O mundo pós-pandêmico floresce, acontece, é. O tal de “novo normal” foi novo por algum tempo, e agora já está quase só normal. Sem esquecer que algumas situações continuam e parecem não ter sido afetadas com os acontecimentos advindos da pandemia. Nesta altura da minha vivência como expectadora da vida e dos seres humanos, entendi que nem tudo é para todos.
Quero dizer que, apesar de passarmos por eventos que afetam a todos, cada um vive e sente conforme as suas próprias interpretações. Alguns sofrem muito, alguns choram, alguns reclamam, alguns mudam – e para melhor, mas este último não é para todos.
A consciência da efemeridade da vida fez sobressair a necessidade de deixar de “empurrar a vida com a barriga” e ir vivendo. Mas, isso exige lidar com uma emoção presente desde o momento em que existimos, o medo. Ele está diretamente conectado ao sentimento de segurança que precisamos.
A história da humanidade demonstra que todos os movimentos civilizatórios realizados até hoje apontam para a nossa necessidade segurança, que está, por sua vez, ligada ao nosso instinto de sobrevivência.
Veja como isso é interessante, a necessidade de segurança surge ao nascer. O colo da mãe, o calor humano aconchegante e confortador nos dá força para seguirmos na vida. Então, como pequenos cientistas experimentamos o que nos dá conforto e o que nos ameaça. Assim, vamos calibrando e decidindo até onde ir, optando pelo que não coloque em risco a nossa segurança.
Por exemplo, imitar os nossos pais é um processo inconsciente que nos traz segurança, mesmo que o comportamento deles seja considerado desajustado para a sociedade. Entretanto, a partir da conscientização desta necessidade, novos rumos podem ser tomados e não precisamos repetir histórias, nem as boas, nem as más. Podemos escrever a nossa própria. Mas, para isso, é preciso estar seguro.
Nossas inseguranças perpassam as áreas da nossa vida em determinadas fases, às vezes nos libertamos de padrões familiares e nos confrontamos com a barreira do que é aceitável na sociedade. E, novamente, nos deparamos com a necessidade de segurança. A idade, por exemplo, algo tão natural da vida, tem sido um fator gerador de muita insegurança. Além, é claro, dos índices, aplicáveis a qualquer idade, para medir o sucesso e até a felicidade. Eles são importantes, pois tornam-se o passaporte para a possibilidade de pertencimento aos grupos sociais.
Parecer bobagem, mas tudo isso é relevante para nós. Somos seres sociais, precisamos do outro, queremos ser amados e aceitos. O que proponho é que você pense até que ponto se pode ir de maneira saudável para encontrar o lugar onde se sente seguro.
Ressalto que a segurança que descrevo aqui não é aquela para os outros verem, mas, aquela que dá a sensação de completude e que, por causa dela, vivo tranquila, durmo bem, minha saúde vai bem, meus pensamentos são leves e a minha forma de resolver os problemas toma como base a premissa de que somos todos iguais – cor, raça, gênero, nível cultural e social – e isso não me incomoda, ao contrário, me ilumina.
Cada um de nós tem seu próprio local de segurança. Cabe a você encontrar o seu e, a partir daí, ser livre para fazer o que quiser, do jeito que quiser.
Só assim seus resultados na vida podem ser diferentes.
Por Carmen Hornick, Mestre em Estudos de Linguagem (UFMT). Licenciada em Letras Português/Inglês e suas respectivas Literaturas (UNEMAT). Bacharel em Direito (UNIC). Pós-graduada em Linguística Aplicada (UFMT). MBA em Direito do Trabalho (Faculdade Pitágoras). Pós-graduada em Direito: Administração Pública e Controle Externo (FGV). Personal and Executive Coach (ICI – Integrating Coaching Institute). Pós-graduada em Direito Sistêmico (Faculdade Innovare/Hellinger Schule). Certificada no MPP Training and Certification Program pelo (Human Being Institute) e no Curso de Introdução à Análise Transacional (União Nacional de Analistas Transacionais do Brasil). É membro da Comissão de Direito Sistêmico da OAB/MT e colaboradora no projeto Aprender Sistêmico. Autora do livro “Como viver sem coitadisse”, pela Literare Books International.
Saiba mais sobre vida pessoal ouvindo o episódio 75 do programa “Vida Pessoal e Profissional: há limites?” do PodCast do RHPraVocê.
Distantes fisicamente do trabalho desde o início da pandemia, muitos se encontraram perto demais de suas vidas pessoais. Naturalmente, ambos os lados, pessoal e profissional, se misturaram.
Para entender esse cenário, a pesquisa “Vida e Trabalho sem limites: Da produção e do consumo à Economia do comportamento e ESG”, realizada pela Kuratore, ABTD, CENEX e Carvalho e Mello, conversou com diferentes líderes em seus setores para entender por onde andam seus interesses e decisões quanto ao futuro de suas organizações, principalmente pelo olhar da necessária humanização das relações profissionais e o bem-estar dos colaboradores.
No episódio de hoje, o CEO do Grupo TopRH, Daniel Consani, e a editora do RH Pra Você, Gabriela Ferigato, conversaram com Tiago Petreca, diretor fundador e curador chefe da Kuratore – consultoria de educação corporativa, Country Manager da getAbstract Brasil e autor do Livro “Do Mindset ao Mindflow”, sobre as principais descobertas da pesquisa. Acompanhe clicando AQUI ou pelo app abaixo:
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