A discussão sobre a saúde emocional nas empresas é cada vez mais crucial em um cenário em que a falta de abordagem adequada pode acarretar sérias consequências, não apenas para os indivíduos, mas também para as organizações que lidam diretamente com colaboradores. De acordo com dados recentes, a preocupação com o bem-estar mental no Brasil quase triplicou nos últimos quatro anos, refletindo-se em 49% das pessoas que apresentam sintomas de ansiedade e depressão.

O ambiente de trabalho, muitas vezes, é um catalisador desses problemas, já que a abordagem equivocada, enxergando a questão como uma “fraqueza”, pode resultar em equipes desmotivadas e adoecidas.

A falta de conhecimento dos líderes sobre transtornos psicológicos pode levar a situações em que os colaboradores buscam ajuda médica convencional para sintomas emocionais, gerando custos desnecessários para a empresa e prolongando o sofrimento do indivíduo.

Pesquisa Infojobs

Estudos da Opas indicam que 80% dos casos de transtornos emocionais respondem bem ao tratamento, mas apenas 33% das pessoas buscam ajuda, muitas vezes devido ao estigma social associado. Isso destaca a necessidade urgente de mudança na abordagem das empresas em relação à saúde mental.

Estudo realizado pela Delloite revelou que 77% dos funcionários relataram esgotamento no emprego atual. Alarmantemente, 95% dos que faltaram devido ao estresse mencionaram outros motivos aos seus líderes, indicando a falta de confiança e abertura dentro das organizações.

Além disso, cerca de 48% dos indivíduos com problemas de saúde mental não se sentiriam confortáveis conversando com seus empregadores sobre o assunto, evidenciando um descompasso entre as empresas e o que realmente está acontecendo com seus colaboradores.

O Ministério da Saúde anunciou em novembro de 2023 a inclusão de doenças de saúde mental na lista de doenças relacionadas ao trabalho para 2024, o que reforça a complexidade dos desafios enfrentados pelos trabalhadores, tanto no aspecto físico quanto no mental.

Em um ambiente empresarial onde competitividade e eficiência são cruciais, investir na saúde dos funcionários não é apenas uma escolha ética, mas também estratégica. A saúde dos trabalhadores não deve ser vista apenas como uma preocupação regulatória, mas como um indicador claro do futuro sustentável e produtivo da empresa.

Cuidar da saúde mental dos profissionais torna-se então uma prioridade. Campanhas de conscientização, educação sobre um estilo de vida saudável e, crucialmente, programas de saúde emocional, que oferecem atendimentos psicológicos, são estratégias fundamentais.

Um programa de saúde emocional é uma abordagem proativa que reconhece a importância do bem-estar mental dos colaboradores, tanto na prevenção quanto no tratamento. Esses recursos visam criar ambientes de trabalho mais saudáveis por meio de iniciativas educativas, acesso a recursos profissionais e atividades de bem-estar.

Aderir a um programa de saúde emocional traz benefícios tanto para os funcionários quanto para a organização, incluindo melhora na produtividade, redução do absenteísmo, diminuição de conflitos no trabalho, melhoria na saúde física e aumento do engajamento e retenção de talentos.

A liderança humanizada, baseada em valores humanos na gestão de equipes, é crucial para o engajamento dos funcionários, retenção de talentos e criação de uma cultura organizacional inovadora. Políticas internas específicas e recursos tangíveis, como workshops sobre gestão, são essenciais para concretizar esses valores.

Em um mundo onde a saúde mental se torna um ativo estratégico, as empresas devem se perguntar não apenas se estão cientes da lista de doenças relacionadas ao trabalho, mas se estão prontas para agir em prol da saúde e do sucesso duradouro de sua equipe e organização.

Afinal, investir na saúde mental não é apenas uma responsabilidade social, mas uma escolha que impacta diretamente o desempenho e a sustentabilidade de uma empresa a longo prazo.

Os desafios emergentes para as empresas em 2024Por Dra. Isabela Santana, Psiquiatra e Diretora Médica da Telavita.

 

 

Ouça o episódio 143 do RH Pra Você Cast, “Inclusão 50+, bom para o presente e para o futuro (de todos nós)“. Como você se enxerga daqui a cinco ou dez anos? O questionamento, que já deve ter sido feito a muitos de vocês durante algum processo seletivo ao longo da carreira, nem sempre traz consigo uma resposta fácil. Especialmente para um público que, diante de tantos estereótipos e preconceitos, sequer sabe como será o dia de amanhã em sua vida profissional. A cada nova geração que entra no mercado, uma anterior se vê diante do dilema de ficar para trás e ver cada vez menos portas se abrirem.

O panorama, todavia, não só precisa como deve ser mudado. Pesquisas revelam que o tão falado “choque geracional” é extremamente benéfico não só a profissionais de todas as idades, mas também às empresas. E, afinal, se não olharmos para o público 50+ com atenção, como será quando chegar a nossa vez de lutar por espaço com os mais jovens? Para falar sobre as vantagens de mesclar gerações e como desenvolver mecanismos de inclusão, o RH Pra Você Cast traz Mórris Litvak, Fundador e CEO da Maturi. Confira o papo clicando no app abaixo:

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