Pesquisa do IDC Brasil, feita para o Workspace Google, constatou que a maioria dos colaboradores aponta melhora na produtividade com o trabalho híbrido. Das 900 pessoas entrevistadas, 44% trabalham no sistema híbrido, 29% no presencial e 27% de forma remota. Para 67% dos entrevistados o trabalho em home office é melhor, pois não gastam tempo em deslocamento, 46% gostam do modelo por terem a oportunidade de passar mais tempo com as pessoas com quem moram e 31% pela flexibilidade de horários para começar as atividades.

Ainda assim, 50% dos entrevistados sentem falta do café com colegas e 44% lamentam a falta de reuniões presenciais e também a falta de infraestrutura no trabalho remoto.

São inegáveis e incontáveis os benefícios de trabalhar em casa, especialmente para quem mora nas grandes cidades, não perder tempo com deslocamento, por exemplo, é fenomenal. As dificuldades com transporte público que, em geral, não suprem as necessidades da população, são enormes, há também o fato de poder estar mais perto da família, esses têm sido alguns dos elementos que surgem de forma massiva nas discussões sobre o tema.

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Por outro lado, as empresas têm enfrentado muitos desafios que parecem sem solução, mas que não são necessariamente novos. Alguns deles, bem importantes, já estavam lá, o cenário só os escancarou. Percebemos que temos muitas reuniões, – já tínhamos – mas agora elas avançam no horário do almoço.

Antes nos preocupávamos em ir embora depressa por conta do horário de pico no trânsito, hoje como não temos essa preocupação, passamos um pouco do nosso horário de trabalho, afinal o computador está logo aqui e a cozinha para preparar o jantar está a 5 passos de distância.

Em contrapartida, quem não sente falta do olho no olho ou do happy hour?

Estar ombro a ombro trabalhando com o time melhora o desempenho?

Sim. Para algumas atividades faz muita diferença.

Inviabiliza ser realizado de forma remota?

Não, mas o team building fica mais limitado. A leitura corporal é prejudicada, para não dizer inviabilizada, até porque, por vezes, nosso interlocutor está com a câmera fechada.

É virtualmente – ou realmente – impossível agradar a todos. Há desafios inúmeros, começo dizendo que temos muitas reuniões, poderíamos ter muito menos se soubéssemos priorizar os temas. Nossas calls não são objetivas, temos reuniões com várias pessoas que não precisam estar nelas.

Atividades que geram discussão e precisam de muita interação, tendem a render mais se forem feitas presencialmente. Não sem antes termos a certeza se a solução não está numa troca de e-mails ou na produção de uma apresentação em powerpoint e aí sim reunir a todos que precisam estar reunidos para discutir os pontos onde há dúvidas, ou que podem gerar outras ideias a serem discutidas.

Ferramentas como Mural, Miro e outras para o trabalho compartilhado ganharam muitos pontos além de um mercado gigantesco, pois antes só alcançavam times de tecnologia espalhados geograficamente. Hoje chegam a todos os segmentos e funções. Inclusive, nos abriu a possibilidade de contratar pessoas fora da praça onde a empresa está localizada.

E como ficam os objetivos em comum da empresa?

Qual a melhor forma de atingi-los?

É preciso focar numa gestão clara, envolvente, onde todos conheçam o rumo da empresa e saibam qual a importância de seu trabalho para o resultado do negócio. O planejamento também não pode mais ficar engessado, é preciso que seja ajustado sempre que houver uma necessidade, uma interferência.

Os OKRs – Objectives and Keys Results ou Objetivos e Resultados Chaves – são um caminho sem volta, seja para o trabalho 100% presencial, 100% remoto ou híbrido. Ele traz clareza e direção para as ações, alinhamento entre todos e foco, mitigando, inclusive, os riscos do trabalho remoto, pois traduz de maneira mais clara o propósito daquelas ações, facilitando a conexão do trabalho do dia a dia do colaborador com a estratégia da empresa.

Quanto ao melhor modelo de trabalho, tenho a impressão de que a resposta é meio óbvia, não me parece que a solução seja a escolha entre um e outro, presencial ou home office, mas sim um e outro, ou seja, o modelo híbrido.

Até quando o modelo híbrido vai ser provisório?

Por Pedro Signorelli, conta com 20 anos de experiência no mercado corporativo, tornou-se especialista na implementação do método OKR. Em 2019, criou e fundou a Pragmática Consultoria em Gestão, com o objetivo de ajudar outras organizações em suas jornadas de transformação e gestão.

 

Para informações adicionais sobre o Futuro do Trabalho, ouça o PodCast do RHPraVocê, episódio 65, “O que não podemos deixar de lado sobre o futuro do trabalho?“, Guilherme Junqueira, CEO da Gama Academy clicando diretamente no app abaixo:

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