As empresas que ainda enxergam a organização financeira de seus funcionários como um problema pessoal precisam urgentemente mudar a mentalidade.
Um levantamento realizado pelo Morgan Stanley mostrou que 78% dos empregados preocupados com dinheiro levam isso para o ambiente de trabalho.
A pesquisa, que foi realizada em 2019 com mais de mil colaboradores nos Estados Unidos, também mostrou que mais da metade deles gastam mais do que ganham, e que, pelo menos, 30% não acreditam que a dívida contraída possa ser solucionada.
Já um estudo da PwC estimou que 49% dos colaboradores estressados financeiramente gastam três horas a mais por semana no trabalho pensando em como resolver os problemas com dinheiro, afetando, com isso, o seu desempenho na organização.
Foi o que também revelou a pesquisa da Society for Human Resources Management – SHRM, na qual 83% dos profissionais de recursos humanos afirmaram que o estresse financeiro prejudica o desempenho dos colaboradores.
A falta de saúde financeira dos colaboradores, dessa forma, influencia diretamente nos resultados de uma empresa, inclusive no retorno financeiro.
Um relatório do Lincoln Financial Group, de 2020, por exemplo, estimou que entre 11 e 14% dos custos com folha de pagamento são decorrentes do estresse financeiro do colaborador, tanto pela perda de produtividade quanto pelo turnover e processos seletivos.
Ou seja, fazer com que o funcionário lide melhor com o seu dinheiro também gera ganhos para o bolso do administrador, que passa a ver a orientação financeira dos membros como uma aliada do negócio.
A dúvida que surge, no entanto, é como implementar essa medida educativa na empresa, tendo em vista que falar sobre dinheiro ainda é considerado um tabu para muitas pessoas, que não se sentem confortáveis em expor as suas vidas pessoais.
Sendo assim, um plano de orientação financeira deve ser bem estruturado, pensando no perfil dos funcionários e nas suas necessidades, de modo que se torne também uma responsabilidade social do empreendimento.
Nesse esforço conjunto entre empresa e colaboradores, deve ser sempre levada em conta a estratégia utilizada ao abordar o assunto. É preciso que a aproximação seja livre de julgamento, com uma linguagem simples, objetivos claros, e, principalmente, respeitando o sigilo de informações dos funcionários.
O colaborador endividado certamente quer resolver a sua vida, mas também não deseja exposições desagradáveis e críticas depreciativas por parte do empregador ou de parceiros e associados.
Já as empresas devem ter em mente que a incorporação de educação sobre finanças com os colaboradores representa um investimento, e não um custo ou benefício.
Planejamento e organização na vida pessoal refletem diretamente no dia a dia do trabalho. Com saúde financeira, o funcionário tem maior qualidade de vida no serviço, e consequentemente o seu empenho e produtividade aumentam.
A vantagem é para a empresa e para o funcionário.
Por André Barretto, CEO e fundador da n2, aplicativo que conecta orientadores certificados do mercado financeiro com quem precisa de ajuda para cuidar das suas finanças.
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Capa: Deposithphotos