Para muitas mulheres, a carreira e a maternidade são caminhos que não se cruzam. Segundo a pesquisa “Licença-maternidade e suas consequências no mercado de trabalho do Brasil“, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), muitas acreditam que se tornarem mães pode atrapalhar sua evolução profissional.

Porém, com a ampla adoção do trabalho híbrido, caminhos foram abertos para que mulheres de diversos cenários pudessem se candidatar a posições de liderança dentro das empresas. Isso é o que mostra o relatório “Avançando na Igualdade: Mulheres no Ambiente de Trabalho Híbrido”, de 2024, realizado pelo IWG, empresa global de espaços de trabalho flexíveis como coworkings e escritórios.

A pesquisa, feita com mais de 1.000 trabalhadoras híbridas, descobriu que a flexibilidade permitiu que mais da metade (53%) buscasse promoções ou se candidatasse a cargos mais altos – o que, em um movimento encorajador para o avanço da igualdade, aumenta para mais de três em cada cinco (61%) das mulheres de minorias étnicas.

O relatório mostra também que:

  • 67% afirmaram que a modalidade ajudou a nivelar oportunidades para a progressão na carreira, enquanto 70% acham que o trabalho híbrido tornou seu trabalho mais inclusivo;
  • 89% acreditam que o trabalho híbrido também ajudou a facilitar o equilíbrio entre as responsabilidades do trabalho e os compromissos familiares;
  • 38% disseram que o trabalho híbrido lhes deu mais tempo para dedicar a paixões pessoais fora do trabalho;
  • Na busca por flexibilidade muitas mudaram de setor completamente, com 43% das mulheres em geral dizendo que o trabalho híbrido as permitiu ingressar em sua nova indústria;
  • Mulheres de grupos minoritários relatam que esse crescimento na carreira vem do trabalho híbrido, que lhes permite serem mais produtivas e eficientes (44%); aprender mais sobre outros cargos em sua empresa (49%) e aumentar sua visibilidade com a alta liderança (32%).

Um outro estudo do IWG sobre o tema identificou o trabalho híbrido como uma estratégia crucial para os líderes de RH atraírem e reterem talentos, o que inclui as mães. Isso é especialmente relevante para as funcionárias, com 40% indicando que a falta de flexibilidade no trabalho híbrido foi um fator decisivo para deixar seu emprego anterior.

A ideia é apoiada por pesquisas acadêmicas do Professor Bloom, professor de economia de Stanford e especialista mundialmente renomado em trabalho híbrido, que afirma que empresas que oferecem esse tipo de flexibilidade podem esperar ver as taxas de saída diminuírem em até 35%.

“Para mães, a flexibilidade faz uma diferença vital: elas podem criar seus filhos, cuidar bem de si mesmas e progredir em suas carreiras – prioridades que seriam muito mais difíceis de gerenciar com sucesso se estivessem se deslocando todos os dias para suas sedes. Ao reduzir a necessidade de locomoção, as empresas devolvem um tempo valioso para seus funcionários. Com as taxas de exaustão e esgotamento mais altas entre as mulheres, isso é particularmente importante para as funcionárias – e claro, para as empresas que precisam mantê-las”, comenta Fatima Koning, diretora comercial do IWG.

Colab:
– Quero ser mãe, mas e a minha carreira profissional?
– Uma conversa sobre as mulheres mães no mercado de trabalho

Tania Costa, diretora de Expansão do IWG no Brasil, considera que o modelo de trabalho híbrido é uma das principais megatendências de trabalho para 2024. Na companhia, cerca de 73% da força de trabalho é feminina.

“As conclusões do IWG revelam que as mulheres, especialmente de origens diversas, estão a moldar ativamente as suas carreiras em torno da flexibilidade que o modelo híbrido proporciona. O IWG Brasil está comprometido com a causa e atualmente trabalha para melhorar a igualdade feminina no mercado, patrocinando projetos que fortaleçam essa perspectiva. Entre eles estão o ‘Future is now’, um centro de networking para líderes que lideram a nova economia, que também está localizado num escritório do Spaces; o ‘Think tank Amazonitas’, projeto liderado pela empresária Elisa Rosenthal, primeiro grupo feminino do setor imobiliário preocupado com a igualdade de gênero em toda a cadeia produtiva; e também o ‘Women in Real Estate’ da GRI, comitê que discute temas relacionados a negócios, liderança e networking”, finaliza.

Por Redação