Existe uma fórmula mágica para conseguir melhores benefícios e promoções? Queria dizer que sim, mas a realidade é que cada gestor tem o próprio método de reconhecimento e desenha as esteiras para melhor atender às características do seu negócio.

Mas vou te contar um segredo: algumas competências chamam atenção e, embora à primeira vista pareçam simples demais, quando exploradas, podem ser uma verdadeira virada de mesa para quem busca longevidade na carreira e crescimento dentro da organização.

O conhecimento técnico continua, sim, sendo necessário, mas as soft skills ganharam forças nos últimos anos. Em pesquisa recente realizada pelo Infojobs, 77,2% dos profissionais de Recursos Humanos enxergam como mais importante um profissional que consiga equilibrar ambas as características. No entanto, as soft skills foram elencadas como principais por 20,3%, enquanto as hard skills por apenas 2,5%.

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Nos dados e na prática, podemos perceber que flexibilidade, trabalho em equipe e comunicação são muito mais importantes. Afinal, o processo sempre pode ser ensinado.

Ao longo desses sete anos à frente de uma companhia, identifiquei competências nada previsíveis e que diferenciam um colaborador e fazem com que ele seja valorizado.

Veja mais: Você sabe o que são as soft skills, mas como desenvolvê-las

Autogestão de processos

A primeira é a autogestão dos processos. Normalmente, parte do gestor a iniciativa de pensar como seus liderados podem otimizar tarefas. O que proponho é a inversão. A partir do momento em que o colaborador analisa seus próprios processos, com objetivo de encontrar melhorias e, em seguida, procura seu gestor para apresentar as conclusões de tal análise, quebra-se um padrão comportamental.

Quando o gestor percebe que seu liderado é capaz não apenas de executar as funções do seu escopo, mas também preocupa-se constantemente em como melhorá-las, acontece o que eu chamo de “quebra positiva de expectativas”. Isso porque a maior parte dos colaboradores foca apenas em fazer o planejado, sem a preocupação de avaliar como deixar seu próprio trabalho mais produtivo e mais efetivo.

Para colocar em prática, minha sugestão é fazer uma lista de todas as tarefas recorrentes e pontuais que fazem parte da rotina de trabalho. Em seguida, para cada uma dessas tarefas, fazer duas perguntas: “como eu poderia fazer isso em menos tempo?” e “como eu poderia fazer isso com menos chances de falha?”. Depois de responder, é importante marcar uma reunião com o gestor para apresentar as possíveis soluções e debater alterações nos processos atuais.

Antecipação de demandas

“Qual será a próxima tarefa que meu chefe vai me pedir?”. Essa deve ser uma pergunta constante na cabeça de um liderado. Colocar-se na posição do líder e entender os próximos passos pode ter efeitos surpreendentes e ajudam na preparação para os desafios.

Sugiro aproveitar eventuais tempos livres para estudar sobre programas que poderão te ajudar a construir essa análise – tais como Power BI e Excel.

Um outro lado positivo é começar a ter uma visão mais estratégica da sua área. Quando você se pergunta o que virá no futuro, se obriga a pensar nos objetivos de toda a sua área, não apenas nos individuais. Isso coloca o colaborador numa posição em que costumam frequentar.

Encantamento visual

Se tivesse que dar apenas uma dica, essa seria a escolhida. Existe uma enorme negligência do aspecto visual das entregas dentro do mundo corporativo. Muitos colaboradores focam toda sua energia na parte técnica e ignoram completamente o aspecto visual das entregas. Aqui está um oceano de oportunidades.

Durante os últimos anos, o que mais vi foram liderados com uma capacidade analítica fraca ou medíocre sendo reconhecidos simplesmente por causa da preocupação com as entregas – na hora de apresentar um projeto ou uma análise para sua equipe, por exemplo.

Nesse mesmo período, assisti inúmeros casos de liderados com uma capacidade analítica brilhante sendo ofuscados simplesmente porque achavam que fazer uma apresentação bonita era bobeira e que só os números importavam.

Qualquer colaborador que deseje chamar a atenção do gestor precisa aliar o conhecimento técnico com a preocupação de como apresentar suas ideias, análises e teorias. Não basta estar certo, tem que estar certo e fazer ficar bonito. Esse lema, se absorvido por você, pode te dar um aumento salarial ou uma promoção antes do que você imagina.

De forma prática, minha recomendação é: aprenda a fazer apresentações e treine a oratória. Pode ser em PowerPoint, Canva, onde preferir… Conteúdos interessantes sobre como criar apresentações poderosas estão à disposição na Internet gratuitamente. Também vale a pena estudar sobre linguagem corporal e storytelling.

Todas essas reflexões e dicas podem ajudar a encontrar o caminho que um colaborador precisa percorrer para que a valorização chegue mais rápido. Ou seja, o que precisa demonstrar no presente para o gestor para que ele se sinta confiante de dar algo novo nas mãos do profissional.

Trabalhar as soft skills é o caminho para uma promoção

Por João Paulo Martins, fundador e CEO da Hashtag Treinamentos, empresa de cursos e treinamentos online que ultrapassou a marca de mais de 80 mil alunos em todo o país.

 

 

Ouça o episódio 143 do RH Pra Você Cast, “Inclusão 50+, bom para o presente e para o futuro (de todos nós)“. Como você se enxerga daqui a cinco ou dez anos? O questionamento, que já deve ter sido feito a muitos de vocês durante algum processo seletivo ao longo da carreira, nem sempre traz consigo uma resposta fácil. Especialmente para um público que, diante de tantos estereótipos e preconceitos, sequer sabe como será o dia de amanhã em sua vida profissional. A cada nova geração que entra no mercado, uma anterior se vê diante do dilema de ficar para trás e ver cada vez menos portas se abrirem.

O panorama, todavia, não só precisa como deve ser mudado. Pesquisas revelam que o tão falado “choque geracional” é extremamente benéfico não só a profissionais de todas as idades, mas também às empresas. E, afinal, se não olharmos para o público 50+ com atenção, como será quando chegar a nossa vez de lutar por espaço com os mais jovens? Para falar sobre as vantagens de mesclar gerações e como desenvolver mecanismos de inclusão, o RH Pra Você Cast traz Mórris Litvak, Fundador e CEO da Maturi. Confira o papo clicando no app abaixo:

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