Liderança Feminina: um olhar sobre maternidade e crescimento profissional. O mês das Mães é uma oportunidade para expressar amor, gratidão e apreço por esse papel fundamental, mas vale a reflexão sobre o papel das mulheres na sociedade, como os desafios que as homenageadas enfrentam para se tornarem líderes no mercado de trabalho ou até mesmo serem inseridas nele.

Mesmo diante de muito avanço, a maternidade ainda pode ser vista como um fator que interfere na carreira profissional devido ao estereótipo de gênero, falta de apoio à maternidade e cultura organizacional inadequada.

Como mãe que voltou da licença-maternidade há um mês, é inevitável questionar por que isso ainda existe se não só as habilidades de uma mãe podem contribuir para a jornada de trabalho, como também acessar esse pool de talentos é imprescindível para que as empresas tenham cada vez mais times diversos e excelentes.

Quando falamos em cargos de liderança feminina, pensamos que o número de mulheres no topo já esteja quase se igualando ao dos homens, mas infelizmente apenas 38% dos cargos de liderança em empresas no Brasil são de mulheres, aponta pesquisa da FIA Business School.

Para piorar ainda mais o cenário, os salários são em média 20% inferiores aos dos homens ocupando o mesmo cargo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são alarmantes, visto que a população brasileira é composta por 51,5% de mulheres e 48,5% por homens, de acordo com o último censo do IBGE.

O caminho da paridade de gênero nos Conselhos de Administração das empresas também é um grande desafio e certamente reforçado pelo pouco equilíbrio observado em cargos executivos. A Russell Reynolds Associates, empresa global especializada em busca, consultoria e desenvolvimento de lideranças, publicou há pouco tempo o estudo sobre Tendências de Governança Corporativa.

Nele, mostra que houve um avanço significativo na paridade de gênero em 2023, com mulheres representando mais de 40% dos conselhos de empresas dos principais índices da França, Itália e Reino Unido. Apesar de o Brasil registrar apenas 18% nesse indicador, o estudo destaca significativos progressos em diversas dimensões de diversidade.

Um estudo feito pela economista de Harvard, Cláudia Golin, mostra que as mulheres iniciam suas carreiras em média no mesmo patamar dos homens, mas apresentam uma queda vertiginosa depois do nascimento do primeiro filho, gap que não é recuperado mesmo depois de 10 anos.

Liderança feminina: maternidade e crescimento
Quando olhamos essa quebra por região, vemos que a América do Sul apresenta uma realidade ainda mais alarmante, provavelmente fomentada pela dinâmica social e cultural.

Liderança feminina: maternidade e crescimento
Se falarmos da área de Educação, onde atuo há mais de cinco anos, é interessante observamos um aumento na presença feminina em posições de liderança. No COC, plataforma de educação, atualmente 41% das mantenedoras de escolas licenciadas são mulheres e notamos uma curva gradual de crescimento, o que confirma a determinação e competência das mulheres na liderança também nesta área.

E falando em educação, é impossível olhar todos esses dados e não reconhecer a importância de cada vez mais formarmos nossas filhas e filhos para nos afastarmos dessa realidade. Eu particularmente vejo com preocupação o passado, mas com otimismo a tendência futura.

O olhar para a maternidade também deve ser priorizado, afinal esse é um dos principais fatores para as carreiras femininas. É fundamental que as empresas implementem ações de apoio à maternidade e promovam uma cultura organizacional inclusiva e de apoio à família. Além disso, é importante que as leis e regulamentos existentes sejam aplicados de forma eficaz para proteger os direitos das mães no local de trabalho.

A tecnologia nos permite um novo ambiente de trabalho, em que as mulheres podem fazer a transição da licença maternidade para o ritmo normal de trabalho de forma tranquila e produtiva, enquanto os pais podem ter mais contato com seus bebês em um momento crucial do desenvolvimento humano ao mesmo tempo em que reduzem uma desigualdade que prejudica as mulheres na hora de sua contratação.

Ambiente propícios para a amamentação e benefícios voltados à família também são recomendáveis para promovermos um ambiente de trabalho saudável, mais igualitário e, certamente, promovedor de melhores resultados para empresas e profissionais.

A liderança feminina e a maternidade são forças complementares que enriquecem e fortalecem o tecido da educação de forma geral. Que possamos continuar a celebrar e nutrir essas qualidades essenciais, capacitando as mulheres a liderar com integridade, paixão e excelência. Juntos, podemos criar um futuro mais igualitário e inspirador para as gerações.

Liderança feminina: maternidade e crescimento

Por Dayana Aguillar, mãe da Eva, de seis meses, e diretora Geral do COC, plataforma de educação presente em 24 estados brasileiros e no Distrito Federal.

 

 

Ouça o RHPraVocê Cast, episódio 105, “Qual o caminho para naturalizar a maternidade no ambiente corporativo?” com Marina Franciulli, Head de sustentabilidade financeira e projetos de impacto da b2Mamy e Shirlei Lima, Gerente de Produto da DIMEP. Clique no app abaixo:

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Capa: Depositphotos