mais maleáveis.
Prioridade ao bem estar dos colaboradores
Embora 99% dos profissionais de RH ou gestão de pessoas acreditem que as companhias devem adotar estratégias voltadas para saúde mental dos colaboradores, apenas 34% das empresas desenvolvem ações efetivas com este objetivo.
Além disso, 96% dos profissionais de RH ou gestão de pessoas acreditam que o recrutamento humanizado pode ser considerado uma prática voltada para a questão. Investir em saúde mental no ambiente de trabalho é mais do que uma tendência; é uma necessidade imperativa em um mundo corporativo cada vez mais desafiador e dinâmico.
O bem-estar mental dos colaboradores não apenas impacta positivamente a qualidade de vida individual, mas também tem implicações diretas na produtividade, satisfação no trabalho e retenção de talentos.
Diversidade e inclusão na prática
Para 50,6% dos profissionais, diversidade e inclusão ficam apenas nos discursos de marketing das empresas. Muitas nações europeias, por exemplo, têm leis rigorosas contra discriminação e incentivam a igualdade de gênero e diversidade em suas práticas de recrutamento.
Isso deve ser uma parte integral da cultura e práticas corporativas, com iniciativas e políticas que façam os discursos não ficarem apenas no papel.
Atenção às novas gerações
A cada ano, novas gerações ingressam no mercado de trabalho, trazendo consigo uma cultura única. A Geração Z, caracterizada por sua forte conexão digital, aprecia a autenticidade e busca significado em suas atividades profissionais. Demonstrando uma inclinação empreendedora natural, esses profissionais procuram constantemente inovar e contribuir desde os estágios iniciais de suas carreiras.
A flexibilidade no trabalho, a promoção de um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional, juntamente com oportunidades contínuas de aprendizado, emergem como pilares essenciais para atrair e reter os profissionais dessa geração.
O RH precisa adotar estratégias ágeis e tecnologicamente avançadas, estabelecendo uma comunicação transparente e proporcionando oportunidades de crescimento personalizadas para se alinhar às expectativas e valores da Geração Z.
O engajamento com os colaboradores
Dito isso, outro tópico que merece a atenção por também diminuir o turnover é o engajamento das marcas com seus colaboradores. À medida que práticas remotas são adotadas, as empresas criam soluções inovadoras para aproximar a equipe.
Isso inclui estratégias que reconhecem e atendem às necessidades específicas desse ambiente diversificado, como o estabelecimento de canais de comunicação eficazes, tanto virtualmente quanto presencialmente.
Além disso, a implementação de programas de reconhecimento e desenvolvimento personalizados, considerando as preferências de cada colaborador, pode ser um diferencial.
Essas transformações representam um novo capítulo na história do RH, onde a adaptação contínua e a inovação são a chave para o sucesso.
À medida que o ambiente de trabalho continua a evoluir, o setor continuará a desempenhar um papel vital na construção de organizações ágeis, centradas nas pessoas e preparadas para os desafios do futuro.
Por Ana Paula Prado, CEO Infojobs – plataforma líder no mercado, com mais de 35 mil empresas com oportunidades divulgadas, mais de 45 milhões de profissionais cadastrados e mais de 11 milhões de avaliações de empresas – é responsável pela operação do Infojobs no Brasil, que inclui as áreas comerciais, desenvolvimento de negócios, clientes, comunicação e RH. Com mais de 21 anos de experiência nos mercado de tecnologia e RH, Ana provou que é possível se destacar e digitalizar um mercado tradicional, além de combater as dificuldades de gênero. Em seu papel de liderança, apoia e impulsiona a equipe buscando inspirar e provocar impacto positivo.
Ouça o episódio 168 do RHPraVocê Cast, “Há espaço para emoções no ambiente de trabalho?”. Por que é tão difícil – até mesmo um tabu – falar sobre emoções no ambiente de trabalho? Elas fazem parte de cada nuance da jornada corporativa, afinal, a felicidade e a tristeza, por exemplo, podem ser variáveis que impactam consideravelmente o engajamento, a produtividade e, consequentemente, as finanças do negócio.
Mas como administrá-las? Qual é o papel do líder e do RH em relação às emoções? Para deixar claro que o assunto deve, sim, entrar em pauta nas organizações, o RH Pra Você Cast de hoje conta com uma dupla da Coppead/UFRJ: Paula Chimenti, Professora e Coordenadora do Centro de Estudos em Estratégia e Inovação; e Fernanda Souza, doutoranda e pesquisadora. Confira clicando abaixo:
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