Nunca se falou tanto em saúde mental como nos últimos anos, especialmente após a pandemia de COVID-19, que causou graves tensões para pessoas no mundo todo.

No Brasil, de acordo com a pesquisa encomendada pelo Fórum Econômico Mundial ao Instituto Ipsos em 2021, 53% dos respondentes declararam que seu bem-estar mental piorou no último ano.

No ambiente de trabalho, estudos da Organização Mundial da Saúde mostram que a depressão está entre as principais causas de absenteísmo, sendo que, juntamente com a ansiedade, provoca prejuízo de US$ 1 trilhão ao ano na economia mundial.

No entanto, os efeitos da pandemia ainda estão sendo sentidos, tanto na saúde física quanto mental, por boa parte da população.


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As condições impostas pela pandemia nos últimos anos obrigaram a população a lidar com inseguranças, ansiedade, medos e, infelizmente, o luto de pessoas queridas, por muitas vezes, sem a condição ou oportunidade de um acompanhamento médico adequado.

É importante atentar que esta é uma via de mão dupla, ou seja, tanto o adoecimento mental poderá afetar negativamente as diversas áreas da vida do indivíduo, incluindo o trabalho, como o ambiente profissional – incluindo as atitudes das pessoas, a estrutura organizacional, as políticas e as práticas formais ou informais – poderá afetar o comportamento humano e seu desempenho.

Listo aqui três dicas para que líderes possam garantir um relacionamento mais saudável com suas equipes e apoiá-las em relação à saúde mental:

1. Preste atenção no seu humor e em como ele pode estar afetando seu time. O papel do líder inclui a observação do seu funcionamento e do entorno.

Não tenha receio em se mostrar vulnerável em algumas situações, isto é natural e também pode ajudar a equipe a sentir-se à vontade para conversar sobre problemas e estratégias de enfrentamento.

2 – Fique atento às necessidades emocionais dos membros da equipe e, principalmente, estabeleça bem os limites de volume de trabalho. Sobrecarga e saúde não caminham juntas.

Seja empático e observe as pessoas ao seu redor para diminuir o nível de estresse relacionado ao trabalho sempre que necessário.

3 – Participe de treinamentos e orientações ofertados pela empresa para desenvolver sua habilidade em lidar com as emoções do time.

Com a ajuda de especialistas é possível aprender a reconhecer e dominar suas próprias emoções, bem como adquirir mais sensibilidade para identificar quando alguém pode estar precisando de suporte, além de recomendações de como orientar esta pessoa na busca por ajuda.

Reforço que, embora tenham um papel central na condução deste tema, não cabe ao líder manejar o sofrimento mental do time, mas, sim, se debruçar sobre os fatores estressores que possam estar relacionados às atividades profissionais, reconhecer mudanças comportamentais e encaminhar os colaboradores em sofrimento emocional para os canais de cuidado.

Saúde Mental e o papel da liderança

Por Dra. Camila Magalhães, médica psiquiatra e co-fundadora da Caliandra Saúde Mental, consultoria de cuidados com a saúde emocional no trabalho.

 

 

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