A força, a potência e a empatia costumam ser atributos encontrados em líderes mulheres que reforçam o destaque delas à frente de suas equipes. Nesse sentido, o ponto que considero mais importante destacar é que nos tornamos melhores líderes ao passo que trabalhamos o autoconhecimento.

Afinal, por meio do exercício de nos conhecermos melhor enquanto indivíduos, em toda nossa complexidade, podemos compreender as nossas potencialidades e temos a oportunidade de desenvolvê-las a nosso favor de maneira estratégica. Vale ressaltar que, muitas vezes, é a liderança feminina que abre espaço para discussões além do que é óbvio e racional, trazendo elementos incômodos e (às vezes) intangíveis para a conversa.


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Parece contraintuitivo falar disso em uma sociedade pautada por números, controles e resultados, mas é possível verificar o impacto positivo da atuação da liderança feminina nos resultados das empresas. Em grandes linhas, lideranças femininas são mais empáticas e capazes de reconhecer motivadores ocultos por trás de atitudes, comportamentos e decisões que, geralmente, não conseguimos identificar quando somos puramente racionais. 

Hoje ocupo o cargo de sócia da FESA Group, mas, desde o início da minha carreira, tive a oportunidade de me inspirar em sócias que exerceram essa função em outros momentos da empresa. Sempre buscamos envolver outras mulheres líderes do grupo em processos de discussões importantes como debates de negócios ou de processos, ou das mais estratégicas às mais operacionais.

RH-TopTalks2023

As mulheres são 65% do quadro de funcionários do Grupo (entre analistas, pesquisadoras e sócias – todos os níveis). Elas contribuem com seu estilo, conhecimento e experiência para o nosso negócio – tanto no front quanto no back office da empresa. Minha vivência é uma evidência disso: entrei no grupo em 2005 e, já no primeiro ano, fui promovida duas vezes. 

Sempre tive espaço para questionar, mas de uma maneira propositiva. Dessa forma, fui construindo caminhos em que pilotamos diversos projetos de modelos de gestão, eficiência operacional e por aí fui conquistando meu espaço e colecionando experiências. A minha história de liderança começa aí, liderando indiretamente meus pares em projetos que poderiam melhorar nossa dinâmica de trabalho e dia a dia. 

Fui promovida a associada do grupo no início de 2008, e passei a ter metas comerciais. Mas fui identificando aos poucos que meu ponto forte não era necessariamente o que eu via como ponto forte nos meus líderes diretos (especialmente a parte comercial) e passei a ter dúvidas da minha capacidade.

Lembro especificamente de um momento em que recebi a proposta de mudar de time e ouvi do meu líder: “Vai lá e faz o que você sabe fazer de melhor. É disso que eu preciso, é disso que esse time precisa… Vender projeto vai ser consequência do que você precisa construir por lá”. 

Foi assim que assumi novos setores pelo Brasil. Mudamos o time, reconstruímos a estrutura e entregamos o melhor resultado na região na história do grupo. Fui crescendo como sócia, até ser convidada para assumir a carteira de Seguros e Resseguros e Bancos Médios e, posteriormente, assumir a estrutura de mercado financeiro com escopo nacional em uma das empresas do grupo. Fui convidada a fazer parte do Comitê Executivo da companhia em 2014 e dois anos depois passei a ser uma das sócias da holding do grupo. 

Minha história de liderança tem a ver com meu autoconhecimento, que me faz ter consciência de aspectos que preciso melhorar. Uma história de erros, acertos e de muita resiliência. Uma sociedade é construída todos os dias. Não existe a perfeição, é preciso alinhamento, respeito e aprendizado… E construção sempre. 

Potência: uma mulher à frente de equipes no setor de RHPor Thayanie Ujino, sócia-gerente da FESA Group. É graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É fluente no idioma inglês e comunica-se em espanhol. Atualmente, é membro do Comitê Estratégico de Mulheres da AMCHAM e desde 2019 é Global Board Member da IIC Partners – um dos maiores grupos de retained executive search  e desenvolvimento de liderança no mundo, com mais de 44 escritórios espalhados nos 5 continentes. Em 2020 foi convidada para atuar no Americas Council  e no Comitê de Novos Membros da AESC –  Association of Executive Search and Leadership Consultants.

Ouça o PodCasts RHPraVocê, episódio 88, “Como é ser uma executiva de RH no exterior?” com Isabel Azevedo -Board Member da Sou Segura. Clique no app abaixo:

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Capa: Deposithphotos