Trilhas de carreiras: um caminho 100% transparente desde a porta de entrada. Programa Mapa de Carreiras é benefício para atrair e manter profissionais de tecnologia.
O início do novo ano representa um convite à reflexão, uma oportunidade de pensar sobre os acontecimentos passados, o presente e os próximos passos. É o momento de traçar metas e definir objetivos de curto, médio e longo prazo.
Na esfera profissional, a carreira vem sendo um tema cada vez mais debatido horizontalmente, entre colaboradores e gestores. Se antes a gestão da carreira era centralizada no departamento de Recursos Humanos, atualmente, ela pode ser compartilhada. As barreiras hierárquicas deram lugar, sobretudo na pandemia, para relações corporativas mais flexíveis e dinâmicas, para além das tradicionais fronteiras de tempo e espaço.
Não por acaso, o trabalho remoto foi um dos principais reflexos desse movimento: embora ainda visto com resistência por algumas empresas no Brasil e no mundo, a modalidade conquistou adeptos globalmente e 48% das companhias já toparam adotar o modelo híbrido neste ano. Na contramão do movimento, apenas 3% ainda insistem no modelo integralmente presencial, segundo pesquisa da consultoria Robert Half.
Naturalmente, a nova dinâmica trouxe desafios às empresas.
Como transmitir à distância a cultura da companhia?
Sabemos que uma cultura sólida e alinhada aos objetivos da empresa é essencial para engajar e performar, tanto que um estudo da Universidade Stanford (Inglaterra) apontou que companhias fortalecidas culturalmente têm, em relação às enfraquecidas, maior Lucro Crescente (756% ante 1%) e Valorização no Preço da Ação (901% contra 74%), por exemplo.
Em meados do ano passado, observamos, em levantamento interno, que 27,6% dos funcionários que se demitiram afirmaram que a falta de perspectiva na carreira pesou na decisão. Outro indicador que baseou nossa estratégia de dar transparência total às trilhas, foi que apenas pouco mais da metade dos colaboradores, 53%, afirmou que tem clareza sobre os planos de carreira na empresa.
Se por um lado o levantamento interno nos mostrou dados que exigem um plano mais abrangente, por outro, temos um benchmarking excelente sobre o tempo que um profissional de tecnologia se mantém na empresa: enquanto o tempo médio de permanência dos profissionais em gigantes do setor como Amazon e Google são de um ano e 1,1 ano, respectivamente, segundo relatório sobre rotatividade da empresa Payscale , a pesquisa interna revelou que nossos profissionais de tecnologia têm uma permanência média de dois anos.
Mas queremos mais.
Queremos que todos os profissionais tenham conhecimento claro que há diversas trilhas para seu crescimento de carreira acontecer aqui dentro. No modelo atual, temos mais de 60 trilhas mapeadas, mas prevendo o nosso ritmo de crescimento, as trilhas devem crescer de forma proporcional ao crescimento da empresa, além de não serem limitantes, pois basta que o colaborador tenha o conhecimento técnico requerido e o perfil comportamental necessário e ele pode ir de RH para tech, ou mesmo do jurídico para vendas, aqui nem o céu é o limite.
Dentro do mapeamento dos cargos, cada tipo de carreira (gestão, executivo, vendas, suporte ou profissional) utiliza critérios específicos de avaliação e estabelece expectativas distintas de contribuição e resultado. Na prática, o programa apresenta aos colaboradores os caminhos possíveis de desenvolvimento dentro da empresa, permitindo-lhe escolher os rumos da própria trajetória profissional.
O programa chamado Mapa de Carreira integrará o ecossistema de iniciativas de valorização dos colaboradores já em curso na empresa, que praticamente dobrou de tamanho desde 2018, saindo de 264 para 520 funcionários no fim do ano passado. Somente em 2021, por sinal, houve nada menos do que 250 promoções internas — quase 50% dos funcionários foram reconhecidos.
Isso foi possível também graças aos ciclos de avaliação de desempenho, que ocorrem duas vezes por ano. O Mapa de Carreira fica disponível a todos os colaboradores da empresa. O objetivo é apresentar, de maneira clara e transparente, as competências e habilidades necessárias para alcançar determinado cargo.
Além de assegurar o protagonismo do colaborador sobre a própria carreira, a iniciativa cumpre a função de elevar a atração e retenção de talentos na companhia. Atuando com transparência e clareza em torno de um objetivo em comum, a ascensão profissional e o crescimento da empresa se tornam partes indissolúveis de uma cultura organizacional em que todos saem ganhando.
Por Patrícia Piñeiro, Diretora de Gente e Gestão da Bionexo, health tech líder em soluções digitais para gestão em saúde no país. Com 25 anos na área de Recursos Humanos, Patrícia possui sólida experiência no desenho estratégico da área, conectando os direcionadores do negócio ao framework de gestão de pessoas, liderança e cultura.
Ouça o PodCast RHPraVocê, episódio 92, “Como fortalecer a cultura organizacional em modelos flexíveis de trabalho?” com Bianca Carmignani, Head de Recursos Humanos da Nespresso no Brasil e Daniela Gartner, Sr Human Resources Director LATAM at NTT Ltd. Clique diretamente no app abaixo:
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