No Brasil, o cidadão é o principal pagador na compra de medicamentos e produtos de saúde e bem-estar. Diante desse cenário, empresas e operadoras de planos de saúde e de medicamentos cumprem um papel social importante para proporcionar acesso e continuidade do tratamento das pessoas.

Quando uma empresa oferece um conjunto de benefícios em saúde para funcionários, ela demonstra preocupação com o bem-estar de seus colaboradores. Por isso, é necessário criar uma estrutura e cultura organizacional para a gestão da saúde, pois, um dos maiores responsáveis por afastamentos, absenteísmo e turnover são, justamente, os problemas de saúde.

Isso ocorre porque, muitas vezes, o colaborador, mesmo tendo acesso a uma rede de saúde privada, não tem estímulos e suporte para aquisição do seu medicamento, fundamental para a continuidade do tratamento e o seu bem-estar.

Aprimorando dados

Na década de 80 surgiram no Brasil os primeiros convênios farmacêuticos entre empregadores e farmácias e algumas operadoras de planos de saúde iniciaram programas pilotos já na década de 90.

No entanto, o marco regulatório de planos de saúde no Brasil deixou o medicamento de fora da cobertura obrigatória, o que acabou afastando a assistência farmacêutica da agenda da Agência Nacional de Saúde – ANS e das operadoras de planos de saúde.

Na mesma época da criação da ANS, surgiram as primeiras Operadoras de Planos de Medicamentos que tinham o objetivo de complementar o pacote de saúde contratado pelas empresas, gerando melhores resultados, controle da sinistralidade e redução de desperdícios, em parceria com os gestores de Recursos Humanos, que encontravam no Plano de Medicamentos um grande facilitador na gestão da saúde corporativa.

A assistência farmacêutica é um instrumento poderoso para estratificação de riscos e gestão de saúde populacional, pois permite intervenções inteligentes e preditivas, pois os dados são utilizados em tempo real para obtenção de insights e como gatilho para ações das equipes assistenciais.

Empresas que já possuem plano de medicamento conseguem obter uma visão da saúde de cada colaborador e adotar programas de medicina preventiva mais eficazes para melhorar a qualidade de vida de toda organização.

Cerca de 90% das patologias podem ser tratadas ambulatorialmente com remédios, mas a população ainda convive com dificuldades de acesso e não recebe estímulos para monitorar adequadamente sua saúde

Esse cenário exige que os players da cadeia da saúde integrem competências e recursos com foco no desfecho clínico e na melhoria da jornada do paciente. Só assim podemos mudar uma cultura baseada no combate à doença e que não prioriza o cuidado preventivo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), um percentual abaixo de 60% dos pacientes com diabetes e menos de 40% dos pacientes com hipertensão seguem as prescrições e orientações médicas, por exemplo. Os impactos de não aderir ao tratamento podem ser seríssimos, se levarmos em conta que as DCNT matam cerca de 41 milhões de pessoas a cada ano, o equivalente a 71% de todas as mortes no mundo.

A busca por uma maior adesão do tratamento medicamentoso passa pelo conhecimento da jornada do paciente. Nesse sentido, a implantação de um plano de medicamento pode agregar cobertura a remédios aos diversos programas corporativos de promoção da saúde e prevenção de doenças e agravos.

Um plano de medicamento traz inúmeros benefícios, entre eles:

  • Previsibilidade: a mensalidade é fixa pelo período contratado e não há repasse dos custos com medicamentos.
  • Acesso à informação em tempo real,
  • Integração com a saúde ocupacional, com o plano de saúde e com os ambulatórios corporativos.
  • Redução de faltas e aumento da produtividade
  • Redução de gastos evitáveis com planos de saúde.

O cuidado da saúde não está completo se deixar a assistência farmacêutica de fora, já que farmácia é a intervenção médica mais comum. A interação medicamentosa mata mais do que doenças pulmonares, diabetes, pneumonia, acidentes e mortes por automóveis.

Milhões de internações ocorrem anualmente por problemas de farmacoterapia e milhares de vidas são perdidas por causa de medicações não ajustadas.

A principal função de uma operadora de planos de medicamento é garantir a medicação certa, no tempo certo, na dose certa para pessoa certa, racionalizando os recursos de saúde e evitando desperdícios.

Plano de medicamento: a última milha na saúde corporativa

Por Leopoldo Veras, professor e executivo com mais de 25 anos de atuação na saúde suplementar em operadoras, instituições de saúde e healthtechs.

 

Ouça o episódio 136 do RH Pra Você Cast, “De benefício a plataforma de bem-estar: o salto do Gympass”. Três vezes maior: esse foi o salto do Gympass do período pré-pandêmico para os dias de hoje. A pandemia, iniciada em 2020, resultou no fechamento de todas as academias do Brasil por alguns meses. Com isso, a empresa precisou se reinventar e o benefício de saúde física se transformou em uma plataforma de bem-estar. O resultado dessa jornada já contamos ali no início. E um parceiro muito próximo durante todo o processo foi o RH. Neste episódio, Priscila Siqueira, líder do Gympass no Brasil, contou um pouco sobre a sua carreira; o crescimento da empresa; a relação com o RH e a importância de ser (e promover) uma liderança feminina. Acompanhe!

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Capa: Depositphotos