Liderança feminina para novos tempos: desafios e mudanças em 2022

Ainda que de forma lenta, as empresas já começaram a passar por transformações intensas em suas formas de administrar e enxergar o ambiente de trabalho para o público feminino. E, neste cenário, as mulheres têm ganhado mais espaço no mundo corporativo, ocupando posições de liderança, que antes, apenas os homens poderiam estar.

Um exemplo disso é a presença predominante das mulheres na gestão dos Recursos Humanos. De acordo com um levantamento realizado pela empresa de pesquisas Vaipe (2021), 81% dos cargos de RH no Brasil são ocupados por mulheres.

Esse aumento representa o empoderamento feminino no mercado de trabalho, em que as mulheres trazem profissionalismo somados a expertise, mas adicionam diferenciais, com um novo olhar para solucionar desafios, motivar os colaboradores e cuidar da cultura organizacional da empresa.

Nesse caminho, surge um novo modelo de gestão comportamental com a presença feminina, que reforça competências e soft skills, como: empatia, flexibilidade, determinação e a habilidade de ser multitarefas.

Vale lembrar que historicamente e culturalmente, a mulher sempre trabalhou em várias frentes, seja no trabalho, em casa ou na criação dos filhos – tarefas que são administradas simultaneamente. O que mostra criatividade na busca das soluções e capacidade de resiliência ao administrar conflitos e assumir riscos, que já fazem parte da natureza feminina.

Essas competências refletem diretamente na atuação no mercado de trabalho também. É o que mostrou o estudo da Harvard Business Review pela Zenger Folkman, consultoria de desenvolvimento de líderes, que avaliou 454 homens e 366 mulheres, entre março e junho de 2020.

A pesquisa revelou que as líderes mulheres foram classificadas de forma mais positiva se comparada aos homens. Ou seja, as mulheres foram vistas como melhores líderes durante a pandemia, ao contribuírem de maneira mais expressiva para o engajamento dos colaboradores.

Estudos como esses mostram o quanto as mulheres já conquistaram o seu lugar no mundo corporativo e, além disso, reforça que homens e mulheres podem trabalhar lado a lado, buscando um objetivo em comum: o bem-estar da empresa e de seus colaboradores.

Ao liderar um RH no mercado de óleos lubrificantes, um ambiente considerado majoritariamente masculino, não há barreiras que não possam ser ultrapassadas pelas mulheres. Cada uma pode assumir cargos de lideranças em diversos setores, seja ele em desenvolvimento de produtos e testes de óleos, como dentro da área de tecnologia da informação, são mudanças que chegam e vão moldando um novo agora, sem discriminação.

Isso mostra que qualquer empresa tem espaço para o gênero feminino e, felizmente, já existe uma consciência maior masculina a respeito dos diferenciais das mulheres na empresa, mostrando mais preocupação e colocando em prática ações e programas voltados para a diversidade e o respeito.

Nessa jornada de conquistas, cabe às mulheres se posicionarem, mostrarem que conhecem o produto e o DNA da empresa, e não desistirem na primeira dificuldade encontrada. É preciso abraçar as suas qualidades, expressar as suas ideias sem medo, para se fortalecer e manter a motivação.

No entanto, mesmo que o cenário apresente melhoras, ainda há dificuldades a serem enfrentadas, como atitudes machistas que envolvem:

  • interrupção na fala da mulher (Manterrupting),
  • explicações desnecessárias sobre um assunto que ela já tenha domínio (Mansplaining),
  • apropriação indevida das ideias de mulheres (Bropriating) e
  • manipulação psicológica (Gaslighting)

Comportamentos que não se encaixam em qualquer que seja a empresa.

Liderança para novos tempos: o que esperar em 2022 para a área de RH

O RH em 2022 precisa de um olhar atento para a saúde emocional e o equilíbrio da vida profissional e pessoal dos colaboradores, cuidados que podem trazer mais qualidade de vida, mas também, o aumento da produtividade no trabalho.

A tecnologia e a criatividade são fundamentais nesse novo tempo. Possibilitando novos horizontes e novos modelos de trabalhos inovadores, como o “anytime and anywhere”, que permite que o colaborador trabalhe de onde quiser.

Esse novo modelo tem sido mais buscado pelas novas gerações. Porém, é um desafio no que diz respeito às formas de comunicação, que devem seguir um formato definido, em que todos tenham acesso à informação necessária, de forma igualitária.

Com essas mudanças, a liderança e a presença do RH são fundamentais, pois este setor é responsável por construir pontes entre pessoas e o negócio. O papel do líder de RH neste cenário, é encontrar maneiras de amenizar as distâncias e fomentar a interação.

Uma possibilidade é conversar periodicamente com os colaboradores, ou seja, ter uma “Culture Conversation” para falar sobre os valores culturais da empresa, mas ao mesmo tempo, cuidar do talento de cada um, mesmo que à distância, e tratar sobre carreira, sonhos, receios e vulnerabilidades.

Nesse sentido, a inovação precisa estar presente em tudo, pois permite que uma empresa mantenha a competitividade no futuro. E, claro, quando temos paixão pelo que fazemos tudo é possível – e RH e PESSOAS são parte disso!

Liderança feminina para novos tempos

Por Tatiana Villefort Alves Pinto, executiva com mais de uma década de atuação na área de RH. Desde 2014, desenvolve projetos chave e de referência para os negócios da PETRONAS, o que tornou a sede brasileira da empresa como referência em diversos pilares da área de RH. É especialista em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Formada em PDC – Programa de Desenvolvimento de Conselheiros da FDC (Fundação Dom Cabral). Tatiana assumiu a posição de diretora executiva/board member aos 32 anos, muitas vezes sendo a única mulher no corpo diretivo das empresas por onde passou.

Ouça também o PodCast RHPraVocê, episódio 92, “Como fortalecer a cultura organizacional em modelos flexíveis de trabalho?” com Bianca Carmignani, Head de Recursos Humanos da Nespresso no Brasil e Daniela Gartner, Sr Human Resources Director LATAM at NTT Ltd. Clique no app abaixo:

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