O país está registrando os números mais baixos relacionados à pandemia de COVID-19 desde sua chegada em março do ano passado, o que também significa que aos poucos e cada vez mais a vida está voltando ao normal. Nesse cenário otimista, muitas empresas já estão retomando suas atividades presenciais e adotando o trabalho híbrido. De acordo com a pesquisa divulgada pelo Google Workspace, 43% das companhias entrevistadas afirmaram que vão aderir esse modelo quando a crise sanitária acabar.

A grande missão das organizações nesse momento é conseguir combinar o melhor do que foi aprendido durante o período de home office com as atividades que precisam ser executadas presencialmente, e fazer com que ao final haja um equilíbrio que não apenas agrade os colaboradores e mantenha seus níveis de engajamento elevados e uma boa integração entre eles, mas que garanta também o bom funcionamento dos negócios a médio e longo prazo.

Porém, ainda que os líderes tenham desenvolvido suas habilidades de gestão de forma intensa nos últimos tempos para conseguir manter os times unidos e trabalhando normalmente, fazer com que essa nova dinâmica funcione não é fácil e requer dedicação, ainda mais em um cenário no qual o modelo híbrido é uma forte demanda dos funcionários, como apontam dados do estudo Guia Salarial elaborado pela Robert Half, empresa de recrutamento, que mostram que em 2022 cerca de 63% da população irá preferir essa opção.

E vale lembrar que, caso as instituições se recusem a testar esse novo sistema de trabalho, há uma grande possibilidade de perderem boa parte das equipes – o que já seria péssimo em qualquer ocasião, mas se torna especialmente ruim nesse momento de retomada da economia e das atividades comerciais com mais  intensidade e também porque foi um modelo que tem funcionado em grande parte das empresas e trazido ganhos imensuráveis para os colaboradores. Ainda segundo a mesma pesquisa da Robert Half, 38% dos respondentes afirmaram que abandonariam seus empregos atuais e procurariam por outro, caso não lhes fosse oferecido algum tipo de trabalho remoto.

É importante ter em mente que o home office apresentou uma situação que os trabalhadores não estavam acostumados e que se mostrou muito favorável a todos os envolvidos: uma quantidade de tempo maior para se dedicar às suas vidas pessoais e uma maior flexibilização durante o expediente, e tudo isso sem diminuição dos níveis de produtividade. Portanto, ao propor uma volta parcial aos escritórios, os gestores precisam fazer de tal forma que não prejudique os ganhos e as vantagens do teletrabalho do ponto de vista das equipes, e sem diminuir os resultados das companhias.

Mais uma vez, cabe às lideranças se reunirem com seus times e, por meio de diálogos leves e com abertura para a troca de ideias, chegarem a um modelo que seja benéfico para ambos, mantendo sempre aberta a possibilidade de rever as decisões caso a situação não caminhe da forma esperada. Flexibilização e paciência têm que ser o mantra das organizações que buscam sobreviver de forma sustentável nessa nova era, e com certeza aquelas que se esforçarem para encontrar um sistema que agrade a todos e ao mesmo tempo ter resultados satisfatórios serão as com mais possibilidade de entregar soluções inovadoras e de fato transformadoras não apenas internamente, mas também para os clientes.

Gustavo Caetano é CEO da Samba Tech, embaixador da Reserva e autor do best seller “Pense Simples”. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.