Olá! Olha eu aqui mais uma vez, trazendo para você, líder, uma visão sobre como gerenciar a sua equipe e tocar a sua empresa com governança, mordomia e com uma cultura diferenciada.
Em meus artigos anteriores, eu tenho mostrado a você quais são as características de uma liderança efetiva e de sucesso, mas hoje, que tal falarmos sobre COMO NÃO SER?
O texto a seguir é verídico, e contém trechos absurdos, por isso, se você não tem o interesse de mudar a forma com a qual lidera, não continue lendo!
#A rotina de uma liderança fracassada
Emerson tem 30 anos, trabalha no setor de material de construção na zona norte de São Paulo. Lá, ele é ajudante na separação de materiais e acessórios hidráulicos, por isso, diariamente, acorda as 6h:40m da manhã, e com direito a apenas uma condução para o trajeto do trabalho (sendo que utiliza duas) ele retira do próprio bolso “o valor da segunda passagem” mensalmente.
Ao chegar no trabalho, ele veste uma bermuda rasgada, uma regata encardida, e inicia as suas atividades, dentre elas, o atendimento ao cliente que retira o pedido pessoalmente no estabelecimento. Os colaboradores não estão uniformizados, mesmo o segmento exigindo uma apresentação mais padronizada e qualificada.
A empresa não possui cozinha, não oferece café, um filtro de água e nem mesmo possui uma porta no toalete masculino para os momentos das necessidades fisiológicas dos funcionários. “Uma pia com torneira é o que tem para hoje, e a porta da rua é serventia da casa” para aqueles que não estão satisfeitos.
O proprietário da empresa sempre teve bons lucros, mas a sua mentalidade é limitada, por isso, o atendimento não é personalizado. As caixas em que fazem as entregas de pedidos, por exemplo, são de açaí, o automóvel que faz as entregas da organização está com um dos faróis quebrados, e não existe qualquer tipo de identificação visível.
O ambiente organizacional é hostil. Ninguém gosta de trabalhar ali, por isso, existe grande rotatividade de funcionários.
Quando insatisfeito, o líder do setor utiliza palavras de baixo calão, enquanto o líder do líder, em dias ruins, bate as portas, grita e mantém uma “comunicação violenta”, gerando dúvida da própria competência, medo e culpa nos colaboradores.
Feedback? Essa palavra não existe no vocabulário destes “líderes”.
Resgate do colaborador ao invés de desligamento? Hoje não!
Treinamentos, consultorias ou simples reuniões de alinhamento da equipe? Nada!
Se existe um colaborador dando problemas, ele nunca fica sabendo. A não ser quando é demitido, sem ao menos entender quais foram os seus erros. O capital humano vítima deste perfil abusivo de liderança não tem oportunidade de mudança, já que não há nenhum diálogo e participação.
Quando o telefone do setor toca, os funcionários têm receio de atender, transferindo a responsabilidade uns para os outros, já que pode ser o tal líder fazendo mais uma exigência maluca, com entonação autoritária e uma dicção incompreensível, desligando o telefone sem que o colaborador tenha sequer tido a chance de dizer que não entendeu a última palavra da solicitação.
Quando o retorno da ligação acontece, agora por parte do colaborador que não conseguiu entender o pedido do chefe, o líder se irrita, bufa e rispidamente repete tudo, como quem diz: “você não sabe fazer nada mesmo”.
Na hora do almoço, um micro-ondas, uma cadeira e uma pequena mesa que cabe apenas uma pessoa por vez. Após a alimentação, os funcionários ficam em pé, pois não existe local de descanso, ou um espaço que possam se sentar.
A infraestrutura do local é precária, mesmo a empresa tendo condições de crescimento e melhoria. As ferramentas de trabalho são poucas, pois o chefe gosta de economizar.
No setor de vendas, não existem treinamentos, planilhas ou nem mesmo um orçamento apresentável, tudo é descrito no corpo do e-mail e enviado para os clientes de qualquer jeito.
Como se não fosse o suficiente, há câmeras espalhadas por todos os lados, e quando o líder acha que algum funcionário está ocioso, telefona imediatamente dizendo: “por que vocês não estão produzindo?”, quando, na verdade, todos estão trabalhando.
Por mais que pareça um pesadelo, esta história é verídica, eu conheci um lugar assim e posso garantir: ainda existente diversas empresas com problemas iguais ou piores que estes!
Não precisamos ser experts no assunto para identificar diversos erros nessa organização. Não importa se a empresa é uma MEI, ME, ou LTDA, se ela contrata funcionários, ela precisa oferecer respeito, infraestrutura, ferramentas de trabalho e equipamento para o seu time.
Os liderados são reflexo do líder!
Quando o segmento exige um padrão de apresentação por questão de segurança, ética e qualidade, é imprescindível que a empresa ofereça para a equipe um uniforme com o logo da empresa, um crachá de apresentação, um veículo personalizado, identificando o nome da empresa, um cartão de visita atraente para os prospectos ou clientes, e assim por diante.
Quando uma organização tem pessoas trabalhando para ela, é importante oferecer a estrutura necessário para o bom desempenho do trabalho com conforto e segurança. Isso envolve maquinário, ferramentas, suprimento, privacidade, respeito, e um ambiente organizacional harmonioso.
O óbvio precisa ser dito e feito!
Eu não me canso de repetir as mesmas coisas, porque ainda existem várias empresas com potencial se comportando de forma inadequada. À vista disso, o meu lema é: resgatar, transformar e contribuir com uma liderança humanizada, servidora e moderna.
Para algumas empresas e líderes, manter uma liderança que funciona, que amplifica, que trata os colaboradores, clientes e fornecedores com respeito e dignidade é algo habitual, mas acredite… Ainda tem muita empresa “grande” com mentalidade escassa, agindo de forma amadora e tratando todos com descaso.
100% dos clientes, das pessoas e dos colaboradores estão olhando para esses pontos e avaliando a sua empresa e liderança pela forma que você se apresenta. Estamos falando de um padrão de pensar, um modo de agir e uma maneira de se comunicar.
Costumo dizer que a liderança pode existir em qualquer nível, micro ou macro, sendo ela a responsável por ditar o modo como todo restante irá seguir.
“Os clientes jamais amarão a sua empresa até que os seus empregados a amem primeiro” – Simon Sinek.
Será que os seus colaboradores, amam a sua empresa e a forma que você os lidera?
Se os colaboradores não amam, logo os clientes também não amam e isso significa perda financeira em ultima análise. Pegou a visão? (como diz meu amigo Rick Chester)
Pense nisso!
Grande abraço, Marcelo Simonato
Especialista em transformar empresas e lideres !
Por Marcelo Simonato, executivo, escritor, palestrante e especialista em Liderança e Gestão de Pessoas. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação
Saiba mais sobre o meu trabalho como Executivo, Conselheiro de Empresas, Mentor de Líderes, Escritor e Palestrante, Especialista em Liderança Humanizada na Prática. Site.