O mês do orgulho LGBTQIAP+ é um período importante para dar visibilidade à luta, falar sobre todos os direitos da comunidade e debater suas dificuldades. Mas, depois que ele passa, o assunto não pode morrer.

Para conquistar avanços reais e mais rápidos na resolução de alguns problemas, é importante falar sobre o tema além da data estabelecida, incentivar as ações afirmativas e de políticas públicas o ano inteiro e manter os colaboradores engajados.

O comprometimento das empresas e de seus funcionários é especialmente importante; o ambiente de trabalho no Brasil ainda não é tão acolhedor quanto deveria ser. Quatro em cada dez pessoas que se autodeclararam LGBTQIAP+ afirmaram que já sofreram discriminações no trabalho, segundo uma pesquisa realizada pelo LinkedIn.

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Outra pesquisa, da consultoria global Great Place to Work (GPTW), aponta que apenas 8% dos cargos de liderança são ocupados por pessoas autodeclaradas LGBTQIAP+, ilustrando como o crescimento da comunidade no mundo corporativo se encaminha de forma lenta.

É importante que as companhias tomem para si a liderança interna nessa luta, que é coletiva. É preciso entender e reconhecer a importância e a total capacidade e competência de todos nos cargos, oferecer capacitação, compreender as suas questões e necessidades e oferecer apoio. Só assim elas chegarão cada vez mais longe e o ambiente de trabalho vai ficar mais inclusivo.

Para os times de RH que buscam essas mudanças nas empresas, as recomendações são que primeiro busquem captar os principais desafios deste público. O ideal é abrir uma roda de conversas com os funcionários que se autodeclaram LGBTQIAP+, escutar as suas questões e necessidades antes de agir.

O discurso não pode ser vazio, sem embasamento ou conhecimento robusto. Estamos falando da sobrevivência e do bem-estar das pessoas.

A conscientização e intencionalidade por parte da empresa, da liderança e de outros funcionários é outro ponto fundamental neste processo. Um especialista que vem falando bastante sobre isso é o Gabriel Romão, TEDx Speaker. Ele defende que todos são responsáveis por promover um ambiente mais inclusivo.

Destaco um pensamento muito importante de Gabriel, quando ele traz que – apesar de notar uma evolução e melhor adequação da sociedade, do discurso, narrativa e dos ambientes para existência e sobrevivência de pessoas LGBTQIAP+, ainda existe um choque muito grande de conservadorismo, que acaba atrasando o progresso que precisamos.

Esse pensamento, reforça ainda mais que é preciso que as empresas, lideranças e pessoas aliadas atuem de forma intencional para que se possa promover uma mudança estrutural dentro e fora das empresas.

Gabriel Romão é uma das poucas pessoas trans no mundo que conseguiram alcançar um cargo de liderança executiva no mercado de trabalho. Ele relata que, até chegar nessa posição, enfrentou muitos desafios, principalmente por ser negro e LGBTQIAP+.

Precisou, inclusive, esperar 30 anos para começar o seu processo de transição, a fim de garantir que não tivesse portas fechadas após assumir sua identidade de gênero. Hoje, ele afirma que sua missão é contribuir na construção de uma sociedade onde as pessoas não precisem esperar 30 anos para ser quem elas são.

Mês do Orgulho LGBTQIAP+ passou, mas luta continua

Por Wander Luiz de Camargo Filho, gerente de desenvolvimento organizacional da Up Brasil, empresa especialista em benefícios corporativos.

 

 

Ouça o episódio 125 do RHPraVocê Cast, “A trajetória da primeira executiva trans do Brasil“. Quando decidiu contar à empresa que se reconhecia como mulher trans, Danielle Torres foi para a conversa preparada para pedir demissão. Achava que com a afirmação de #gênero não teria mais espaço. Mas não apenas recebeu apoio institucional para as mudanças, como também foi convidada, mais tarde, a fazer parte do quadro societário em uma das maiores empresas de auditoria e consultoria do mundo, a #KPMG. Em seu recente livro “Sou Danielle“, ela conta essa jornada até aqui. Neste episódio, o CEO do Grupo TopRH, Daniel Consani, e a editora do RH Pra Você, Gabriela Ferigato, conversaram com Danielle sobre sua trajetória, seu livro e o papel do RH, e das lideranças, na #diversidade e inclusão. Acompanhe clicando no app abaixo:

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Capa: Depositphotos